Quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013 - 08h22
Por William Haverly Martins
As cinzas deste carnaval, pelo desenrolar dos fatos internos da igreja católica, significam não só o fim dos festejos de momo, mas os resíduos de uma administração papal marcada por escândalos difíceis de serem digeridos pela cúria romana: a divulgação de documentos secretos do papa, roubados por Paolo Gabriele, o mordomo demitido; a falta de pulso na apuração dos casos de pedofilia e a denúncia de lavagem de dinheiro, envolvendo dirigentes do Banco do Vaticano, estão entre as causas apontadas por especialistas, como fontes de pressão.
A decisão inesperada de Bento XVI, anunciada horas antes do início da quaresma, marcando a renúncia para o próximo dia 28 de fevereiro de 2013, enche de interrogações o mundo cristão, que corre o risco de uma páscoa sem a escolha de seu dirigente maior. O conclave ocorrerá sem as exéquias, com o papa vivo, a última vez que isto ocorreu, foi há quase 600 anos.
O último papa que renunciou ao mandato foi Gregório XII, em 1415, famoso pela participação no movimento que passou a História, com o nome de Cisma do Ocidente, quando a igreja, praticamente, foi dividida ao meio. A renúncia de Gregório XII, aos 90 anos, negociada no Concílio de Constança, finalizou uma crise na igreja que se estendeu de 1378 a 1417.
Acostumados ao papa João Paulo II que encarava as doenças da velhice e os entraves da função, como cruz redentora, necessária à salvação; e ao seu antecessor de sorriso angelical, Cardeal Albino Luciani, que governou a igreja por 33 dias, com o nome de João Paulo I; os católicos se entreolharam confusos, com os noticiários desta segunda feira gorda de carnaval, anunciando o gesto corajoso e atípico de nosso frágil papa, nada condizente com a fortaleza divina apregoada pela igreja, para o chefe terreno do rebanho.
Muito se discutirá neste resto de mês, até que se chegue a um nome de consenso que substitua o 265º papa da Igreja Católica Apostólica Romana, mas ninguém engolirá, sem as especulações de praxe, as palavras de despedida de Bento XVI, abandonando a sua cruz, poucos dias antes da Semana Santa:
(...) cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério petrino. Sou muito consciente que este ministério, por sua natureza espiritual, deve ser realizado não unicamente com obras e palavras, mas também e em não menor grau, sofrendo e rezando. (...)
Detalhes biográficos: baiano de nascimento, mas rondoniense de paixão, cursou Direito na UFBA e licenciou-se em Letras pela UNIR, é professor, escritor, presidente da ACRM – Associação Cultural Rio Madeira e vice-presidente da ACLER – Academia de Letras de Rondônia, onde ocupa a cadeira 31.
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