Quinta-feira, 25 de outubro de 2012 - 10h18
William Haverly Martins
O horário político do 2º turno despertou em mim uma angústia preocupante, obsessivamente fiquei louco pra saber quem estava por trás das cenas televisivas, se havia alguém puxando cordões, dando cartas, escondendo coringas. Sempre quis saber se havia titeriteiros, novos Gepetos - produtores do moderno Pinóquio - sem o nariz com efeito sanfona: já imaginaram se nariz de candidato a prefeito crescesse, diante de mentiras e promessas irrealizáveis? A minha angústia me conduziu à luta: tomei ciência do tenebroso currículo de alguns envolvidos na campanha e me apavorei, imaginando o desfecho.
Num país em que 75 % dos alfabetizados são analfabetos funcionais, o fantoche político poderá ganhar a eleição, mas nunca governará: como no Teatro Negro, os manipuladores ocultos, direcionarão as ações conforme as conveniências. Não me tomem por bronco, sei que não se governa sozinho, a equipe é imprescindível, mas quando falo de político fantoche é aquele sem espírito de liderança, sem capacidade de escolha, sem discernimento. Neste caso, o meu maior receio não está no candidato, mas na equipe que o comanda.
Milhões são gastos pelo TSE/TRE, sugerindo o voto limpo, o voto consciente, o voto no candidato que trará benefícios à cidade, já que estamos a poucos dias do 2º turno da eleição para prefeito. Mas, se desviarmos um pouco o olhar e nos fixarmos no noticiário nacional, vamos encontrar exemplos nada moralizadores: o primo rico do TSE, o STF, abastece os canais de TV e os colunistas políticos com o resultado de votos nada limpos, nada conscientes, votos manipulados por outros poderes.
Ao povo resta colocar-se o nariz vermelho e, no bom estilo brasileiro, sorrir. A mim me preocupa o futuro da cidade de Porto Velho. Seria interessante que o político fosse obrigado a dizer aos eleitores, em rede de rádio e TV, quem lhe comanda a campanha política, quem o coordena, quem o financia. Sabendo os nomes dos envolvidos, poder-se-ia avaliar melhor o voto: ao eleitor, esclarecido ou não, seria dada a possibilidade de reconhecer se o político é um candidato à marionete, ou não.
Sócrates em seus famosos diálogos, quando não usava os próprios alunos, dialogava com um mamulengo ventríloquo que ele carregava na mão direita, fazendo-lhe as perguntas que ele mesmo respondia. O boneco monopolizava o olhar e a atenção dos ouvintes, como se faz hoje na televisão com artistas contratados. O candidato a prefeito deveria seguir-lhe o exemplo, declinando em público os envolvidos na elaboração da sua plataforma política: - vocês conhecem meu mentor intelectual? É fulano! – Óoooo!
Os tempos são outros, mas, sinceramente, como sou politicamente informado, temo os grupos que estão secretamente manipulando as cordas, não para proteger nossa cidade de desmandos governamentais, mas com o intuito de colocar no poder pessoa descomprometida com o trabalho honesto, com o desenvolvimento da cultura, com o progresso. Cordas que, amanhã, poderão nos servir de forca. Pensem bem no momento sagrado do voto.
Se o escolhido estiver comprometido com conhecida turma da pesada, os barbantes serão sacolejados no rumo da corrupção. De um jeito ou de outro, o prefeito mamulengo devolverá ao grupo mantenedor, por vias ilícitas, os milhões envolvidos na campanha e será instruído a comprar parte da imprensa, a distribuir mensalões aos vereadores e, ainda, a vender ao povo uma imagem de santo, santo do pau oco! Salve Jorge!
Antevejo muito trabalho para os órgãos de controle do município, do estado, da união e, especialmente, hercúlea tarefa para a imprensa isenta desta cidade, se é que ela existe. Acuda-nos, São Jorge! Mostre ao povo o voto mais ou menos limpo, porque limpo mesmo não acredito que exista! Vença, com a sua força, o dragão da corrupção, abra os portões da hombridade aos políticos envolvidos nesta campanha. Se a tarefa for pesada demais, peça ajuda a São Joaquim, mais afeito à vitória de votos comprometidos - como os de Lewandowski e Toffoli - do que nosotros, amantes desta terra do sol poente, instados a usar o poder do voto, numa luta de araque entre o mouro e o cristão.
Detalhes biográficos: baiano de nascimento, mas rondoniense de paixão, cursou Direito na UFBA e licenciou-se em Letras pela UNIR, é professor, escritor, presidente da ACRM – Associação Cultural Rio Madeira e vice-presidente da ACLER – Academia de Letras de Rondônia, onde ocupa a cadeira 31.
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