Quarta-feira, 4 de junho de 2008 - 16h24
Depois da providencial e patriótica denúncia do General Augusto Heleno Ribeiro Pereira, que recebeu o apoio de vários colegas de farda e da imprensa, muito se tem falado sobre o interesse internacional pela floresta Amazônica.
O governo tentou calar o general e até mesmo substitui-lo na chefia do Comando Militar da Amazônia, e recuou diante do apoio que o militar recebeu de todos os cantos do Brasil.
Somente os ingênuos acreditam tudo não passar de fobia patriótica, de não existir essa possível ameaça ou de que "a Amazônia tem dono e o dono da Amazônia é o povo brasileiro" como quer nos fazer crer o nosso presidente, julgando que com essas palavras conterá o avanço estrangeiro que já está instalado na região com terras compradas por um milionário sueco e outros que ainda não sabemos.
Apenas para refrescar a memória vamos voltar aos idos de 1905, quando foi publicado o edital de concorrência para a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré vencida por Joaquim Catramby, conforme Decreto n. 6103 de 7 de agosto de 1906.
Segundo declarações de Joaquim Catramby, em artigo publicado na revista do Clube de Engenharia, em janeiro/fevereiro de 1941, ao fazer o levantamento das corredeiras e cachoeiras do rio Madeira, sentiu a necessidade de ter em mãos uma planta do rio Madeira.
...era-me indispensável possuir uma planta do rio Madeira, que procurei embalde obter nas repartições públicas e onde quer que me parecia fácil encontrá-la. Nem o Ministério da Marinha a possuía, apesar de ter um departamento especialmente encarregado de trabalhos hidrográficos. Depois de longas e infrutíferas pesquisas ocorreu-me a lembrança de que talvez não fosse difícil encontrar em algum país estrangeiro essa planta que não existia e talvez não exista ainda no Brasil.
Catramby recorreu ao Dr. Joaquim Nabuco, cônsul do Brasil em Washington e, algum tempo depois recebeu cinco mapas litografados onde, segundo a publicação estava escrito no primeiro as seguintes palavras:
Surveyed by com. Dr. T. O. Selfriedge and the officers of the U. S. Skip Entreprise, June and July 1878. No carimbo que autentica esse trabalho e que traz as armas dos Estados Unidos da América do Norte, vêm-se estas palavras: "Department of the Navy-Bureau of Equipment".
Essa história de cobiça, porém, começou antes de Catramby quando D. Pedro II fechou os rios da Amazônia à navegação estrangeira e sofreu forte pressão dos Estados Unidos e Inglaterra. O Imperador resistiu por muito tempo e, finalmente, pressionado pelo Congresso brasileiro que fora influenciado pelos países interessados, encontramos em "Estrada de Ferro Madeira-Mamoré" de Neville B. Craig, página 22, publicado em 1907, a seguinte declaração;
Somente a 7 de setembro de 1867, e sob forte pressão estrangeira, foi que o Brasil consentiu em declarar a navegação do rio Amazonas livre aos barcos de todas as nações.
Se voltarmos um pouco mais no tempo, vamos verificar que mesmo com a proibição de navegabilidade dos rios da Amazônia, a região foi invadida sem o menor respeito, conforme declara Neville B. Craig a pág. 26 do livro citado.
A um norte-americano de Filadélfia, o tenente de marinha Lardner Gibbon, que ainda vive, cabe o mérito de ter feito a primeira exploração completa da rota que, partindo da Bolívia, var ter ao litoral do Pará, por via dos rios Chaparé, Mamoré, Madeira e Amazonas. Em 1851 os tenentes Herndon e Gibbon receberam ordem do Ministro da Marinha norte-americana para seguir da costa do Peru, por terra, e explorar os principais cursos fluviais que ligam o interior da Bolívia e do Brasil ao litoral.
Como acabamos de ver vem de longe a intromissão e o interesse estrangeiro por este pedaço do Brasil, haja vista a afirmação do Coronel George Church em 6 de dezembro de 1906, a um jornal da Filadélfia:
Não sou nenhum visionário; ao contrário, sei bem o que digo afirmava o Coronel Church. Terminada essa obra monumental, a riqueza da Austrália e da Califórnia empalidecerão ante a produção aurífera das montanhas e dos riachos bolivianos, bem assim ante as safras abundantíssimas das planícies e dos vales que lhes ficam de permeio.
As tentativas estrangeiras para roubar (essa é a palavra certa) as nossas riquezas vêm de há muito tempo. Quem não se lembra do projeto Hudson que represaria o rio Amazonas com a clara intenção de esconder sob as águas as potencialidades da região? Depois veio a tentativa de arrendamento da Base de Lançamento de Foguetes de Alcântara, ao que tudo indica sabotada, provocando a morte dos nossos engenheiros, "acidente" do qual nunca mais ninguém falou nada; o projeto SIVAM, cuja concorrência foi ganha pela França e acabou construído pelos americanos, depois da alegação não comprovada de suborno que resultou na demissão de um ministro.
Não se sabe ao certo quantas ONGS atuam na Amazônia "na defesa da nossa floresta e dos nossos índios". No entanto, sabe-se muito bem como foram "evangelizados" os índios norte-americanos e o que fizeram da floresta deles. Aliás, do irmão do coronel George Church, encontramos em Neville Craig a seguinte afirmação:
Um dos filhos de Richard Church foi o capitão Benjamim Church, famoso líder colonial que combateu os índios durante a guerra do rei Filipe (...) e que entre 1689 e 1704 comandou cinco incursões contra franceses e índios do Maine e de New Hampshire. (...) A maior parte da propriedade primitiva, desbravada e expurgada de selvícolas, acha-se ainda em mãos de parentes seus.
Acabei de ler, presente de um amigo, "Uma Demão de Verde" da premiada jornalista canadense Elaine Dewar, que em 1988, ainda como ambientalista, começou a escrever um artigo sobre a ajuda que as ONGs estavam dando aos índios caiapós que diziam através de Paiakan, serem os únicos capazes de defender da devastação a floresta amazônica.
Elaine Dewar foi incumbida de fazer um trabalho de pesquisa junto aos caiapós, e a sua convicção de ambientalista foi totalmente modificada ao constatar que os caiapós exploravam e vendiam ouro e madeira da sua reserva.
A partir daí, ela passou a seguir uma trilha de milhões e milhões de dólares, em um circuito que integrava agências governamentais, fundações e empresas privadas, organizações não-governamentais, e ativistas ambientais e indigenistas, que se empenhavam em influenciar as políticas públicas em três continentes.
É preciso ler "Uma Demão de Verde" para entender como os "países ricos" através das ONGs conseguiram impedir os recursos do Polonoroeste, a estrada para o Pacífico, pressionar a Constituinte para que a Constituição de 1988, por exemplo, desse aos índios o direito de ter uma reserva onde hoje, ninguém pode entrar. É preciso ler "Uma demão de Verde" para descobrir que existe uma ONG Instituto de Pré-História, Antropologia e Ecologia (IPHAE), de um tal Wim Groeneveld, sediada em Porto Velho-RO. O leitor conhece?
Elaine Dewar nos mostra o entrelaçamento que existe entre os governos americano, canadense, inglês e japonês, e como manipulam as Ongs, os políticos, as empresas como Brascan, Vale do Rio Doce e outras, Institutos, Fundações como a Chico Mendes e comunidades indígenas para a movimentação de milhões de dólares.
Enfim, é preciso ler uma "Demão de Verde" porque foi escrito por uma pessoa "de fora" para mostrar ao mundo como os países ricos manipulam as nossas políticas em proveito próprio e, também, para dar razão ao General Augusto Heleno, pois como vimos o "interesse" internacional pela Amazônia, nos persegue há muitos anos.
Fonte: Antônio Cândido da Silva
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