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Gente de Opinião

Antônio Cândido

BOA NOTÍCIA – por Luciana Oliveira


É com imenso prazer e orgulho que apresento aos leitores do Gente de Opinião, meu pai, Antônio Cândido da Silva, que lança aqui uma coluna semanal com um pouco de poesia e história regional. Antes, porém, quero agradecer o espaço cedido por caros amigos que dirigem este veículo de comunicação.
Antônio Cândido nasceu num seringal meio perdido lá para as bandas do "Igarapé dos Botos" no Município de Humaitá (AM) e mudou-se para Porto Velho ainda criança, onde fixou residência e permanece até hoje. Sua primeira experiência artística foi no teatro, com apenas 10 anos de idade. Logo em seguida mergulhou na poesia e dela nunca emergiu. Tornou-se a própria e passou a ser carinhosamente considerado o poeta de Porto Velho. No livro "Marcas do Tempo", Antônio Cândido declara seu amor a Porto Velho, a seus bairros, ruas, travessas, vielas e logradouros. É autor da bandeira e o brasão do município de Porto Velho; da bandeira e hino do município de Costa Marques e dos hinos dos municípios de Jaru e Cerejeiras. Recebeu homenagens da Câmara Municipal como o Título – Amigo de Porto Velho, Cidadão Honorário de Porto Velho e a comenda José do Patrocínio, alusiva aos 100 anos da Abolição da Escravatura.

Sua grande paixão pela cidade de Porto Velho é demonstrada no poema que tem seu nome, além da história da legendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, toda contada em poesia, no livro "Madeira-Mamoré – O Vagão dos Esquecidos" ( 1ª Edição, 1998; 2ª Edição, 2000 ).
É também membro da Academia de Letras de Rondônia. Sua última obra, "Enganos da Nossa História", editada pela Universidade Federal de Rondônia é outro sucesso na carreira literária. Uma ousadia que lhe custou anos de pesquisa e que trouxe à tona várias controvérsias históricas sobre a origem de Porto Velho. Formou-se em Letras pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR.
Minha mãe, Maria, grande guerreira que o acompanha há 41 anos é sua fonte inspiradora e talvez isso justifique o fato de sair pouco de casa. Tamanha inspiração lhe rendeu cinco filhos e oito netos.
Antônio Cândido é um cidadão respeitado e querido pelo comportamento que adotou na vida e na forma de escrever. Ele é avesso a vaidades tolas e jamais se arriscaria a escrever sob a tônica da gabarolice, um obstáculo intransponível na literatura. A humildade expressa em seus textos e o estilo de vida quase recluso, mas bastante produtivo, lhe renderam respeito e credibilidade. Com certeza devo ter esquecido de citar comendas, títulos honoríficos e homenagens que meu pai recebeu ao longo da vida, mas isso não importa muito. Porto Velho o reconhece como um filho amado, motivo de orgulho, mas não de vaidade.

O amor a Porto Velho, a forma coloquial empregada nos seus textos e a incansável dedicação à pesquisa histórica regional são as características mais marcantes da personalidade de Antônio Cândido. Acesse a coluna de Antônio Cândido e com certeza irá dizer: prazer em conhecê-lo!   
 
Quando o trem passa
 
Não apites assim, pois teu apito
mergulha minha alma na lembrança
me transportando ao tempo de criança
e me deixando o coração aflito.
Passa em silêncio, sem lançar teu grito,
pois a saudade há muito já descansa
no escrínio da memória que não cansa
do velho trem que se tornou meu mito.
Passa calado em tua nostalgia
sem despertar a minha fantasia
e velhos sonhos que estão latentes.
Pois me recordo de tardes passadas
quando eu e Maria de mãos dadas
sonhávamos contando teus dormentes.

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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