Quarta-feira, 12 de setembro de 2007 - 06h31
Em 5 de setembro de 2007, meu caro Matias Mendes através do "Gente de Opinião", site dos mais respeitados de nossa terra, fez críticas ao nosso "Enganos da Nossa História" especialmente na parte relativa ao grande sertanista Cândido Rondon, assunto que reconheço, o amigo domina com muita competência.
Matias colocou sobre meus ombros um fardo que não me pertence, e que me esquivei de pô-lo às costas quando declarei na apresentação do meu livro que não era o dono da verdade e o meu objetivo era levar as pessoas interessadas na nossa história, para uma discussão séria e cuidadosa.
Dou minha mão à palmatória quando ele diz que na época da "Revolta da Chibata" a Aeronáutica não fazia parte das Forças Armadas. Não há negar. Errei...
Diferente de Matias, que fez preparatórios para Escolas Militares, precisei simplesmente servir ao Exército nos idos de 1960/1961, para me tornar conhecedor da constituição hierárquica das corporações militares, fato que não tem nenhuma ligação com o que afirmei no meu livro, como veremos a seguir:
"A bem da verdade, coube ao Major Antônio Gomes Carneiro, chefe da Comissão Construtora da Linha Telegráfica de Cuiabá ao Araguaia, a primeira, portanto, a penetrar no Sertão, a autoria da proibição de se atirar nos índios. Rondon que tomou parta pela primeira vez, ainda como Alferes-aluno, nos idos de 1890, ao assumir a chefia deixada por Gomes Carneiro, fez cumprir ao pé da letra os ensinamentos do mestre que Rondon fez questão de registrar".
Vejamos o que nos diz Esther de Viveiros em "Rondon conta sua vida".
"Foi a Comissão Construtora da Linha Telegráfica de Cuiabá ao Araguaia a primeira comissão de penetração dos sertões criada pela jovem República. Era essa comissão assim constituída:
Chefe — Major Antônio Gomes Carneiro
Ajudantes — Capitão Manoel Caetano de Faria Albuquerque, Tenente José da Cunha Pires:
Alferes-aluno — Cândido Mariano da Silva Rondon.
Comandante do contingente — Capitão de Infantaria, reformado, nomeado inspetor de 1ª classe da Repartição Geral dos Telégrafos para servir na Comissão — Carlos Augusto Ferreira de Assunção.
Pagador — Manoel da Cunha Moreno
Subalterno — Alferes Luis Perrot."
Matias nos diz que: "Na verdade, quando Rondon foi nomeado para trabalhar na Comissão, em 23 de dezembro de 1889, esta era chefiada pelo então major Antônio Ernesto Gomes Carneiro e de fato Cândido Mariano ainda era alferes-aluno ligado Escola Superior de Guerra."
E mais à frente Matias acrescenta: "Portanto, nem Rondon era alferes-aluno quando começou a trabalhar na Comissão de Linhas Telegráficas e nem o seu chefe era major..."
Como podemos ver o problema de Matias Mendes está entre os vocábulos "nomeado" e "começou". Para ele o que interessa é quando, efetivamente, os trabalhadores deram os primeiros passos em direção aos sertões; enquanto, para mim, o fato dele ser "nomeado" já o caracteriza como trabalhador da Comissão.
Resta lembrar que a nomeação da Comissão se deu em 23 de dezembro 1889.
A promoção de Rondon para segundo-tenente de Artilharia se deu em 08 de janeiro de 1890.
A promoção de Rondon para primeiro-tenente de Estado-Maior, em 11 de janeiro de 1890.
Assim, não restam dúvidas, de que ele passou a fazer parte da Comissão de Linhas Telegráficas, em 1889 e na condição de Alferes-aluno, embora somente tenha se juntado ao pessoal da Comissão quatro meses depois, por ter ficado no Rio de Janeiro, estagiando no Observatório Nacional, no morro do Castelo, segundo o próprio Rondon:
"Findo o estágio, determinado por meu chefe, parti, a 6 de março de 1890, do porto do Rio de Janeiro para Cuiabá, onde só cheguei em começo do mês seguinte".
Agradeço as palavras elogiosas, coisas de amigo, que sei não merecê-las, me sentido compensado porque meu livro, finalmente, começa a atingir o seu objetivo;
Fonte: Antônio Cândido da Silva
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