Sexta-feira, 30 de março de 2012 - 14h44
Antônio Cândido da Silva
Li, com certa tristeza, o artigo do confrade Lúcio Albuquerque, de 25 do corrente, intitulado “Nos versos de Bolívar, uma aula de história.”
Triste porque falava de um amigo que um dia dedicou à Maria e a mim um dos seus mais belos sonetos e, tal é a perfeição dos seus poemas, que após a morte de Bolívar vários vates lhe dedicaram poesias e eu, que lhe devia um agradecimento, me senti incapaz de escrever-lhe um soneto com a mesma perfeição do que havia dele recebido.
A seguir Lúcio fala do livro “Madeira-Mamoré – O Vagão dos Esquecidos,” de minha autoria, dizendo que:
...este livro, na ocasião em que se comemora o centenário da inauguração da ferrovia, deveria estar sendo reeditado numa homenagem até ao trabalho realizado pelo seu autor, e porque oferece um momento de conhecer personagens e paragens do que representou a Madeira-Mamoré para nós.
Agradeço ao Lúcio o seu empenho e devo dizer-lhe que desde janeiro venho tentando executar a sua sugestão, já tentei com algumas pessoas intermediação para chegar ao Senhor Governador na esperança de conseguir republicar o “Madeira-Mamoré – O Vagão dos Esquecidos” e, até o momento todo o meu esforço tem sido em vão.
Na posse do agora nosso confrade Doutor Almino Afonso, na Academia de Letras de Rondônia, fui apresentado ao Doutor Juscelino Moraes do Amaral, quando lhe falei da minha pretensão. Demonstrando interesse, determinou que a sua Assessora providenciasse para que fosse marcada uma audiência o que, até o momento não aconteceu.
Temo que não tenhamos tempo hábil para realizar meu intento, não com a intenção de ser homenageado, o que já aconteceu quando o meu trabalho foi elogiado por Manoel Rodrigues e Ferreira e, quando a pedido da Embaixada Americana, o “Vagão dos Esquecidos” foi parar nas estantes da Biblioteca do Congresso Americana em Washington – DC.
Mas, o que realmente me deixa satisfeito é o registro que fiz de todos os funcionários da Madeira-Mamoré na época da desativação (quase novecentos nomes) relacionados em ordem alfabética, utilizando uma máquina de datilografia portátil, tarefa que me consumiu mais de três meses manuseando boletins, Diário Oficial da União, portarias, decretos, listas de promoções e a ajuda imprescindível de Raimundo Rodrigues Guimarães, o meu amigo Rádio.
Madeira-Mamoré – O Vagão dos Esquecidos, embora não pareça, é uma obra literária e não histórica. Literariamente falando, portanto, é uma epopeia. Mas, trata-se de uma obra tão presa a suposta verdade histórica, onde os fatos são descritos com tanta fidelidade e minúcias, que não há como separar história e literatura no livro em questão.
Soube que serão convidadas e homenageadas, algumas autoridades de Nações que foram representadas por trabalhadores na construção da Madeira-Mamoré. É hora, também, de homenagear aqueles que assistiram ao sucateamento de suas vidas quando, autoritariamente, foram encerradas as atividades ferroviárias como quem vira a página de um livro.
A diferença entre os esquecidos de hoje e os que tombaram na construção é que aqueles não tiveram alguém com o meu interesse e a minha paciência para garimpar os seus nomes e transportá-los no vagão de um livro.
Não! Amigo Lúcio. Não me fascinam as homenagens embora as aceite com humildade. O que realmente me deixa satisfeito é ouvir alguém comentar que leu e gostou de algum artigo ou do último livro que escrevi. É chegar em Jaru, Cerejeiras ou Costa Marques e ouvir uma criança cantar o Hino do Município deles que Deus me ajudou a compor. Ah! Amigo Lúcio, a isso não tem como emitir juízo de valor...
Ninguém cantou mais a cidade de Porto Velho do que eu, mas como não consegui reeditar o “Marcas do Tempo” pouca gente conhece o meu trabalho e hoje, qualquer música ou poesia que fale na potoca do “Velho Pimentel” transforma o seu autor no príncipe dos poetas, poeta da cidade e outras designações...
Gostaria que Madeira-Mamoré – O Vagão dos Esquecidos fosse editado e distribuído nas escolas de todo o estado de Rondônia, como tributo a todos os envolvidos na construção e na história da nossa ferrovia, símbolo do início do nosso estado, independente do retorno financeiro que, para mim, se houver será bem vindo, mas não será o meu principal motivo de satisfação.
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