Terça-feira, 6 de janeiro de 2009 - 14h51
Li a coluna do jornalista Carlos Sperança do dia 1/1/09, sob o título História: janeiro, o mês de Rondônia, baseado em livros dos nossos historiadores, e pude verificar que embora a nossa cidade esteja completando 102 anos de existência, ainda existem pessoas que acreditam que ela tenha começado a existir em 1907, e nessa história absurda de que Dom Pedro II mandou construir um “porto novo” em Santo Antônio do Rio Madeira.
Quero deixar claro que a responsabilidade por tais equívocos não é dos jornalistas, e sim dos livros e artigos aos quais recorrem cujos autores deveriam ser mais cuidadosos com a história da nossa terra e da nossa gente e, também, para dizer que a minha intenção é única e exclusiva de colaborar para uma reescrita da nossa história, aceitando sugestões e colaboração para facilitar o meu trabalho.
Observemos parte do artigo:
Janeiro é um (sic) fundamental para a história de Rondônia. Foi em 15 de janeiro de 1873 que o imperador dom Pedro II assinou o Decreto-Lei nº 5.024, autorizando navios mercantes de todas as nações a subir o rio Madeira. Até então, havia na região um porto criado pelos militares desbravadores, mas para facilitar a atracação em Santo Antônio veio a ser criado uma nova instalação portuária – o Porto Novo. Em conseqüência, a instalação anterior, que apresentava maior segurança, apesar das dificuldades operacionais e da distância até Santo Antônio, ponto inicial da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, passou a ser o Porto Velho, nos arredores do qual se formaria a cidade.
Essa formação se deu a partir de 1907, com as obras da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré
Não vou entrar em detalhes com relação a “fundação” da cidade de Porto Velho em 1908, mas quero deixar claro que a ocupação da área onde surgiu a cidade, se deu com a edição do Aviso n. 2 de 16 de janeiro de 1908, do Ministério de Viação e Obras Públicas e a determinação de Farquhar, assim descrita por Charles A. Gauld em Farquhar- O último titã, página 178:
Em 1907, de seu escritório de Nova York, Farquhar enviou um grupo de engenheiros americanos para fazer o levantamento da rota de EFMM. – e eles preferiram sediá-la em Porto Velho em vez de Santo Antônio, assolada pela malária. No ano seguinte, por ordem de Farqu-har, foi iniciada a construção de Porto Velho... (negrito nosso).
O nosso intuito é deixar claro que Sperança tem razão quando diz que o mês de Janeiro é fundamental para a história de Rondônia, afinal de contas tudo começou com um documento oficial assinado no dia 16 de Janeiro de 1908.
O artigo de Carlos Sperança chamou minha atenção para o Decreto-Lei (?) 5.024, de 15 de janeiro de 1873, citado em seu artigo, e ocorreu-me perguntar: alguém já viu esse decreto? Provavelmente, não.
Pesquisando as leis do Império, pude verificar que não existia, na época, a figura do Decreto-Lei, era apenas Decreto, assinados pelos poderes Legislativos ou Executivo e, naturalmente, cada poder utilizava uma numeração.
O artigo nos diz que o Decreto – 5024, pertence ao ano de 1873, a verdade, porém, é que no mês de janeiro de 1873, foram assinados por parte do Legislativo os Decretos números 2.092 a 2097, e pelo Executivo os Decretos 5.191 a 5.209. Portanto, observemos o Decreto citado no artigo em questão para verificarmos que a data está errada, inclusive, não diz respeito a nossa região.
O primeiro documento que trata da abertura dos rios à navegação estrangeira, é o Decreto N. 3.749, de 7 de dezembro de 1866, e impõe algumas limitações como podemos observar fazendo uma leitura do próprio decreto.
Vale lembrar que no ano de 1872, existe com relação à navegação nos rios da Amazônia a edição do Decreto 5.020, de 18 de julho, daquele ano, que concedia à companhia Inglesa – The Amason Steam Navigation Company Limited – autorização para funcionar no Império.
Verificamos, também, que no dia 13 de janeiro de 1873 foi assinado o Decreto N. 5.203, e somente no dia 25 de janeiro de 1873, foi assinado o Decreto N. 5204, portanto, em 15.1.1873, não foi assinado nenhum decreto. O Decreto que trata da abertura do rio Madeira a todas as nações é, exatamente, o Decreto N. 5.204, de 25 de janeiro de 1873, e não o Decreto N. 5.024 que é de 20 de julho de 1872. Por isso, deve ter acontecido por parte de quem passou a informação é o que, em contabilidade, se chama “inversão” e consiste na troca de posição dos algarismos, o que algumas vezes acontece na soma ou na digitação.
Para dirimir qualquer dúvida observemos o que nos diz o Decreto N. 5.204.
P.S. – Com certeza, o jornalista confundiu o nome do autor da fonte utilizada.
Fonte: Antônio Cândido da Silva
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