Segunda-feira, 8 de julho de 2013 - 12h35
Antônio Cândido da Silva
Foi publicado em 4.07.2013, neste site, um artigo do Professor Francisco Matias que começa apresentando a foto acima, como comprovação de que a cidade de Porto Velho teve início no dia 4 de julho de 1907, com o pregamento de um “prego de prata” no local do atual parque ferroviário, que simbolizaria a pedra fundamental da cidade.
Devo esclarecer que essa não é a primeira vez que fotografias são manipuladas (não estou afirmando que pelo professor) para tentar enfiar goela a baixo, através de teimosia barata, essa história que não tem consistência e comprovação lógica e histórica.
Foi publicado no jornal Alto Madeira do dia 30/09/2007, as fotos a seguir (também manipuladas) na tentativa de justificar a mesma tolice.
Como essas fotos, hoje, são bastantes divulgadas, não vou perder tempo em analisá-las.
Todos os historiadores sérios, concordam que os americanos chegaram a Santo Antônio em 21 de junho de 1907. Ver Manoel Rodrigues Ferreira, A Ferrovia do Diabo, 4ª edição, pag. 199.
Observe-se, também que Charles A. Gauld, em Farquhar – O último titã, pag. 179 nos diz que “Os associados de Farquhar nas ferrovias de Cuba e da Guatemala – os veteranos Robert H. May, Arthur B. Jekyll e “King John” Randolph – chegaram no início de 1908, após terminar a linha guatemalteca já descrita”...
E tem mais: Ainda no O Último Titã, pags. 182/183, lemos o seguinte: Farquhar enviou o fotógrafo Danna B. Merril, de Nova York, para uma estada de dois anos, em que tirou cerca de 300 fotos (...) Uma delas trazia 35 ianques que comemoravam o 4 de julho de 1909, posando diante de uma construção em Porto Velho...
Agora por favor, contem quantos engenheiros aparecem na foto que o Professor diz ser de 1907. Logo, a tal foto não é de 1907 e sim, de 1909.
Isso sem falar na construção. O que seria inconcebível admitir que ela fora feita em apenas 13 dias (de 21.06 a 4.07.1907)
O engenheiro chefe da primeira turma era Mr. Miller, contratado pela May & Jekill (MRFerreira-pag.199) e não Mr. May e é triste ver a afirmação de que essas pesquisas são criteriosas se a ingenuidade do nosso professor o fez utilizar-se de uma fotografia adulterada por algum ignorante histórico para comprovar a sua teimosia que não lhe deixa ver o óbvio ao ponto de não entender o que lê.
Leia professor, releia professor, até entender o que está escrito na carta de Antônio Borges até enxergar que ela não endossa o que tentou provar o Senhor Hugo Ferreira, motivo de toda essa discussão desnecessária, pois nela, em momento algum, vamos encontrar as palavras 4 de julho, ou prego de prata.
O Mais triste de tudo isso é ver o Instituto Histórico e Geográfico que devia ser o guardião da nossa história, respaldar através da sua Presidente Perpétua, essa afirmação.
Gostaria que o nosso Professor apresentasse provas da sua criteriosa pesquisa de que os americanos utilizavam um prego de prata no inicia das suas ferrovias.
Eu vou mostrar que nem sempre é assim. O Prego de prata também foi utilizado para simbolicamente pregar o “último dormente”.
Quando o Professor afirma que nesse “Nesse dia, um prego de prata foi simbolicamente cravado no km zero da ferrovia, e a povoação de Porto Velho, inaugurada ao estilo das vilas ferroviárias norte-americanas” o Professor, por acaso, está afirmando que já existia uma povoação, em Porto Velho, em 1907?
Nós sabemos que Dana Merrill não fazia anotações nas suas fotografias, além da numeração que era feita a mão. Não venha afirmar, portanto, a veracidade da sua foto.
A foto apresentada pelo professor, foi publicada no livro Trilhos na Selva, de Rose e Gary Neeleman, pag. 111, confirmado, mais uma vez, tratar-se do 4 de julho de 1909.
No dia seguinte, no mesmo site, o Professor publica novo artigo, utilizando a mesma foto, com o título PORTO VELHO E O 4 DE JULHO – OS FATOS.
Descreve de maneira romântica e imaginosa a ocupação a ocupação da área de Porto Velho, além da “linha divisória,” inclusive somando mais uma besteira no rol das dúvidas da nossa história de que a cidade “nascia com um nome sugestivamente nacional: PORTO VELHO DE SANTO ANTONIO.”
Ora Professor, todo mundo sabe que a Comissão Morsing/Pinkas já cita em seu relatório de 1885, o local onde se originou a cidade de Porto Velho como PONTO VELHO.
O nosso Professor declara que “Após a inauguração da estação inicial Madeira, em 1910, Percival Farqhuar encomendou um mapa para traçar as primeiras ruas e avenidas do que ele imaginava seria uma cidade, que daria a estrutura necessária para a continuidade da ferrovia. Este mapa, elaborado em inglês, foi entregue à Madeira-Mamoré no dia 10 de julho de 1912 (...) Nele constam as primeiras ruas e avenidas da povoação de Porto Velho: Avenida Mato Grosso, Avenida Pires da Veiga, Avenida 28 de Setembro, Avenida Índio do Brasil, Avenida Church, Avenida 7 de Setembro, Avenida Englesing, Avenida Collins, Boulevard Farqhuar e.... AVENIDA 4 DE JULHO.
Ora professor, o Senhor esqueceu de verificar que o mapa foi certificado pelo Eng. Princ. Da M.M. Ry Co. e Aprovado pelo Engenheiro Chefe da M. M. Ry. Co e, portanto, nenhum mapa foi entregue à Madeira-Mamoré, em 10 de julho, mesmo porque o mapa (o Senhor não viu) traz a data de 24 de agosto de 1912, logo, não poderia ter sido entregue antes de concluído.
Fiz um recorte do mapa, apenas para que se possa localizar a tão “importante Avenida Quatro de Julho citada em seu artigo. Vale lembrar que no mapa de 1917, aparece apenas a metade do que ela seria e nos seguintes ela desaparece.
O Professor encerra o seu artigo com uma séria de informações fantasiosas, das quais eu agradeceria muito se ele informasse a mostrasse, como eu estou fazendo, as provas das suas afirmações.
O pior cego, meu caro Professor, é aquele que não quer ver. Porto Velho só começou a existir depois de janeiro de 1908.
Como podemos ver a grande descoberta do nosso Professor, não passa de um fiasco e, não sei por que ele faz tanta questão de “puxar o saco” dos americanos que, já naquela época, tinham como único objetivo explorar e solapar as nossas riquezas.
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