Terça-feira, 19 de fevereiro de 2008 - 19h56
Depois que o carnaval passou, entendo que é hora de retornarmos a discussão sobre a origem da cidade de Porto Velho e, para isso, começarei respondendo aos dois últimos artigos publicados pelo jornalista Nelson Townes e professora Yedda Maria Pinheiro Borzacov, no jornal O Estadão do Norte, edição de 20/21.01.2008:
O Jornalista Nelson Townes diz não acreditar em verdades, sejam elas consumadas ou não, e isso sem dúvida já o tornaria um excelente historiador, não estivesse a sua teimosia em confronto com a pesquisa o que, em se tratando de história, exige o hábito da contraprova.
O motivo da minha discussão (e dela pode participar quem quiser) está relacionado ao esclarecimento do surgimento da cidade de Porto Velho, se em 1907 ou em 1908, sendo do conhecimento de todos que defendo o entendimento de que isso se deu neste último ano.
Não cabe aqui discutir a condição de poeta, escritor ou não, falar dos títulos, prêmios e comendas que alguém possa ter ganhado ao longo da vida, com ou sem merecimentos.
O que precisa ficar bastante claro é que encaro tal questionamento com a maior responsabilidade e não tenho a menor intenção de gastar o meu tempo trocando farpas com ninguém, pois entendo que isso não leva a nada.
É difícil conversar com teimosos. Então por precaução, sugiro antes ao prezado jornalista que leia o jornal "Alto Madeira", edição do dia 30.9.2007, e que, em seguida, também leia o livro "A ferrovia do diabo", 4ª ed., pág. 261, para entender o que falei com relação a H. M. Tomlinson.
A recomendação certamente lhe fará bem, já que o distinto parece guardar imensa facilidade para confundir as coisas, tanto ao ler quanto ao escrever. Nada obsta. Só que qualquer debate relacionado à questão que defendo, de que Porto Velho surgiu em 1908 e não em 1907 deve se dá em tom elevado, até para evitar que a discussão sobre o tema descambe apenas para o disse-me-disse.
Do mesmo mal parece sofrer a ilustre historiadora Yedda Maria Pinheiro Borzacov, quando ela adentra na história de Rondônia. Esta, por exemplo, não sei se com o intuito de angariar simpatia ao entendimento que defende, de que Porto Velho tem inicio em 1907, traz em artigo que publicou no dia 20/21.01.2008, no jornal O Estadão do Norte, uma relação de 17 pessoas, onde se incluí historiadores, professores, jornalistas e militares, tudo para querer provar que estou equivocado, ao defender tese contrária a sua, na medida em que digo que Porto Velho nasceu não em 1907 mas, sim, em 1908.
Ora, ora, culta historiadora, apenas apresentar nomes não prova coisa alguma, haja vista que poderei afirmar que Albert Einstein disse que Porto Velho começou em 1908, afirmação que não terá nenhum valor se não for devidamente comprovada.
Aliás, cumpre lembrar que historiadores como Marcos Teixeira, Dante Fonseca, Emanuel Pontes Pinto, Francisco Foot Hardman, Francisco Matias e todos aqueles ali citados, obviamente que também buscaram informações na nossa historia regional já escrita, história esta que, conforme venho sem arroubos tentando demonstrar, nem sempre mostra-se correta.
Quanto aos jornalistas, ilustre historiadora, esses não têm culpa, porque repassam ao público as informações que foram escritas e não podem ser responsabilizados pela repetição dos erros históricos, como a senhora quer ali fazer crer.
Se ao citar as pessoas atrás a historiadora quis com isso dar munição ao jornalista Nelson, devo dizer que respeito a todos, embora divirja em muitas questões por eles escritas, particularmente quanto à data de nascimento de Porto Velho (se é que posso dizer assim), e não vejo nisso nenhum pecado ou acinte. Da próxima vez, no entanto, deixe claro o que eles disseram e onde estão citadas as informações atribuídas aos mesmos quanto a essa questão (livro, páginas, edição, ano, etç, etç), caso contrário eu prefiro acreditar em Einstein.
Doravante, a historiadora e o jornalista não podem mais dizer que estou sozinho (aliás, nunca estive) já que o festejado e brilhante Jornalista Paulo Queiroz, a quem aproveito para agradecer pela posição adotada, se pronunciou sobre o tema com o bom senso que lhe é peculiar, demonstrando inclusive com invulgar desenvoltura a contradição interna que existiu no discurso deste último, quando quis tratar da questão em relação a qual (eu e a referida historiadora) não batemos. Só lamento que não tenha aproveitado a oportunidade para também dizer ao Nelson que Ernest H. Liebel nunca foi escritor ou jornalista. Na verdade ele era engenheiro, e quanto a isso não parece haver nenhuma dúvida, bastando apenas conferir Charles A. Gauld, em "O grande Titã", página 203, para saber. Pela transcrição: "O primeiro grupo de 13 engenheiros de Farquhar foi encabeçado pelo experiente Ernest. H. Liebel..."
Mas, voltando ao início das considerações acima, não veria razão para dar continuidade a esse debate sem comprometimento honesto com o esclarecimento desses e de outros fatos históricos em questão, pois sem isso a compreensão da história de Rondônia jamais evoluirá.
De qualquer sorte, se ainda for agraciado com algum novo comentário que, por favor, citem a fonte fazendo as devidas referências, a fim de que eu preste, em sendo preciso, os necessários esclarecimentos com relação aquilo que defendo. Por ora, é só.
Fonte - Antônio Cândido da Silva
Membro da Academia de Letras de Rondônia
Membro da União Brasileira de Escritores UBE RO.
CONTATO: a.candido.silva@hotmail.com
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