Como descrito no artigo anterior, o empreendedorismo social deriva do conceito empregado para o comportamento do empresário que tem entre muitas qualidades a de planejar correndo riscos calculados, liderar processos, especialmente em crises, inovar com inteligência e promover a produção com vistas ao beneficio de seu empreendimento. Posto isto, no campo empresarial já entendemos que o individuo com essas caraterísticas e competência realiza suas ações com vistas a prosperar economicamente e preferencialmente elevando seus lucros; no mundo do empreendedorismo social a lógica é mais abrangente. As características de comportamento do empreendedor social impulsionam causas coletivas, de interesse público e procuram solucionar prolemas locais de saúde, educação, cultura, esporte e lazer ou a geração de tramalho e oportunidades de renda a populações vulneráveis economicamente.
Percebe-se que o comportamento e a atitude do empreendedor social não é o resultado individualizado pela busca do lucro como forma de resultado de suas ações e de liderança - caraterística do segmento privado; mas que o líder social procura nas suas habilidades gerar resultados nos programas e projetos de amplitude coletiva, gerando meios de melhorar a vida de outras pessoas. Para tanto o empreendedor social lança mão de técnicas de gestão corporativa e de organização e método de trabalho que garantem os resultados almejados.
Métodos de controle de estoques em hospitais mantidos por organizações do terceiro setor já admitem o programa cinco s, uma metodologia japonesa para que as industrias possam diminuir desperdícios e melhorar seu fluxo de caixa.
O planejamento e o acompanhamento das ações e atividades inerente de um projeto social são também desenvolvidos por outras ferramentas de controle oriundos do setor empresarial, como o ciclo PDCA e o planejamento estratégico de médio e longo prazos. Essas técnicas de planejamento e supervisão das ações da industria e do comercio foram difundidas no Brasil na década de noventa e hoje já estão sendo aplicadas em programas sociais e unidades de educação, esporte, hospitais e creches coordenadas por empreendedores sociais de visão de resultados.
Há críticos da utilização dessas ferramentas de melhoria que dizem que o assistencial, a saúde e a educação se fazem apenas com boa vontade e voluntariado pois acreditam que o serviço social do terceiro setor deve pautar suas ações e métodos pelo emprego desinteressado do tempo.
Registro que na Europa e na América, desde a década de 80 as organizações do terceiro setor desenvolver com responsabilidade e profissionalismo suas atividades pautadas pelo emprego dessas ferramentas de administração e gestão modernas e que no Brasil desde meados dos anos 90 o sul e o sudeste e também o nordeste já aderiram a essa forma de empreendedorismo social com resultados na queda da mortalidade infantil, aumento do conhecimento profissional de jovens, trato de doenças da terceira idade, ampliação de participação na cultura, esporte e lazer e ainda na geração de renda e oportunidades de trabalho como é o caso da economia solidária.
Em Rondônia temos o desafio de ampliar o debate e promover ações de capacitação e de desenvolvimento dos talentos do empreendedorismo social para inserir mais e mais organizações nesse contexto de resultados e efetividade.
Portanto, vamos à obra.