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Gente de Opinião

Francisco Aroldo

Funcionalismo público e realidade social privada - Francisco Aroldo


Francisco Aroldo, economista.

Iniciando mais uma semana na Graça e na Paz, gostaria de colocar para os nossos leitores uma questão que há muito incomoda os estrategistas de governo, lideranças de trabalhadores e empresários em geral: as distorções de renda e benefícios entre o sector público e o sector privado no Brasil.

Quem de nós, hoje com quarenta ou cinquenta anos não ouviu de familiares que o bom mesmo é prestar concurso público e "virar" federal?

Pois bem, esse conceito é de longa data e parece que está mesmo em nossa cultura; mas certamente que há uma bela razão para esse sonho de consumo de milhões, os salários e os benefícios angariados pelo serviço público desde 1.988 para cá são atraentes, além das questões de aposentadoria especial e os valores dessas aposentadorias absorvidos pelo erário.

É fato que para os que trabalham na União em cargos de diplomados e que alcançam níveis hierárquicos de coordenação ou direcção os salários são maiores que os pagos nas empresas privadas em mais de 80 e até 100 por cento.

Até a rede globo, avessa a esses temas, fez uma semana inteira de reportagens no mês de fevereiro desse ano a respeito dessa discrepância.

Gostaria de lembrar aqui o fato de que as empresas pagam actualmente quase 40% em tributos e que na folha de pagamento somam-se todo dia 30 além dos salários, 22% em média de acréscimos pagos ao governo federal.

Enquanto que no sector produtivo a margem de salários e benefícios é marcada pelas vendas e possibilidades de o mercado aceitar os produtos e serviços que a empresa vende ou presta, no sector público a sociedade "compra" sem reclamar e o congresso é quem aprova aumentos salariais e os benefícios, muitas vezes sem a nossa reclamação.

Resultado desse cenário: o Brasil tem sim, sem retoques, uma casta de beneficiados federais em sua estrutura de mais de 40 ministérios e outra penca de estatais com salários altos e renda concentrada, criando uma casta de privilegiados num pais onde o salário mínimo não chega a 281 dólares por mês.

Boas reflexões, feliz semana.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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