Sábado, 11 de agosto de 2007 - 07h50
Durante anos a Ilha de Santo Antônio, a oito quilômetros do centro de Porto Velho, sediou o presídio local, que ao final dos anos 70, seria transferido para onde funciona hoje o turbulento e macabro Urso Branco. A área tem pouco mais do que um hectare e no auge do verão o acesso é possível a pé, caminhando sobre as pedras, logo depois da igrejinha. A ilha é repleta de mistérios: tem história de fantasmas? Tem e também de presidiários sanguinários. Moradores das vizinhanças garantem que lá está enterrado o tesouro do temido Curicão, um garimpeiro que foi condenado pelos seus terríveis crimes. Clique AQUI e veja fotos.
O ribeirinho Francisco Rodrigues da Silva, nasceu e vive na margem esquerda do rio madeira, tem 59 anos e sempre morou em Santo Antônio. Ele é canoeiro e serviu de guia para nossa equipe de reportagem na visita a ilha. Ele conta:
- Aqui já teve muita malária. Ainda tem. Hoje inclusive, tem um médico ( Dr. Mauro, um japonês) que faz pesquisa e todo mês visita o local para exterminar de vez com essa doença. Acrescenta que também a Prefeitura de Porto Velho tem assistido os moradores com apoio do deputado federal Eduardo Valverde.
Segundo seu Francisco, os presos de bom comportamento na Ilha de Santo Antônio trabalhavam na garimpagem de ouro próximo ao presídio. Era o caso de Curicão, o líder dos presos na época.
Os moradores da ilha e das redondezas garantem que Curicão deixou ouro enterrado na ilha. É o chamado “Tesouro do Curicão” que tem sido procurado há décadas, mas até agora não foi encontrado.
Antigos moradores da ilha afirmam que Curicão morreu por que ameaçou um promotor e juiz. “Ele morreu com uma bala envenenada com mercúrio. Com poucas horas o corpo começou a largar a pele”, contam.
- Devido a correnteza da cachoeira, quando existiam fugas, muitos presidiários da Ilha de Santo Antônio morreram afogados. Num caso, houve uma travessia, de três presos, onde o barco afundou e dois presos morreram. Foram encontrados com candirus no ânus.
- Conceição, o diretor do presídio na época também era o comandante da lancha que trazia rancho e os novos “inquilinos” da cidade para a Ilha. No presídio tinha um campo de futebol, onde os presos jogavam bola e se divertiam. “A penitenciária tinha 14 celas, cada uma com 6 camas de cimento. Não existia mulher presa, só homens. E era proibido morador se aproximar da ilha”, resumem antigos ilhéus.
Os presos sempre chamavam os pescadores para trocar ouro por pinga e ninguém se fazia de rogado para fazer a transação. Até fugas eram pagas com ouro garimpado na própria ilha, tempo em que o ouro era abundante no Rio Madeira.
Como toda ilha que se preze, a de Santo Antônio tem histórias de terror e até de fantasmas “A noite os cachorros que moram na ilha, se forem para o prédio do presídio apanham e voltam correndo para a beira do rio. É coisa de louco”, afirmam os canoeiros. E tem mais:
- A noite também ouve-se portão bater e gritos na direção do prédio velho do presídio, dizem os moradores das proximidades, com um misto de credulidade e medo.
Domingos, outro morador da ilha, conta que os fantasmas as vezes batem na porta da casa dele, quando ele vai ver, não tem nada. Também batem nas panelas. Relata ainda que ouve pisadas no mato seco ao redor da casa. Até suspiros ele ouve. Tanto a noite como durante o dia.
Na ilha, perto do presídio moram 3 famílias que se dedicam a pesca e agricultura.- Hoje tem muita gente de visita a ilha, inclusive de vez enquanto o barco de turismo para aqui”, revelam. Próximo a ilha existem 4 associações que sobrevivem da pesca e da agricultura, que são:
São Sebastião, Engenho Velho, São domingos e Santo Antônio.
A lenda da cobra grande é presente na Ilha. Segundo os antigos moradores, sempre aparece a cobra grande no Madeirão, principalmente no verão. Eles contam que próximo da bomba de captação de água da Caerd, morava uma cobra sucuri gigante e que sempre aparecia nos festejos de Santo Antônio.
Fonte: Carlos Sperança – Fotos: Serginho - Gentedeopinião
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