Sábado, 5 de março de 2016 - 08h20
Depois de alguns anos volta ao cenário local o sonhado desfile das escolas de samba que começa nesta sexta-feira no Parque dos Tanques, onde era realizado tradicionalmente a Expovel, sempre com grande afluência de público. Um evento que exigiu todos os esforços das escolas de samba e dos dirigentes da entidade carnavalesca na liberação de recursos patrocinados pelas esferas municipais e estaduais.
Ao meio das folias de Momo, enfatizo a homenagem programada pela Escola São João Batista a Eucatur, empresa que contribuiu decisivamente para o crescimento do estado, transportando migrantes ao novo Eldorado a partir do Sul no País nos anos 70.
Receberá a homenagem pela empresa o casal Assis e Nair Gurgacz, pioneiros na região Oeste do Paraná e pioneiros também em Rondônia, já que o empreendimento se estabeleceu por aqui em meados dos anos 70. Seu Assis e Dona Nair são testemunhas oculares do nascimento de um grande estado e participaram desta fantástica epopéia. Por conseguinte, nada mais justo este tributo.
Búfalos e pirarucus
Durante a semana a Assembléia Legislativa do estado debateu em suas comissões técnicas o extermínio dos pirarucus em algumas regiões ao longo do Rio Madeira e a questão do extermínio das manadas de búfalos existentes na região do Vale do Guaporé. De um lado, os pescadores alegam que os pirarucus estão exterminando outras espécies de peixes e necessitam de um plano técnico de manejo, de outro os políticos e empresários interessados em negócios – muitas vezes no próprio umbigo - pregam uma chacina completa da população bubalina, como se não houvesse outras formas de controle da espécie.
Representando o capitalismo selvagem, o empresário Rubens Moreira Mendes falou da proposta de safáris turísticos para proceder à matança lembrando que a mesma coisa já era defendida nos governos José Bianco, Ivo Cassol e João Cahula. Ergueram-se vozes em defesa do manejo sustentável e, diante da falta de consenso, uma nova audiência será realizada para tratar do assunto.
Quanto aos pirarucus prevaleceu o bom senso: teremos a realização de estudos técnicos de manejo antes de se falar em matança.
A Ceasa das drogas
Em mais uma operação bem sucedida da Policia Federal contra o tráfico internacional de drogas, dezenas de mandados de prisões foram cumpridos em Rondônia durante a semana em regiões onde se sabe, atuam os representantes dos cartéis bolivianos, peruanos e colombianos. O curioso, é que enquanto corria o desfecho da operação, quase meia tonelada de maconha era apreendida no fundo falso de um caminhão que transportava soja em Porto Velho.
Mas é quase como enxugar gelo já que toneladas de drogas transitam pelo estado ano a ano por todos os modais de transportes. Aliás, a BR 364, que liga Porto Velho a Rio Branco pelo Norte e a Vilhena pelo Sul, se transformou numa estrada cocaineira. Rondônia se consolidou como o grande entreposto da comercialização de entorpecentes da região Norte, recebendo cocaína dos países vizinhos para exportar para outros estados e para a Europa. E num outro viés, a terrinha recebe maconha do Paraguai para redistribuir, funcionando como uma Ceasa das drogas, um monumental entreposto do pó, para toda região amazônica.
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