Sábado, 27 de junho de 2009 - 07h40
Fogueira de vaidades
Entre uma polêmica e outra, o governador Ivo Cassol e o prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho, fazem um jogo que não interessa a nenhum deles: precipitar o processo eleitoral de 2010, numa polarização antecipada entre as duas facções, o que só está desgastando os dois lados. No entanto, a fogueira de vaidades esta falando mais alto.
Rivalidades tribais
O que leva dois campeões de votos, como Cassol e Sobrinho, de inegáveis qualidades políticas, a se comportar como dois búfalos bravos do Vale do Guaporé? Ou como onças esturrando na Serra do Touro, demarcando território? Não é apenas, caro leitor, uma questão de falta de maturidade, de rivalidades tribais, ou de um empurrar a culpa no outro de suas omissões. O pano de fundo é o pleito de 2010.
Farejando predador
Ocorre que Ivo Cassol, farejou um predador com garras afiadas e em condições de bater seu ungido, o vice-governador João Cahula na peleja pelo Palácio Presidente Vargas no ano que vem. Ivo precisa aparar as asas do petista, mas tem encontrado um osso duro de roer. Com gênios parecidos, o conflito entre ambos tende a aumentar mais adiante.
Acostumado a bater
Acostumado e bem sucedido em esmagar seus adversários, Ivo que bateu lideranças do porte de Bianco e Amir Lando em eleições ao governo e que fritou o então adversário, o então prefeito de Porto Velho Carlinhos Camurça, agora volta suas baterias contra Roberto Sobrinho. Mas encontrou um oponente a altura para brigar - e a cada cruzado que desfere no petista, também perde um dente.
Estratégia parecida
Até na estratégia do embate, Ivo e Sobrinho são parecidos. Tentam convencer a opinião pública, que o inimigo não tem humildade, jogam suas culpas um no outro, que um trabalha mais do que o antagonista (na verdade, ambos são bons de serviço) e por ai vai. Implicam até com as suas mídias. E agora já tem até torcida organizada para vaiar o adversário em inaugurações.
Fustigando o inimigo
Nesta batalha entre Ivo e Roberto, cada um tem suas armas. Sobrinho tem suas tropas estacionadas nas entidades ligadas ao funcionalismo público, neste embate, apupando o governador. Ivo tem uma máquina de mídia controla uma rede de emissoras de rádio e TV domesticou a Assembléia Legislativa, entidades patronais e usa sites que alugam o mouse pra atacar o prefeito, além de jornais devezemquandários. È guerra!
Encontro regional
O PSOL realiza hoje encontro regional para discutir entre outros assuntos à escolha dos delegados para o Congresso Nacional que será realizado em São Paulo, no mês de agosto. O presidente do Diretório Municipal Big Mel aproveitará para anunciar a militância uma campanha de filiações e a estruturação da legenda na capital rondoniense.
Ponta do Abunã
Não é de hoje que o Ibama acreano, instalado em território rondoniense, apreende madeira em nosso território na desprezada Ponta do Abunã - e a desvia para Rio Branco (AC) para a construção de casas populares. Por isso, nada mais do que justo, o pedido do deputado Mauro Nazif, com apoio do casal Raupp, para que a região seja tutelada pela superintendência Ibama-RO.
Mais um, mais um!
Cada vez que um governador é cassado no país o último foi Marcelo Miranda, do Estado do Tocantins o Palácio Presidente Vargas treme, os empreiteiros (estes do pró-Rondônia...) gemem. È que Ivo Cassol, pode ser o próximo a enfrentar o patíbulo e a possibilidade do nosso mandarim cair do poleiro, apavora mais os apaniguados do empresariado do que o próprio Ivo...
Do Cotidiano
O pai do rádio brasileiro
Alimentando o profundo desejo de conhecer o Brasil real, Edgar Roquette-Pinto chegou a arriscar a vida, acompanhando Cândido Mariano da Silva Rondon (18651958) em sua missão à Amazônia. Essa inesquecível experiência iria imortalizar esse médico e escritor, também imortalizado por seu papel na radiodifusão nacional, de duas formas: através do livro Rondônia e por ter sido o idealizador do nome do atual Estado de Rondônia, que estava planejado para se chamar Guaporé.
Estudou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, colando grau em 1905. Logo depois de formado iniciou uma série de estudos sobre os sambaquis das costas do Rio Grande do Sul, assumindo as funções de professor assistente de Antropologia no Museu Nacional (1906).
No mesmo ano em que publicou os resultados de seu trabalho no Sul, em Excursão à região das Lagoas do Rio Grande do Sul (1912), Roquette-Pinto passou a acompanhar o sertanista Cândido Rondon em excursões ao Mato Grosso, com o objetivo e o prazer de desvendar a cultura interiorana brasileira.
Chega o rádio Integrando-se à Missão Rondon, passou várias semanas em contato com os índios Nhambiquaras, que até então não tinham contato com a civilização. Na volta, trouxe vasto material etnográfico e, como resultado dessa viagem, publicou em 1917 o livro Rondônia - Antropologia etnográfica, um clássico da antropologia brasileira.
Para testar o novo meio de comunicação, os estadunidenses instalaram uma antena no pico do morro do Corcovado (onde atualmente é o Cristo Redentor). A primeira transmissão radiofônica no Brasil foi um discurso do presidente Epitácio Pessoa, que foi captado em Niterói, Petrópolis, na serra fluminense e em São Paulo, onde foram instalados aparelhos receptores.
Depois da primeira transmissão na capital federal (no Brasil já havia ocorrido uma transmissão no Nordeste), Roquette-Pinto tentou sem sucesso convencer o Governo Federal a comprar os equipamentos apresentados na Feira Internacional.
Roquete-Pinto morreu no Rio de Janeiro, em 18 de outubro de 1954, consagrado como Pai do Rádio Brasileiro. O rádio, disse ele, é o jornal de quem não sabe ler, é o mestre de quem não pode ir à escola, é o divertimento gratuito do pobre.
O livro Rondônia - Antropologia etnográfica reflete a prática social e científica do autor, documentada sob a forma de um diário de campo que congregou registros em diversos suportes, essenciais para a realização do projeto.
Via Direta
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Fonte: Carlos Sperança / www.gentedeopiniao.com.br / www.opiniaotv.com.br
csperanca@enter-net.com.br
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