Domingo, 20 de julho de 2008 - 07h55
Um orçamento encorpado pelos recursos do Plano de Aceleramento de Crescimento –PAC do presidente Lula estimula os sete candidatos a administrar uma milionária bolada orçamentária nos próximos quatro anos na capital rondoniense. Ao mesmo tempo, o vencedor, terá grandes desafios para enfrentar, como ampliar as redes de abastecimento de água e esgoto, dar mais infra-estrutura aos bairros, melhorar as demandas essenciais como as de saúde e educação, além de reforçar o sistema de transportes coletivos e prosseguir com o projeto de regularização fundiária iniciada nesta gestão. Ainda são milhares de terrenos a espera de escritura.
Contando com uma população de aproximadamente 400 mil habitantes, e um eleitorado de quase 260 mil eleitores, o município Porto Velho vai eleger em outubro seu sétimo prefeito pelo voto direto, desde a criação do estado. A capital rondoniense é uma das 79 cidades brasileiras em condições de realizar pleito em dois turnos, já que conta com mais de 200 mil eleitores, conforme norma do Tribunal Superior Eleitoral-TSE.
Com sete candidatos pleiteando o Palácio Tancredo Neves, sede da prefeitura local, mesmo com o favoritismo inicial do atual prefeito Roberto Sobrinho (PT), a fragmentação do eleitorado com tantas postulações, indica que ele não conseguirá fazer mais de 50 por cento dos votos, para decidir a parada em primeiro turno. Confira o panora
ma das eleições na capital.
Orçamento reforçado
Caberá ao próximo prefeito também a conclusão de obras importantes, que estão começando na atual administração, como a nova rodoviária, o terminal fluvial de passageiros (o porto do Cai N'Água) etc. O sucessor de Sobrinho, (que pode ser ele mesmo...) também vai assistir momentos de glória: até o final da próxima gestão deverão estar concluídas as usinas do Complexo do Madeira. Até lá, a capital pode saltar de 400 para 500 mil habitantes, ultrapassando demograficamente capitais mais tradicionais, como Vitória (ES) e Florianópolis (SC).
O revezamento quebrado pelo PT
Ao longo dos anos 80 e 90, os partidos ligados ao PMDB e ao antigo PFL se revezaram no Palácio Tancredo Neves, sede da prefeitura de Porto Velho. Jerônimo Santana (PMDB) - e seu vice Tomás Correia que encerrou o mandato - foram substituídos nas eleições de 1988 pelo então ex-deputado federal Chiquilito Erse (PFL). A corrida de revezamento continuaria com a eleição de José Guedes (PSDB) em 92. Guedes saiu do PMDB para fundar a legenda tucana no estado.
Nas eleições municipais de 96, o ex-prefeito Chiquilito Erse voltaria ao cargo, mas enfermo não cumpriria o segundo mandato, ficando com sua cadeira, o seu vice, Carlinhos Camurça nos últimos dois anos ocupando as funções e, se reelegendo em 2000, para ser substituído pelo petista Roberto Sobrinho em 2004.
As eleições de 2004 marcariam a hegemonia do PT na capital, quebrando a alternância de poder de dois grupos políticos – um deles tendo como sua maior liderança o PMDB de Jerônimo Santana, outro originariamente ligado ao falecido governador Teixeirão, com lideranças egressas do PDS e, depois PFL e seus filhotes).
Legendas de ponta nas décadas passadas, o PMDB e o PFL (hoje denominado Democratas), enfraqueceram e não conseguem lançar nem candidaturas próprias. O PT de Roberto Sobrinho, o PSB de Mauro Nazif e o PV de Lindomar Garçon são consideradas hoje as grandes forças da disputa. Completa a lista de lideranças na peleja municipal, o médico Alexandre Brito (PTC), o ex-deputado Hamilton Casara (PSDB), o ex-vereador David Chiquilito Erse (PC do B) e o professor Adilson Siqueira (PSOL).
Para derrotar o prefeito Roberto Sobrinho existe um esforço hercúleo da oposição, além de trazer Nazif em cima da hora para a disputa, foi firmado um pacto entre quatro dos prefeituraveis da oposição – Garçom, Nazif, Alexandre Brito e Casara – dando conta que quem for para o segundo turno ganhará o apoio dos restantes. Nem David Chiquilito (PC do B), tampouco Adilson Siqueira (PSOL) aceitaram participar do enredo, que na verdade tem patrocínio do Palácio Presidente Vargas.
Na oposição, a batalha
Por um
a vaga no 2º turno
O Pacto da Oposição
Nenhum dos candidatos da oposição admite sequer a possibilidade de uma vitória do atual preito Roberto Sobrinho em primeiro turno. Sabem, no entanto, que o inquilino do Palácio Tancredo Neves se encontra bem nas pesquisas, e tentarão reverter uma situação desfavorável durante o horário gratuito. “A propaganda maciça das obras acabou e o jogo está mais equilibrado”, acredita Garçom (PV), candidato que tem o apoio do governador Ivo Cassol e das agremiações da base aliada na disputa local.
Ao final das convenções na capital, a surpresa foi à definição do deputado federal Mauro Nazif (PSB), atraído por uma articulação palaciana para reforçar a oposição e provocar uma eleição em dois turnos na capital. A articulação é atribuída ao governador Cassol e ao presidente regional do DEM José Bianco.
Agora começa uma batalha autofágica na oposição. Ocorrendo segundo turno com o atual prefeito Roberto Sobrinho, só vai ter uma vaga. Serão seis candidatos disputando essa vaga e mais adiante a tendência é a coisa ferver entre o candidato do governador Cassol, Garçon e Mauro Nazif, melhor aquinhoados nas pesquisas.
Conheça os candidatos
Veja o perfil dos postulantes à prefeitura de Porto Velho e as suas possíveis chances para o pleito em outubro. Pela primeira vez a capital terá sete candidatos, numa disputa que promete ser acirrada mais adiante por causa da necessidade da polarização e da busca do voto útil na reta final
ROBERTO SOBRINHO (PT) - Larga como favorito e deverá ser bombarbeado pela oposição durante o horário gratuito. Acredita que no segundo turno terá apoio daqueles que sobrarem na briga dos oposicionistas. Afinal apenas um dos seus terá a vaga para o segundo turno.
MAURO NAZIF (PSB) – Disputa a prefeitura pela terceira vez e esta calejado. Tem um eleitorado fiel e busca revanche contra Sobrinho. Tem mais consistência política do que os demais oposicionistas para alçar o segundo turno.
LINDOMAR GARÇON (PV) - Com apoio da máquina estadual, o deputado federal Lindomar Garçom disputa a prefeitura da capital com a maior coligação. Se valer o apoio do governador, chega na grande final. Precisa ainda vencer resistências nos formadores de opinião.
ALEXANDRE BRITO (PTC) – Teve sua candidatura esvaziada pelo governador em favor de Garçom. É o deputado estadual mais votado na capital e acredita na renovação dos quadros locais para chegar ao segundo turno.
HAMILTON CASARA (PSDB) – Ex-presidente do Ibama na gestão FHC, ex-deputado federal, Casara é conhecido nacionalmente, mas tem pouca expressão política no estado. Sua base eleitoral na verdade é mais forte em Guajará Mirim e o Vale do Guaporé.
DAVID CHIQUILITO ERSE (PC DO B) – Filho do ex-prefeito Chiquilito, vereador cassado, tem apoio do Diretório Nacional. Como estratégia, não atacará o atual prefeito no horário gratuito. Ainda se suspeita na cidade que o PC do B na verdade, seja uma sigla aliada do Palácio Tancredo Neves.
ADILSON SIQUEIRA (PSOL) – Candidato dos mais qualificados, deve se consagrar nos debates, como já fez na disputa ao governo estadual. Seu discurso é consistente e sua língua é afiada. Tem muito a crescer nesta e nas próximas jornadas.
A disputa em 2010,
Como pano de fundo
O pano de fundo das eleições na capital é a sucessão estadual em 2010. Por isso, se formaram dois grandes agrupamentos políticos que disputam as prefeituras, palmo a palmo, nos 52 municípios rondonienses.
De um lado está às forças capitaneadas pelo governador Ivo Cassol, o senador Expedito Júnior – com mandato cassado, mas se mantendo no cargo a custo de sucessivas liminares na justiça - e o prefeito de Ji-Paraná José Banco. Liderando as oposições, o PMDB do senador Valdir Raupp, o PT da senadora Fátima Cleide e o PDT, do presidente regional do PDT, Acir Gurgacz.
O bloco governista, para equilibrar a disputa municipalista mexeu os pauzinhos na capital, em Ariquemes, Cacoal e Vilhena, onde montou coalizões mais fortes para fazer frente ao favoritismo do bloco PMDB/PT/PDT. Na capital atraiu Nazif para gerar segundo turno; em Ariquemes juntou a dupla Daniela/Lourivaldo Amorim, em Cacoal retirou a candidatura de Nilton Capixaba para apoair Glaucioni Néri e, em Vilhena, formatou um “frentão” pilotado por Zé Rover, para derrubar Melki Donadon.
As primeiras sondagens apontam vitória do bloco oposicionista estadual na capital com Roberto Sobrinho e nos principais colégios eleitorais do estado, exceto Ji-Paraná e Ouro Preto, onde os favoritos são respectivamente José Bianco (DEM) e Alex Textoni (PTN), ligados ao atual governador. A ponta em Cacoal é do padre Franco (PT); em Ariquemes de Confúcio Moura (PMDB), em Vilhena com Melki Donadon (PMDB) e em Jaru do impugnado Batista da Muleta (PMDB). O PDT lidera em Presidente Médici, com Gilson Borges.
A sucessão está nas ruas. Rondônia acabar de ultrapassar a marca de milhão de eleitores – somos 518.891 homens e 509.724 mulheres – mostrando expressivo crescimento nos últimos dois anos.
PANORAMA DAS ELEIÇÕES EM RONDÔNIA
DIÁRIO ABRE ESPECIAL SOBRE ELEIÇÕES 2008
Fonte: Carlos Sperança, editor político do Diário da Amazônia e editor de Genteopinião
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