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Carlos Sperança

Em tempos de crise + A mentira + Os equívocos + Fechando apoio


Em tempos de crise + A mentira + Os equívocos + Fechando apoio - Gente de Opinião

Em tempos de crise

Ninguém apostaria um centavo, depois de 90 dias de pandemia do coronavírus, que a prefeitura de Porto Velho e o governo do estado tivessem ainda folego para continuar pagando seus servidores no mês trabalhado. Pois é o que está acontecendo, segurando daqui e dali, economizando os trocados, o prefeito Hildon Chaves (PSB) e o governador Marcos Rocha (Aliança pelo Brasil) tem se mostrado seguros no gerenciamento dos seus recursos. São dois bicudos que não se beijam, mas ambos tem mostrado eficiência no plano econômico.

Se conhecem bons gestores em tempos de crise. Chiquilito Erse assumiu  Porto Velho sem sequer uma viatura na sua posse, pegou uma baita enchente pela frente, mas conseguiu se destacar no antigo Paço Tancredo Neves ao final dos anos 80 com o prefeito de Curitiba Jayme Lerner, como um dos dois melhores alcaides do Brasil. No governo do estado, José Bianco, crucificado pelas demissões, pegou um buraco negro, com  quatro meses de atraso do pagamento do funcionalismo, mais o décimo terceiro-salário, a aftosa arrasando nossa economia e entregou o Palácio Presidente Vargas ao sucessor Ivo Cassol com  fartos recursos conquistados do Pacto Andino para seu ex-aliado se consagrar.

Lembrando ainda que o ex-prefeito Mauro Nazif (PSB) foi vítima da maior tragédia natural de Porto Velho com a enchente histórica que arrasou a cidade, afundou a economia,  mas  ele tocou o barco da melhor forma possível – heroicamente até – já que os recursos prometidos pelo estado e pela União tinham sido caloteados. Na maior pandemia de nosso tempos, uma verdadeira tataraneta da gripe espanhola,  assistimos agora nosso alcaide Hildon Chaves lutar como um leão para não ser tragado politicamente pela peste fora de controle e tratada pelo viés econômico pelo governo estadual.   

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A mentira

Grande escritor de obras populares como A Máquina do Tempo e A Guerra dos Mundos, H.G. Wells tinha a publicidade como “a mentira legalizada”. A palavra em si e a comunicação em geral também podem mentir, mas a publicidade é um direito de quem precisa dar algo a conhecer e um dever constitucional para que nada feito por delegação do povo fique escondido dele.

Os equívocos

Há sérios equívocos cometidos por uma visão superficial, ingênua ou maliciosa do que seja “publicidade” e “narrativa”. Pode-se ter delas a visão mau humorada de Wells ou a certeza de que a propaganda mentirosa logo levará o produto anunciado à desmoralização. Igualmente, a narrativa que não bate com a realidade leva ao descrédito quem narrou.

O respeito

O vice-presidente Hamilton Mourão supõe que em 2019 o governo perdeu o discurso e o domínio da narrativa sobre a Amazônia, causando a péssima imagem que o Brasil tem hoje no exterior. O discurso e a narrativa baseados na negação dos fatos pôs a perder o respeito que o Brasil deveria merecer do mundo como guardião da preciosa Amazônia.

A receita

A tarefa, agora, é mudar a imagem com uma narração baseada em fatos. Pela receita de Mourão, “a primeira coisa que temos que reconhecer é que existem erros” e de imediato mostrar com clareza que não existe omissão. Nesse caso, a melhor narrativa é agir. Uma ação vale por mil imagens, palavras e narrativas.

Fechando apoio

Já existiam vários indícios de que o prefeito Hildon Chaves (PSDB) está tocando seu projeto de reeleição em Porto Velho apesar de catimbar o jogo. Agora a coisa ficou mais evidente ainda com o anuncio do apoio do PL a sua candidatura evocada pelo presidente regional, ex-deputado federal Luiz Claudio, atualmente secretário municipal da agricultura, que é o grande destaque da administração tucana.

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*** Além dos conselhos municipais da saúde de Porto Velho e do estado, várias entidades estão se posicionando a favor de um novo lockdow tendo em vista o acelerado número de casos do coronavírus nos últimos dias *** A OAB-Rondônia também entrou no rol das entidades apoiando um novo bloqueio, rejeitado pela classe empresarial e pelo governador Marcos Rocha (Aliança) *** A empresa Azul retorna com seus voos em Rondônia neste final do mês, mas somente em Porto Velho *** As atividades em Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena não foram confirmadas pela empresa aérea justificando a iniciativa por motivos técnicos *** A aceleração da pandemia do coronavírus demorou, mas agora atinge em cheio os estados do Paraná, Minas Geais e Mato Grosso onde a peste tinha fraquejado  nos primeiros meses.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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