Terça-feira, 23 de junho de 2020 - 10h16
Em tempos
de crise
Ninguém apostaria um centavo, depois de 90 dias
de pandemia do coronavírus, que a prefeitura de Porto Velho e o governo do
estado tivessem ainda folego para continuar pagando seus servidores no mês
trabalhado. Pois é o que está acontecendo, segurando daqui e dali, economizando
os trocados, o prefeito Hildon Chaves (PSB) e o governador Marcos Rocha
(Aliança pelo Brasil) tem se mostrado seguros no gerenciamento dos seus
recursos. São dois bicudos que não se beijam, mas ambos tem mostrado eficiência
no plano econômico.
Se conhecem bons gestores em tempos de crise.
Chiquilito Erse assumiu Porto Velho sem sequer
uma viatura na sua posse, pegou uma baita enchente pela frente, mas conseguiu
se destacar no antigo Paço Tancredo Neves ao final dos anos 80 com o prefeito
de Curitiba Jayme Lerner, como um dos dois melhores alcaides do Brasil. No governo
do estado, José Bianco, crucificado pelas demissões, pegou um buraco negro,
com quatro meses de atraso do pagamento
do funcionalismo, mais o décimo terceiro-salário, a aftosa arrasando nossa
economia e entregou o Palácio Presidente Vargas ao sucessor Ivo Cassol com fartos recursos conquistados do Pacto Andino
para seu ex-aliado se consagrar.
Lembrando ainda que o ex-prefeito Mauro Nazif
(PSB) foi vítima da maior tragédia natural de Porto Velho com a enchente histórica
que arrasou a cidade, afundou a economia, mas ele
tocou o barco da melhor forma possível – heroicamente até – já que os recursos prometidos
pelo estado e pela União tinham sido caloteados. Na maior pandemia de nosso
tempos, uma verdadeira tataraneta da gripe espanhola, assistimos agora nosso alcaide Hildon Chaves
lutar como um leão para não ser tragado politicamente pela peste fora de
controle e tratada pelo viés econômico pelo governo estadual.
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A mentira
Grande
escritor de obras populares como A Máquina do Tempo e A Guerra dos Mundos, H.G.
Wells tinha a publicidade como “a mentira legalizada”. A palavra em si e a
comunicação em geral também podem mentir, mas a publicidade é um direito de
quem precisa dar algo a conhecer e um dever constitucional para que nada feito
por delegação do povo fique escondido dele.
Os equívocos
Há
sérios equívocos cometidos por uma visão superficial, ingênua ou maliciosa do
que seja “publicidade” e “narrativa”. Pode-se ter delas a visão mau humorada de
Wells ou a certeza de que a propaganda mentirosa logo levará o produto
anunciado à desmoralização. Igualmente, a narrativa que não bate com a
realidade leva ao descrédito quem narrou.
O respeito
O
vice-presidente Hamilton Mourão supõe que em 2019 o governo perdeu o discurso e
o domínio da narrativa sobre a Amazônia, causando a péssima imagem que o Brasil
tem hoje no exterior. O discurso e a narrativa baseados na negação dos fatos pôs
a perder o respeito que o Brasil deveria merecer do mundo como guardião da
preciosa Amazônia.
A receita
A
tarefa, agora, é mudar a imagem com uma narração baseada em fatos. Pela receita
de Mourão, “a primeira coisa que temos que reconhecer é que existem erros” e de
imediato mostrar com clareza que não existe omissão. Nesse caso, a melhor
narrativa é agir. Uma ação vale por mil imagens, palavras e narrativas.
Fechando apoio
Já
existiam vários indícios de que o prefeito Hildon Chaves (PSDB) está tocando
seu projeto de reeleição em Porto Velho apesar de catimbar o jogo. Agora a coisa
ficou mais evidente ainda com o anuncio do apoio do PL a sua candidatura
evocada pelo presidente regional, ex-deputado federal Luiz Claudio, atualmente
secretário municipal da agricultura, que é o grande destaque da administração tucana.
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*** Além dos conselhos municipais da
saúde de Porto Velho e do estado, várias entidades estão se posicionando a
favor de um novo lockdow tendo em vista o acelerado número de casos do coronavírus nos últimos dias *** A OAB-Rondônia também entrou no rol das
entidades apoiando um novo bloqueio, rejeitado pela classe empresarial e pelo
governador Marcos Rocha (Aliança) *** A
empresa Azul retorna com seus voos em Rondônia neste final do mês, mas somente
em Porto Velho *** As atividades em Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena não foram
confirmadas pela empresa aérea justificando a iniciativa por motivos técnicos *** A aceleração da pandemia do coronavírus demorou, mas agora atinge em cheio os estados do Paraná, Minas Geais e Mato Grosso
onde a peste tinha fraquejado nos
primeiros meses.
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