Sábado, 10 de setembro de 2016 - 06h33
O Pacto federativo
No mesmo dia – data da independência - em que os sem terra lançaram seu manifesto com o Grito dos Excluídos, os prefeitos brasileiros emitiram seu berro por socorro. Com as finanças cambaleantes, diante dos rigores da Lei de Responsabilidade Fiscal, da baixa arrecadação ocasionada pela crise econômica, os alcaides tentam sensibilizar o governo Temer e o Congresso Nacional aumentar o aporte de recursos.
A aprovação de um novo Pacto Federativo, obrigando a União a distribuir de forma mais justa os seus recursos para os estados e municípios é considerada a melhor saída para a crise municipalista. Atualmente a divisão do bolo empobrece ano a ano as administrações municipais que ficam com apenas 18 por cento da arrecadação nacional, enquanto os estados garantem 25 por cento do bolo de recursos e a União, a fatia do Leão, com 57 por cento.
Sem a revisão urgente da distribuição dos tributos auferidos, com uma revisão justa, os prefeitos brasileiros não vêem como empreender obras e melhorar as condições de ensino, de saúde, segurança pública, transporte e a própria qualidade de vida de suas populações.
EMPREGO E RENDA
Decidido a reduzir o desemprego no país – já somam 12 milhões os “sem emprego” – o governo Michel Temer pensa em fomentar a construção civil e garantir melhor aporte de recursos para financiamento de imóveis novos e usados através dos bancos oficiais, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, etc. Acredita-se também na Esplanada dos Ministérios, que investir maciçamente nas obras paralisadas pelo Brasil afora e ampliar as linhas de financiamentos da casa própria, sejam a forma mais rápida de uma resposta a sociedade na dramática questão da geração de empregos.
De fato, a construção civil foi muito afetada pela crise econômica e é um dos segmentos mais atingidos neste longo período de recessão que o Brasil atravessa. Grandes mercados imobiliários como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, estão à míngua e também se constatou que Rondônia foi seriamente penalizada. Neste setor é onde se encontra a grande ferida da falta de postos de trabalho no estado.
Como conseqüência da crise na construção e um mercado retraído, num efeito cascata, também o ramo imobiliário foi nocauteado. Em cidades, como Porto Velho, se constatam milhares de desempregados perambulando pelas ruas na busca de ocupação.
As atrocidades
Vendo pela internet noticias de jornais eletrônicos de diferentes regiões do País, constatei a coincidência e o aumento de casos de abandono de bebês recém-nascidos. Um foi jogado no lixo, outro numa calçada – resistiu á temperatura abaixo de 6 graus no inicio da semana no sul do País - e o terceiro encontrado numa sacola plástica na porta de uma casa.
A coincidência é que nestes casos tivemos um final feliz, os três conseguiram sobreviver, mas a grande verdade é que a maioria dos recém nascidos abandonados acaba morrendo, de fome ou de frio. É uma triste realidade que vem assombrando cada vez mais e que causam amargas reflexões sobre a conduta da raça humana. A que ponto o ser humano chegou abandonando crianças para morrer? Seja no Brasil ou nas guerras do mundo afora, milhares de crianças estão morrendo, desamparadas.
Santo Agostinho, nas Confissões, se indagava “Deus, sendo bom, fez todas as coisas boas. De onde vem o mal?” O poeta polonês ganhador do Nobel da Literatura, responde, numa frase que li na revista Veja: “O mal (e o bem) vem do homem”. Pois é, é a raça humana se superando ano após ano em termos de maldade, de violência e falta de sensibilidade.
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