Segunda-feira, 6 de junho de 2016 - 22h01
Aqui, o Nordeste
O verão apenas esta começando em Porto Velho – chuvas esparsas ainda minimizam a fumaça das queimadas – e boa parte da cidade, nas regiões mais populosas, se vê diante do grave problema do abastecimento de água tratada. Nos bairros das regiões mais afetadas – Zonas Norte e Sul e na região de Expansão da Zona Norte – se vê o suplicio de populares carregando latas de água na cabeça como se vê no sertão nordestino.
Bicas improvisadas de almas generosas ajudam a diminuir o martírio da população periférica em áreas até pouco tempo consideradas invasões e que até hoje não são beneficiadas com água e a energia ainda é transmitida por perigosos rabichos. É a Porto Velho terceiro-mundista onde até em ruas centrais se vê fezes pululando por falta de rede de esgoto.
O sucessor do prefeito Mauro Nazif (PSB) – seja quem for até ele mesmo – vai ter um grande trabalho pela frente na área de infraestrutura já que ao lado dos problemas de água, esgoto, falta de energia, creches, saúde, pavimentação das ruas, e segurança pública, a periferia vivencia o drama das alagações no inverno amazônico. Um legado que vai precisar de pelo menos duas boas gestões seguidas para ser equacionado.
Evitar a paralisação
Apupado pelos estudantes e mal das pernas perante o eleitorado jovem, a última coisa que o prefeito Mauro Nazif (PSB) desejava era assinar o reajuste das passagens dos transportes coletivos na capital rondoniense que pula nesta quarta-feira de R$ 2.60 para R$ 3,00. Ainda mais em plena campanha pela reeleição e a medida vinha postergada desde o inicio do ano sob a égide do antigo sistema.
Mas há quatro anos sem reajuste e sob ameaça de paralisação do Sistema Sim que opera os ônibus coletivos, o prefeito se viu na contingência de reajustar os serviços para que a coisa não entrasse em colapso de vez. Chegou a ser aconselhando a chutar o reajuste para depois da eleição, mas optou por angariar o desgaste político ao invés de mentir. Passado recente – da presidente afastada Dilma Roussef, por exemplo, que deixou o aumento de tarifas públicas e combustível para depois da sua eleição – mostra o quanto é revoltante junto à população o engodo e a mentira.
Nazif agiu com parcimônia no aumento do IPTU e neste quesito não teve desgaste. No entanto, não vai escapar agora dos prejuízos eleitorais decorrentes, por força da crise aguda, com inflação alta e desemprego.
Enfim, a revitalização
Num acordo entre a Fecomércio e a prefeitura de Porto Velho as principais avenidas comerciais da capital serão revitalizadas a partir de agora. A palavra de ordem é melhorar o aspecto urbanístico e aumentar a disponibilidade de vagas de estacionamentos em centros de compras de grande movimento como as avenidas Carlos Gomes (região central), Jatuarana (Eldorado, na Zona Sul) e Nações Unidas (região do bairro Nossa Senhora das Graças).
O pontapé inicial vai contemplar estas avenidas e sendo possível ainda na atual administração outras importantes vias poderão ser beneficiadas como a Amador dos Reis (Tancredo Neves, na Zona Leste) e Calama que corta vários bairros, entre outras.
No caso da Avenida Carlos Gomes, a mais atingida pela falta de estacionamento, houve uma verdadeira evasão de lojistas. Um projeto especial de revitalização foi elaborado com o corredor de ônibus transferido para a Duque de Caxias e ruas próximas serão adaptadas para proporcionar centenas de vagas para os compristas desta região. Neste sentido a licitação esta pronta para o início das obras de transformação nos próximos dias.
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