Quinta-feira, 26 de março de 2020 - 11h30
O
folclore político rondoniense registra que uma das maiores dificuldades dos
candidatos ao governo do estado de Rondônia oriundos de Porto Velho nas décadas
passadas em campanha pelo interior rondoniense onde ficam concentrados quase dois
terços do eleitorado era a fama espalhada pelos adversários da roça, de que
eram preguiçosos e que não gostavam de trabalhar. Ocorre que os políticos do
interior, cito os casos dos ex-prefeitos Melki Donadon (Vilhena), Cassol e
Raupp (Rolim de Moura), Acir (Ji-Paraná), Sales (Ariquemes), Carlos Magno (Ouro
Preto), acordavam com as galinhas, e antes do raiar do sol já estavam tomando
chimarrão ou correndo as feiras para que a população soubesse que eles estavam em
atividade.
No
entanto, a maioria dos postulantes ao governo de Rondônia em campanha, oriundos
da capital, naquela época, hospedados pelos hotéis interioranos acordavam tarde
para a lida e despertar oito horas da
manhã na roça era considerado vagabundagem. Os adversários aproveitavam para
cutucar que os representantes da capital
eram preguiçosos. Com uma população bairrista, formada por migrantes
paranaenses, capixabas, gaúchos, mineiros o eleitorado rural rejeitava os
candidatos de fora, considerados “paraquedistas”.
Se
os políticos da capital tivessem aprendido a lição com o governador Teixeirão,
que acordava de madrugada durante seus
governos itinerantes para tocar e inspecionar estradas, certamente seus
discípulos de Porto Velho não teriam sofrido tanto nas garras das lideranças
interioranas - que até hoje falam que os políticos de Porto Velho são
preguiçosos durante as campanhas eleitorais.
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Tempos difíceis
Tempos
difíceis também para as teúdas e manteúdas dos políticos. Com os organismos de
fiscalização mais atentos, muitos servidores fantasmas foram demitidos neste início
de ano em repartições públicas, entre tantos, estavam elas, as ficantes de
políticos. Mas como existe o tal de nepotismo cruzado, e neste caso com um verdadeiro
cipoal de rabos amarrados, ainda temos muitos casos conhecidos espalhados nesta
aldeia rondoniense.
Um cemitério
Desde
quando foi inaugurada em 1984 pelo presidente Figueiredo, a BR 364 tem sido um verdadeiro cemitério para os rondonienses.
Também tem sido uma bacia das almas para os políticos. Ainda em meados dos anos 80, o deputado estadual Jô
Sato (PDS-Colorado do Oeste) eleito
deputado constituinte em 1982 foi uma das primeiras vítimas da estrada. Já, na
década passada, a tragédia envolvendo o deputado federal Eduardo Valverde (PT)
foi uma das mais lamentadas pela população.
Tudo urgente
A
Amazônia é tão grande que nela tudo é urgente e exige pressa. Infelizmente, por
vezes se perde tempo demais travando lutas que não levam a lugar algum. Se a
história tem a qualidade de iluminar os fatos atuais com as luzes do passado
para que os erros não voltem a se repetir, seria conveniente verificar no que resultaram
as guerras travadas na história amazônica.
Pestes e pragas
Depois
de pestes e pragas não é incomum que os desesperados procurem saídas, inclusive
acusar terceiros e atacá-los. Nesta hora tormentosa de Covid-19, a história
aponta o caso da varíola que devastou a mão de obra da região no século
18.Saindo para capturar índios e pô-los em serviço nas colônias, os portugueses
entraram em atrito com a tribo dos Manáos, liderados por Ajuricaba. Mataram o filho
do cacique e sofreram sérias represálias, causando o caos na economia regional
em quatro anos de conflito.
Virou herói
Ajuricaba
foi preso e todo imobilizado por correntes se atirou na água para nunca mais ser
encontrado.Virou o herói popular e o mito que atravessou os séculos, enquanto
de seus captores não resta nem poeira de memória. Essa tragédia, portanto,
começou com uma doença mal resolvida. A lição que fica é enfrentar a doença e
não os doentes. Lutar contra os problemas e não contra quem procura soluções,
como os cientistas, as ongs provadas em ações construtivas e nações amigas que
também estão em luta contra o mal.
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Via Direta
*** No interior do estado de Rondônia já
temos algumas cidades parecendo cidades fantasmas com o advento do coronavirus.
Já não tinham muito movimento e agora a coisa acabou de vez *** Com a Energisa
fechando suas agências por quase duas semanas, teremos um festival e “gatos” em
Porto Velho. A cultura por aqui desde os idos do território é voltado as
ligações clandestinas, até celebridades locais praticam o malfeito *** Com a Gaeco no pé, Tesari dos Expeditos
queimou a indicação de vice do prefeito Hildon Chaves. A coisa está mais para
Garçon da Universal agora *** Mesmo
porque todos os bispos da igreja fecharam com a indicação do ex-deputado *** Sumidos e já sem o controle dos recursos
do fundo partidário do MDB, o ex-senador Valdir Raupp e a ex-deputada federal
Marinha sofrem dificuldades para refazer suas carreiras políticas *** Ainda
mais Raupp, com a Lava Jato no seu pé.
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