O protagonismo das abelhas
A morte do geneticista Warwick Estevam Kerr, no último fim de semana, comove o Brasil e a Amazônia, à qual ele tanto se dedicou, no momento em que as abelhas, a grande paixão de suas pesquisas, atraem como nunca as atenções de pesquisadores, do agronegócio e de uma vasta rede de consumidores que se espalha por todos os cantos do mundo.
Ex-presidente do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que ele encontrou reduzido a quase nada e transformou no efervescente foco de pesquisas que hoje é, Kerr se fez respeitar em todo no mundo e foi o primeiro brasileiro a pertencer à Academia de Ciências dos EUA.
Kerr enfrentou a ditadura, que tanto prejudicou o desenvolvimento da ciência e da educação em geral. Sofreu prisões mas jamais desistiu de suas lutas. Seu trabalho rendeu frutos que se perpetuarão no tempo.
Ao sair da vida para entrar na história, Kerr já pôde assistir ao protagonismo das abelhas na solução do drama dos criadores de gado do Norte de Minas Gerais, onde a seca reduziu os pastos a dois meses ao ano: hoje, eles produzem o raro mel da aroeira, mais valioso que o tradicional e com propriedades exclusivas. Abelha não exige vacina, o “pasto” não tem cerca, o zumbido não incomoda ecologistas e consumidores não boicotam.
A polarização
Embora os votos de Lula também estejam fragmentados na eleição presidencial entre Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT), o poste do ex-presidente Haddad (PT) já vai se encaminhando para o segundo turno com o esfaqueado Jair Bolsonaro (PSL). Daqui prá frente vem o voto útil e a polarização. O que o futuro nos reserva?
Debates na TV
Até as vésperas das eleições, candidatos ao governo de Rondônia travarão debates e serão sabatinados pelas emissoras de rádio e TV. O primeiro ocorreu na terça-feira à noite, patrocinado pelo SBT. No primeiro debate, exceto algumas raras cutucadas, os confrontos não empolgaram. Como a necessidade faz o sapo pular, nos próximos a coisa vai esquentar.
Pela insistência
Alguns políticos rondonienses deveriam se eleger pelo critério da insistência. Como são tenazes. Curió (MDB), o garimpeiro, por exemplo, esta na política desde 82, participando das campanhas e pelejando cargos eletivos. Raimundo Nonato (PT) há uns 20 anos busca se eleger vereador ou deputado. Outro fato curioso são alguns candidatos que nunca se elegeram a nada pleiteando o governo e o Senado.
Vôo solo
O racha petista esta levando o partido a ficar sem
representantes para a Câmara dos Deputados e até a ALE em Rondônia. Para
a Câmara Federal, Padre Tom esta num voo solo, sem o guarda chuva de
uma boa aliança, para a Assembleia Legislativa a coligação com o PSOL só
conta com um nome expressivo, o atual deputado Lazinho. A expectativa é
que Fátima Cleide se firme na disputa ao Senado.
Fazendo as contas
A
classe política esta fazendo as contas. Ao governo, eleição em dois
turnos com Expedito e Acir; ao Senado Confúcio vai se garantindo e outra
cadeira numa disputa encarniçada entre Fátima Cleide (PT) e Valdir
Raupp (MDB). Para a Câmara dos Deputados, as mulheres estão bem
vitaminadas para fazer metade da bancada: Silvia Cristina (PDT),
Jaqueline (PP), Marinha (MDB) e Mariana (PSDB)
Via Direta
*** O vereador Zequinha Araújo (MDB), cotado para uma cadeira na Assembleia Legislativa foi rifado pela justiça eleitoral *** Desfalca a nominata do partido, pois tem forte estrutura de atendimento social *** Os caciques de Rondônia tentam eleger seus parentes nesta temporada ***
Ivo Cassol, sua irmã Jaqueline; Confúcio, a irmã Claudia Moura; Raupp, a
esposa Marinha; Nilton Capixaba a esposa Hosana, Adelino Folador, o
filho Lucas *** São os clãs políticos marcando presença no pleito.
Quarta-feira, 27 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)