Quarta-feira, 31 de outubro de 2018 - 22h50
Balaio de incertezas
Há 90 anos, quando Werner Heisenberg formulou o “princípio da incerteza”, é evidente que não tratou de sensações humanas, mas da impossibilidade de precisar o estado de um elétron.
Ainda assim, é tão impossível saber a posição exata que um elétron ocupa na eletrosfera de um átomo quanto foi impossível para o eleitor saber no que, exatamente, ele votou nas eleições presidenciais.
Os candidatos alteraram tanto programas durante a campanha que toda ela foi um princípio, meio e fim repleto de incertezas. Fora do balaio das incertezas há só uma certeza: agora não é mais um jogo pela vitória – trata-se de enfrentar uma realidade que passou ao estado de imensa incerteza desde que o Brasil não soube enfrentar a crise de 1973.
A tragédia do período 1979-83 produziu efeitos perniciosos e pertinazes. Sequer a melhor engenharia econômica instituída para enfrentá-los – o Plano Real – escapou dos efeitos negativos.
Na Amazônia, especificamente, as incertezas são tantas que abrangem desde a floresta minguando sem parar, com tudo que isso implica para as futuras gerações, até os rumos industriais, passando pelas sempre candentes questões de energia, segurança, diversidade étnica, migração e fronteira.
A base aliada
O governador eleito Marcos Rocha (PSL) já acompanha com atenção a votação da proposta orçamentária 2019 do governo estadual na Assembleia Legislativa. Ao mesmo tempo procura formar a sua base aliada – estimada até o momento em 14 dos 24 deputados – na próxima legislatura quando terá desafios importantes para superar. A se confirmar a informação, trata-se de uma maioria confortável.
A conclusão
Já, o atual governador Daniel Pereira (PSB) que cumpre mandato tampão desde a renuncia de Confúcio Moura para disputar o Senado, esta facilitando o processo de transição para a nova gestão e procura deixar tudo pronto em termos licitatórios para a conclusão do Hospital de Emergência de Guajará Mirim. Este será seu melhor legado para seu sucessor.
Legado de Maurão
Já, o presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, Maurão de Carvalho (MDB), deixará um bom legado ao seu sucessor. Prejudicado pelas brigas do MDB na eleição 2018 e com isto derrotado na eleição ao governo, Maurão entregará o cargo com as contas em dia, com a nova sede da casa de leis concluída. Não bastasse, com a moral do Legislativo em alta afastado dos escândalos que ocorreram nas gestões anteriores.
As alagações
Que ninguém diga que o atual prefeito Hildon Chaves (PSDB) não se esforçou no seu compromisso de combate as alagações na capital. Foram feitos investimentos maciços em macrodrenagem nos últimos dois anos, no entanto as demandas neste campo da infraestrutura vão precisar pelo menos mais umas três boas gestões. Por conseguinte, não será neste inverno que a coisa estará resolvida.
Novas lideranças
Na capital, as eleições 2018 ratificaram a liderança do deputado estadual Leo Moraes (Podemos) eleito para a Câmara dos Deputados e o nascimento de outro forte predador, Vinicius Miguel (Rede) mais votado em Porto Velho ao governo no primeiro turno. Nesta temporada eles engoliram as lideranças tradicionais nas urnas e a população espera muito deles a partir de agora nesse ambiente de renovação.
Via Direta
*** Com a estação das chuvas, muitas obras relativas à pavimentação e encascalhamento de ruas e estradas serão paralisadas em Rondônia e chutadas para o próximo verão *** Preocupante a afirmação do governador eleito Marcos Rocha de que o governo estadual acabou perdendo recursos importantes para obras de vulto no estado *** È o caso de acertar tanto os projetos técnicos equivocados como acabar com a malversação de recursos nos próximos anos.
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