Terça-feira, 22 de novembro de 2011 - 05h02
Ao meio de tantas especulações, ontem,oreflexo mais imediato da Operação da Polícia Federal, que redundou na prisão do presidente da Assembléia Legislativa Valter Araújo e o afastamento de quase toda mesa diretora do parlamento estadual pela justiça – exceto os deputados José Hermínio e Maurão de Carvalho – é a definição de uma nova mesa diretora.
Dois fronts
Na ALE, o deputado estadual José Hermínio (PSD) assumiu a presidência da Casa de Leis já pensando em moralizar a coisa. Em outro front, temos o governador Confúcio Moura e o cacique Valdir Raupp interessados em emplacar um nome da base aliada no comando do Parlamento.
As cogitações
As cogitações iniciais indicam que para a escolha de uma nova mesa José Hermínio sai na frente, porque assumiu a titularidade da Casa. No entanto, desta vez a mão do governador será mais decisiva para a definição de um novo comando. E diante deste novo cenário havia uma série de especulações na tarde de ontem.
Já, se tratando das eleições municipais do ano que vem, vários prefeituráveis, como se viu, queimaram o filme. Desde Zequinha Araújo (PMDB), a Epifânia Barbosa, presidente regional do PT, que é a grande surpresa do mar revolto do parlamento estadual. E Valter Araújo arruína de vez seu projeto de chegar ao Senado em 2014.
Ainda com relação à queda de Araújo, teremos mais reflexos para 2014. Como e sabe, ele seria o candidato ao Senado do PTB em dobradinha ao governo com o atual senador Ivo Cassol, que perdendo o aliado ficará ainda mais isolado no panorama político regional. A dobradinha vai para as cucuias.
O PT, uma legenda que sempre se posicionou rapidamente contra a corrupção e os desmandos, acabou catimbando o jogo com o envolvimento da sua presidente regional Epifânia Barbosa atingida pela Operação da Polícia Federal. Houve grande perplexidade no meio dos petistas. (Clique AQUI e assista declaração do prefeito Roberto Sobrinho do PT).
Ganha força
Com a desgraceira ocorrida com Epifânia e Cláudio Carvalho que já de volta a secretaria de Trânsito, sobrou ao PT o nome da ex-senadora Fátima Cleide para disputar a prefeitura de Porto Velho no ano que vem. Aliás, se trata da melhor opção da legenda e Fafá conta com apoio da presidente Dilma Roussef.
O ex-senador Expedito Júnior (PSDB) disse ontem que o ex-governador e atual senador Ivo Cassol, atualmente seu grande desafeto político só vai conseguir pegar o PR goela abaixo quando galinha criar dente. Como sabe, Ivo gestionou em Brasília a queda de Miguel de Souza, atual presidente do partido, para arrebentar o chamado “Frentão”.
Ele foi o grande governador amazônico da primeira metade do século XVIII. O taxaua (cacique) Ajuricaba teve uma história de força, coragem e heroísmo marcantes, dando origem ao orgulho que os nascidos na região sempre tiveram de se intitular “Manaus” ou “manauaras”.
Ajuricaba organizou um sistema de vigilância que dificultava o deslocamento dos portugueses pelos rios e lagos. O governo do Grão-Pará, subordinado diretamente a Lisboa, era sediado em Belém e a Capitania do Rio Negro ficava sob sua jurisdição.
Uma guarnição portuguesa estava encastelada na Fortaleza de São José da Barra, o Forte da Barra, posto militar construído sob o comando de Francisco da Mota Falcão, por ordem do governador Geral do Pará, para resguardar o rio Negro das invasões inimigas da Coroa Portuguesa (holandeses e espanhóis).
O Forte da Barra seria a origem da cidade de Manaus. Para além dessa fortaleza que ostentava a soberania lusitana sobre a região, o domínio era dos índios Manaós (ou Manaus), nação indígena do grupo aruaque, cujo líder, o cacique Ajuricaba, criava sérios embaraços para o pleno controle português.
Supõe-se que o nome do líder indígena que viveu no século XVIII nos arredores da futura capital amazonense e ali construiu uma fortíssima lenda pessoal tenha origem nas palavras tupis ajuri (ajuntamento) e caba (marimbondo), ou seja, “ajuntamento de marimbondos”.
Desde pelo menos 1530 já se espalhava à lenda do rico rei El Dorado, cujo reino ficaria junto a um lago (Manoa). Como não foi encontrado nos séculos seguintes nas regiões de colonização espanhola, as cidades de ouro poderiam estar na região ferrenhamente protegida pelo cacique Ajuricaba, cujas riquezas áureas estavam concentradas em sua liderança e valentia.
A ocupação lusa na Amazônia tinha como uma de suas estratégias deslocar populações indígenas para determinadas localidades onde ficavam mais suscetíveis à catequização promovida pelos religiosos para domesticá-los e aos colonos para utilizar sua mão-de-obra. Tais expedições eram denominadas descimentos.
Via de regra esses deslocamentos se davam à força, contra a vontade dos indígenas, que não tinham interesse em abandonar seis costumes para se escravizar aos hábitos e objetivos dos portugueses, geralmente em trabalhos forçados.
Via Direta
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