Sábado, 15 de outubro de 2016 - 23h34
A coisa vem de longe
O que leva os caciques do PMDB sempre escolher candidatos sem chances de se eleger na capital? A coisa vem de longe e a prática existe desde os idos do governador Jerônimo Santana. Este mesmo jogo rolou com o lançamento de Willians Pimentel nesta temporada, postulante que acabou ficando com votação inferior a Hildon Guedes (PSDB), Léo Moraes (PTB), Mauro Nazif (PSB) e Roberto Sobrinho (PT), o ultimo carcomido e sangrando pela inelegibilidade.
Além de escolher candidatos com poucas chances de vitória como foi com Sérgio Carvalho (quando se elegeu Chiquilito), José Augusto (quando da vitória de Mauro Nazif) e Willians Pimentel (fora até do segundo turno), os caciques e governadores tem o hábito de criar confusão com prefeitos da capital. Tomás Correia, José Guedes e Roberto Sobrinho tiveram problemas com governadores e Mauro Nazif, também, neste final de gestão com o governador Confúcio Moura.
A explicação nos bastidores é que embora funcionando como cemitério de prefeitos, o Paço Tancredo Neves é considerado uma plataforma de lançamento de predadores. Daí a retaliação dos governadores e é a capital que paga o pato.
Enfim, a Renovação
A atual legislatura da Câmara Municipal de Porto Velho pagou caro uma gestão de escândalos, de omissão e de improbidades nas eleições deste ano. Foi penalizada pelo eleitorado da capital com uma renovação de 70 por cento dos seus quadros, dois terços da atual composição foi para as cucuias.
Mas nem tudo andou dentro dos conformes. O legislativo municipal reelegeu dois vereadores envolvidos - foram até pesos - com a justiça – casos de Jair Montes e Marcelo Reis – e trouxe de volta o ex-vereador Zequinha Araujo, conhecido como o dançarino da impunidade por comemorar o recebimento de regalias arriscando passos de forró.
Mas temos muito a comemorar. A eleição do professor e historiador Alex Palitot, o mais votado, representa uma renovação saudável e criativa para o Legislativo. Luan da TV, outro novato eleito, ingressa na Casa de Leis, com a proposta de devolver aos cofres públicos as verbas de representação, fato que não tem agradado os políticos tradicionais da casa.
A representação feminina manteve Elis Regina (PC do B) para mais um mandato e trouxe a ribalta a apresentadora de TV Cristiane, a pastora Joelna Rouder e a ativista Ada Dantas.
Todos contra Hildon
No fechamento de apoios para o segundo turno, o deputado Léo Moraes (PTB) lidera com folga a corrida ao Palácio Tancredo Neves. Estarão no mesmo palanque em sua defesa todos os políticos tradicionais de Rondônia, desde Ivo Cassol, Confúcio Moura, Valdir Raupp, Nilton Capixaba, Willians Pimentel até os quadros provenientes da composição atual do prefeito Mauro Nazif (PSB) e do ex-prefeito Roberto Sobrinho (PT).
Nas contas da articulação do candidato trabalhista, ele encontrou a poção mágica da vitória, mas nas contas deste colunista, ele pegou o caminho do despenhadeiro. A história política rondoniense mostra que estas grandes coligações, feitas a partir de acordos de rachachás de cargos e fragmentando o poder do gestor, acaba em confusão mesmo com o candidato eleito.
Ocorre que os caciques empoleirados no palanque de Léo Moraes trazem junto com eles também o desgaste político de décadas de rapinação do erário. E são daquela espécie de raposas felpudas que não oferecem apoio de graça prá ninguém. Estou convicto de que o eleitorado estará de olho vivo, pois nesta coalizão tem junto e misturados desde Ivo Cassol até os “sanguessugas” e os “Lavas a Jatos”.
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