Sexta-feira, 11 de novembro de 2016 - 07h02
Desde sexta-feira, o governo do Estado tem um novo secretário de Segurança para chamar de seu. Trata-se do coronel Lioberto Caetano, um sujeito afável, como era também seu antecessor, Antônio Carlos Reis, dado à diplomacia e às relações humanas, mas que deixou um legado sofrível numa área estratégica.
Entendo que nada vai adiantar a mudança, se não for alterada a mentalidade governamental. Não temos um plano de segurança. Os presídios estão fora de controle, o tráfico de drogas se alastra pelos bairros e nossas fronteiras estão desguarnecidas para combater o contrabando de armas, pedras preciosas e o narcotráfico.
O que o novo secretário poderá fazer para mudar o cenário de caos em nossa segurança? A maior parte dos roubos e assaltos é comandada por detentos com celulares dentro das penitenciárias e até hoje o governo não bloqueou o sinal. Os delegados insatisfeitos entregaram os cargos de confiança por falta de condições de trabalho. O novo titular da pasta terá um trabalhão para remendar os estragos – e pelo menos planejar alguma coisa.
Nos idos do território
Em 2 de dezembro de 1980, Rondônia ainda era Território Federal com uma população de 501 mil habitantes, quando a Câmara Federal criou seis novos municípios: Ouro Preto do Oeste, Colorado do Oeste, Espigão do Oeste, Costa Marques, Jaru e Presidente Médici. Naquela época, Rondônia se resumia em sete municípios: Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno, Vilhena e Guajara-Mirim.
Quem mais perdeu espaço geográfico e população com a redivisão territorial foi Ji-Paraná, o município recordista de crescimento populacional no País naquela época com 126 mil habitantes, quase todos migrantes oriundos do Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo. Numa só tacada, a capital da BR perdeu Ouro Preto (que depois iria gerar vários filhotes) e Presidente Médici (originando as cidades da BR-429).
Ainda na década de 80, surgiriam municípios importantes, como Rolim de Moura (Zona da Mata), Colorado do Oeste (Sul) e outras levas foram criadas em seguida até que o Estado chegasse aos 52 municípios nos dias de hoje.
Apertar os cintos
O presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Márcio Lacerda, que administra Belo Horizonte, sintetiza tudo. Os alcaides que vão assumir dia 1º de janeiro vão precisar apertar os cintos. Diante da crise e da falta de recursos ele projeta um cenário sombrio para as futuras gestões.
Economizar tudo o que é possível é o que os gestores fazem no apagar das luzes para fechar as contas ante uma dura e rigorosa Lei de Responsabilidade Fiscal. A situação caótica das municipalidades é vista com grande preocupação também pelo presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Zilkloski.
Pelas previsões funestas dos dirigentes municipalistas, quem pensa fazer carreira a partir de boas gestões nas prefeituras, que vá tirando o cavalo da chuva. As municipalidades poderão se transformar em verdadeiros cemitérios de políticos com tantas demandas sociais para atender e com o caixa vazio.
Em Porto Velho, mesmo com um orçamento anual de mais de R$ 1 bilhão, o panorama é o mesmo. O tucano Hildon Chaves está pegando uma bomba.
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