Quarta-feira, 1 de abril de 2020 - 12h15
Nas
primeiras eleições gerais do estado de Rondônia (menos ao governo do estado) em
1982, Porto Velho elegeria uma vereadora destinada a fama, um verdadeiro furacão.
Era Raquel Cândido, eleita pelo MDB de Jerônimo Santana e Múcio Athayde, que
logo ganharia o estrelato. Mais votada a vereadora, Raquel na eleição de 1986 seria eleita
deputada federal pelo estado com atuação destacada em Brasília.
Encrenqueira
e arruaceira, Raquel ganhou a ribalta política. Destemida, em suas pelejas
acertava pontapés certeiros nos sacos de
políticos, juízes e promotores sem dó e piedade! Nascida em Guajará
Mirim, mas com sua carreira desenvolvida em Porto Velho enfrentava a tudo e a
todos. Na própria Câmara de Vereadores chegou a levar uma surra de um
adversário, com um baita cruzado de direita. Igualmente na Câmara dos Deputados,
depois de desaforos dirigidos a um colega de Rondônia, voltou a ser agredida.
Naqueles idos, não tinha a Lei Maria da Penha!
Sua
popularidade começou a decair ainda nos anos 90, quando num discurso na Câmara
Federal declarou que até 90 por cento da população de Rondônia se envolvia
direta ou indiretamente com o tráfico de drogas. Não chegava a tanto na época.
Hoje em cada quarteirão da capital rondoniense existem um ou dois traficantes.
Parecida
até profecia esta coisa do tráfico. Logo em seguida ruiu a chamada bancada do
pó com a cassação de deputados rondonienses envolvidos com o narcotráfico.
Rondônia, então, estava mais suja que poleiro e se sujaria ainda mais nos anos
seguintes com casos escabrosos da Assembleia Legislativa.
O contingenciamento
Para
enfrentar o coronavirus, o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves lançou um
pacote de bondades. Adiou a cobrança de tributos, inclusive do IPTU, pagou o salário do funcionalismo
antecipadamente em março, aplicou um contingenciamento de recursos de 35 por
cento no orçamento da municipalidade para contar com mais dinheiro para
enfrentar a pandemia. Mesmo assim garante que as obras de limpeza, cascalhamento,
pavimentação continuam seguindo o cronograma normal do início do ano.
Um modelo
A
cada crise volta o sonho ainda incerto de um novo modelo de negócios para a Amazônia,
necessário para separar o joio do trigo, evitando a confusão entre atividades
legais e ilegais, ambas se escorando na tese de que trazem desenvolvimento. Dá-se
o caso do miserável apanhado roubando um litro de leite e outro de cachaça. Justificou
o leite pela urgência de levar o alimento ao filho doente. Difícil foi explicar
a cachaça. Misturar as duas no mesmo pacote estimula a contravenção e o crime.
A hecatombe
Um
novo modelo de negócios tranquilizará o mundo frente às necessidades de
cuidados para conjurar a hecatombe ambiental e sanitária. É principalmente
necessário para estender a mais brasileiros, sobretudo aos povos da região, os
benefícios de uma exploração econômica racional, cuidadosa e sustentável. Essa
necessidade só será preenchida, porém, quando se entender que não basta só
lamentar o impacto destrutivo dos projetos ilegais de mineração, pecuária e
extração de madeira e acusá-los de destruir a Amazônia e o planeta em 2030 ou
2050.
O veneno
Sem
a forja de um modelo de negócios que renda mais, essas atividades bilionárias
prosseguirão. O veneno da jararaca, já se viu, pode render tanto quanto a
carne. Mas como uma andorinha só não faz verão, uma cobra só também não faz um
novo modelo de negócios. É preciso ensinar aos ilegais como podem ganhar mais
com atividades legais, porque medo de multa eles não têm.
Ramo funerário
Antes
da pandemia, já se sabia que alguns segmentos da roda da economia estavam
girando bem em Porto Velho, como hospitais, clinicas, pets, lojas de materiais
de construção, supermercados, entre outras. E a julgar pela inauguração da
moderna e suntuosa funerária Dom Bosco encravada na avenida Pinheiro Machado
com Getúlio Vargas, o ramo também está
bombando. Ampliado e luxuoso, o estabelecimento exibe a musculatura do segmento
na capital rondoniense. Coisa de morto!
Via Direta
*** Derrotados a Assembleia Legislativa
nas eleições de 2018, os ex-deputados Só na Bença (Pimenta Bueno), Airton
Gurgacz (Ji-Paraná)) e Hermínio Coelho (Porto Velho) já se movimentam para
retornar ao pódio nas eleições de 2022 *** O ex-senador e ex-prefeito Ernandes Amorim é
outro que agita as mídias sociais para ser lembrado nas eleições de 2022 na
peleja de um cargo a Câmara dos Deputados ***
A explicação sobre o caos da drenagem em Porto Velho: o sistema foi implantado
há décadas atrás e o modelo está ultrapassado exigindo tubulação mais ampla
para atender o escoamento das águas *** No que tange a esgoto a cobertura
domiciliar atende menos de 5 por cento da população de Porto velho *** Mas constatou-se que em algumas regiões
da cidade será necessária a implantação da macrodrenagem para atender as atuais
necessidades da população sofrida.
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