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Carlos Sperança

O Brasil real + Efeito manada + Mãe Joana + Em pé de guerra


O Brasil real + Efeito manada + Mãe Joana + Em pé de guerra - Gente de Opinião

O Brasil real

Apesar dos perigos, dos crimes, da polarização e dos delírios insanos, a Terra é redonda e se move. A Amazônia, porção ligada ao destino do planeta, registra também movimento incessante, e em todas as áreas, como se nota nas três esferas da República, mesmo com quarentena e distanciamento social.

No Judiciário, por iniciativa do Ministério Público, foi removida a apressada proposta de liberar a plantação de cana de açúcar na região, recuando ao zoneamento para o plantio e operações de financiamento ao setor sucroalcooleiro vigentes desde 2009. Nada impede que haja a liberação, mas a partir de estudos conclusivos sobre impactos mínimos ao meio ambiente.

O Congresso, representação da elite brasileira, sente o choque entre o Brasil do delírio, que quer entrar no clube dos países ricos (OCDE), e o país real, das periferias, onde até o conselho de lavar bem as mãos esbarra na falta de sabão e água. Os congressistas estão diante do desafio de fincar os pés no chão, frear a mania de grandeza e resolver a situação dos pobres.

No Executivo, está marcada para o início de maio uma operação de Garantia da Lei e da Ordem para reduzir o impacto de queimadas e desmatamento no período de seca na floresta, que vai até setembro. Exército, Marinha e Aeronáutica em ação, o mundo terá a oportunidade de assistir o Brasil real em movimento, para além das brigas, gritarias e trocas de acusações.

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Efeito manada

Poderá ser um verdadeiro efeito manada. O atual prefeito de Ariquemes Thiago Flores abriu a temporada de desistências da reeleição e de candidaturas a prefeito neste ano. É fácil entender: por conta da pandemia os alcaides vão acabar o ano com as folhas do funcionalismo atrasadas,  com fornecedores atrasados e furiosos, o desemprego a todo pano e com a popularidade lá em baixo. E pior do que isto é assumir gestões afundadas até o talo. Muitas desistências podem estar  a caminho.

Mãe Joana

O Brasil se transformou numa monumental casa da mãe Joana com a pandemia do coronavírus. O presidente não se entende com governadores, estes não se entendem com os prefeitos. Em Porto Velho, o governador Marcos Rocha (PSL) e o prefeito Hildon Chaves (PSDB) chegaram a trocar farpas pela mídia e não bastando problemas para serem tratados em conjunto, acabam num jogo de empurra-empurra. Até quando, torcida brasileira?

Velho hábito

O antigo hábito dos governadores de Rondônia, que desde os idos do território  era de tratar o prefeito de Porto Velho como um subalterno de suas secretarias, persiste até os dias de  hoje e isto tem gerado entreveros ao longo do tempo. Chaves não pode aceitar este tratamento pois representa uma cidade com um terço da população do estado. Lembro que em suas gestões Camurça e Sobrinho também se insurgiram contra os governadores de plantão.

Em pé de guerra

Nos bastidores se vê um novo pé de guerra entre deputados estaduais e o governador Marcos Rocha. Os principais alvos dos parlamentares são a pasta da Saúde, o DER e Obras. Estas pendengas a gente sabe como começa, mas nunca como termina e pode resultar até no que já está acontecendo no vizinho estado do Amazonas com pedido de impeachment do atual governador cujo mandato  não completou nem dois anos.

Recursos injetados

Com os pagamentos do governo do estado, prefeitura de Porto Velho, Assembleia Legislativa e demais poderes, do funcionalismo federal, aposentados e mais os R$ 600,00 da pandemia, a capital rondoniense vê o comércio reagir em alguns setores, já que  em outros tudo está ainda paralisado. Mas a grande preocupação é o desemprego. São milhares de postos de trabalho ceifados nos últimos trinta dias, um dos maiores índices de desemprego na história.

Via Direta

 

*** Em Brasília, os movimentos de presidente Bolsonaro testam os brasileiros para um novo AI5 *** Já são 6 territórios indígenas invadidos em Rondônia por grileiros, garimpeiros, fazendeiros com o escudo da pistolagem *** Infelizmente a sinalização da esfera federal é de impunidade para as invasões e com isto a situação tende se agravar com novas chacinas em toda a Amazônia ***Segue o calendário eleitoral sem mudanças. O cara-pálida eleitor pode se regularizar até 6 de maio nos cartórios eleitorais se quiser votar nas eleições municipais *** Com atraso em relação aos demais países vizinhos  no combate a pandemia do coronavírus e com decisões equivocadas na saúde, o presidente Jair Bolsonaro vê a situação piorar em todo o País *** Em Rondônia o desrespeito ao isolamento social tem provocados aumentos geométricos dos casos do coronavírus. Uma situação que já está ficando insustentável.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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