Segunda-feira, 11 de janeiro de 2016 - 22h02
O desconfiômetro
Recordo de uma entrevista ao Diário do governador Confúcio Moura quando a situação estava preta – muito preta mesmo! – para ele no meio do seu primeiro governo quando ele disse que tinha “desconfiômetro” e que se a coisa continuasse daquele jeito –rejeição de até 40 por cento - descartaria o projeto de reeleição. Avaliava que para ter chances num segundo mandato precisaria prestar mais serviço para merecer a confiança da população.
Eram tempos bicudos para Confúcio. Apupado por dois poderosos adversários – o senador e ex-senador Ivo Cassol e o então presidente da Assembléia Legislativa Hermínio Coelho - era taxado de “frouxo” e “banana” e a coisa já tinha pegado na praça. Não se dava um dólar furado pela sua reeleição.
Mas as coisas mudaram muito de lá para cá. A sinceridade do governador ajudou muito. Teve então vitórias significativas, desde a reeleição, escapou de um processo de cassação onde foi absolvido e agora nada de braçadas, voa com céu de brigadeiro. Virou o jogo, como virou tantas vezes na sua carreira política catapultada por mandatos eficientes na Câmara Federal e por gestões expressivas como prefeito em Ariquemes.
Ano de incertezas
Começa 2016, um ano de incertezas na política e na economia. No campo político, espera-se um desfecho a respeito de pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a possível queda do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB), no que vai dar a Operação Lava Jato que pode envolver mais e mais políticos empresários e como deverão refletir as novas regras para as eleições municipais ainda mais com a redução dos prazos de campanha em rádio e Televisão.
Também preocupa muito a situação econômica do País. No caso de Rondônia, um estado acostumado a crescer taxas asiáticas do seu PIB, já se constata quedas nas arrecadações das esferas governamentais, seja do governo do estado e dos municípios. A própria municipalidade da capital tem um orçamento de 2018 menor, depois de anos ruins, com enchentes migração de trabalhadores das usinas, fechamento de estabelecimentos comercias principalmente da rede hoteleira, recuo das atividades imobiliárias, etc, etc.
Um novo sistema
Desde domingo, depois de um confronto com sindicalistas que precisou de intervenção da PM, o portovelhense convive com o novo sistema de transportes coletivos e torce para que não tenham trocado as coisas de seis por meia dúzia, já que o numero de ônibus prometido acabou em 110 – quando seriam necessários pelo menos 180 para atender a atual demanda - e nem os articulados e os microônibus começaram a funcionar. Enfim, é um início com muita desconfiança entre todas as partes.
A única boa notícia é que o prefeito Mauro Nazif (PSB) segurou a tarifa em R$ 2,60, enquanto que em cidades do mesmo porte – cerca de 500 mil habitantes – o preço já varia entre R$ 3,00 a R$ 3,30. Ponto para os árabes, já que dirigentes do novo consórcio emitiam sinais que a passagem dos coletivos já pularia para R$ 3,00 no início das atividades das empresas Ideal e da Amazon.
É ingenuidade acreditar que os tataranetos dos fenícios conseguirão manter o preço da tarifa nos atuais patamares, visto que a defasagem foi grande nos últimos anos. O último aumento foi concedido ainda na gestão do ex-prefeito Roberto Sobrinho que naquela oportunidade tirou férias e mandou seu então vice Emerson Castro assinar o decreto da maldade.
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