Quinta-feira, 26 de outubro de 2017 - 22h01
Pagando o pato
Coube a alguns estados da federação, entre eles, Rondônia pagar o pato com a perda de recursos para habitação na ordem de R$ 71 milhões em moradias, para favorecer estados com representações maiores no Congresso, aquinhoados com mais dinheiro no toma lá da cá para salvar o pescoço do presidente Michel Temer nas recentes votações negociadas a preço de ouro. O Ministério das Cidades tratou da maldade.
Os estados favorecidos com a desgraça rondoniense, São Paulo e Minas Gerais detêm as maiores bancadas no Congresso Nacional, além de Goiás que foi outro estado que teve os recursos aumentados graças aos remanejamentos propostos pela Caixa Econômica Federal. Nas arrumações acertadas a região Norte foi à grande discriminada, com o menor aporte de recursos destinados.
O governo do PMDB tem sido terrível para Rondônia. São tantas obras federais atingidas, tantos contingenciamentos de recursos praticados, ou até mesmo ações falseadas como a dragagem do Rio Madeira. Os proprietários das embarcações e das balsas com percurso na Hidrovia do Madeira garantem que quase nada foi feito até agora.
A grilagem de terras
A grilagem de terras na Amazônia atinge dezenas de municípios, principalmente nos estados do Pará, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas. Só em Rondônia, são mais de 100 invasões e para reduzir os conflitos fundiários seria necessária a regularização de pelo menos 35 mil propriedades.
A grilagem de terras públicas vem desde a década de 70 na região amazônica e aumentando ano a ano. Em alguns estados, a falsificação de títulos de propriedades foi alvo até de CPI, como ocorreu no vizinho Estado do Amazonas, onde foram descobertas tantas escrituras falsificadas na região de Canutama, que faz divisa com o extenso município de Porto Velho
Em Rondônia temos uma das situações mais agravadas do País causadas pelas disputas de terras. Só no ano de 2016, foram 21 mortes, 88 presos em 106 áreas em conflitos. A esperança é que a medida provisória da regularização fundiária recentemente homologada consiga dar um paradeiro num verdadeiro banho de sangue.
O terceiro-mundismo
A região amazônica tem os quatro estados com a menor cobertura de abastecimento de água tratada no País, conforme levantamento recente a respeito do projeto da universalização dos serviços de água e esgoto no País. Por mais incrível que possa parecer, Pará, Acre Rondônia e Amapá, onde correm grandes rios, com enormes bacias hídricas são os estados com menos água tratada distribuída a população.
Pior mesmo é o ranking dos estados da região Norte no que se refere ao esgoto sanitário, onde Rondônia ocupa o penúltimo lugar entre os estados brasileiros. Neste quesito os piores estados são o AM, PA, RO e o AP. Entre as capitais brasileiras as piores situações são de Porto Velho (RO) e Macapá (AP).
Com o terceiro-mundismo imperando as doenças gastrointestinais e as verminoses despontam nas comunidades amazônicas aumentando os problemas da saúde pública. Rondônia deve melhorar sua posição no segmento de abastecimento da água até o final do ano, mas para o tratamento de esgoto nem previsão...
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