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Carlos Sperança

Os guardiões da floresta + Tonhão II + Economia recua + Queda no IPTU


Os guardiões da floresta + Tonhão II + Economia recua + Queda no IPTU - Gente de Opinião

Os guardiões da floresta

Depois de virar o ano em situação de empate técnico, a Covid-19 tirou a Amazônia do topo das preocupações mundiais. Isso é bom ou mau? Não há mal que sempre dure, diz o dito popular, embora os problemas da Amazônia ainda estejam longe de ser resolvidos, da biopirataria à desconsideração com que são tratados empresários, povos da floresta e cientistas.

Não ser o item mais preocupante do planeta é bom porque as novas informações sobre a região já não se referem só a desastres naturais, governamentais ou crimes. Destacam-se a abertura de mercados para os produtos da sustentabilidade, a discreta mas ampla mobilização da sociedade civil e a arrumação das peças governamentais, já que o governo Bolsonaro e vários governos estaduais começaram só há pouco seu segundo ano.

Exemplo da emergência de fatos também positivos relacionados à região foi a repercussão externa do I Congresso da Juventude da Floresta. Projetou-se no evento a “Greta da Amazônia”, Maria Cunha, da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Uacari, onde famílias de comunidades ribeirinhas vivem do extrativismo e da pesca.

“Nós somos os guardiões da floresta”, proclamou Maria, ganhando o respeito dos assustados europeus. Pena que com Covid, Big Brother e mexericos sobre celebridades da TV, esporte e moda ela ainda seja desconhecida pelos brasileiros.

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Tonhão II

Com o Cemitério Santo Antônio, o popular Tonhão já lotado de defuntos e o Cemitério dos Inocentes mais antigo –localizado na região central, no Mocambo - já há muito tempo esgotado com tantos sepultamentos, a prefeitura de Porto Velho prepara o Condomínio Tonhão II, com 100 novas covas disponíveis caso a pandemia do coronavírus se espiche, como aconteceu em Manaus. Tudo sem burocracia, consultas ambientais, etc, etc.

Economia recua

Já prevendo queda nos repasses constitucionais, os prefeitos estão de cabelos em pé buscando soluções para atender as demandas sociais de seus municípios. A grande verdade é que haverá recuo na distribuição do Fundo de Participação dos Municípios-FPM e até nas verbas de emendas parlamentares de deputados estaduais, federais e senadores mais preocupados com a pandemia.  Os prefeitos Hildon Chaves (Porto Velho), Thiago Flores (Ariquemes), Marcito Pinto (Ji-Paraná), Glaucioni Nery (Cacoal) e Eduardo Japonês (Vilhena) já estão contando trocados para pagar o funcionalismo.

Queda no IPTU

Um dos impostos mais importantes para obras nos municípios, que no fim do inverno amazônico (nossa estação de chuvas) estão com as ruas esburacadas e com as estradas vicinais em petição de miséria, é o Imposto Predial e Territorial Urbano-IPTU que vem junto com a taxa da coleta de lixo. Neste início de ano, mesmo com promoções, descontos e tudo o pagamento deste tributo caiu pelas tabelas. É mais um golpe nas finanças das prefeituras. O coronavírus vai afetar muito os serviços públicos.

Pelo adiamento

Cresce o movimento nos meios políticos pelo adiamento das eleições municipais de outubro. A proposito o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) discursou no Congresso defendendo a proposta do adiamento para que se revertam os recursos na ordem de R$ 2 bilhões para enfrentar a pandemia do coronavírus no País. O supremo ainda não se manifestou, mas admite a hipótese e por enquanto descarta o desejo dos prefeitos e vereadores que é da prorrogação dos mandatos até 2022.

Muitos golpes

A violência e todo tipo de golpes são alguns efeitos da paralisação da economia em Porto Velho. Não bastasse os assaltos e arrombamentos, temos como um dos mais comuns praticados pela cidade a venda motos, aparelhos eletrônicos, eletrodomésticos, portões de ferro roubados pela OLX. Então todo cuidado é pouco e o cara-pálida leitor (e internauta) deve ficar atento para não se transformar num receptador – o que resulta em  aborrecimentos – e até em cana!

 

Via Direta

*** Com os estados vizinhos, principalmente o Amazonas, atolados de coronavírus é uma temeridade os prefeitos rondonienses afrouxarem as regras de isolamento *** Preocupa mesmo é Manaus com embarcações chegando a Porto Velho diariamente no Cai N’Água *** Mesmo com a pandemia as casas de materiais de construção estão vendendo bem neste início de março *** Ocorre que além do pagamento do funcionalismo em dia muita gente que ficou em casa em quarentena aproveitou o tempo para fazer alguma reforma em sua casa ou no seu comércio *** O então prefeito Mauro Nazif enfrentou em 2016 uma enchente histórica que colocou Porto Velho em calamidade. Agora foi a vez do prefeito Hildon Chaves pegar  pela frente uma pandemia jamais vista pela atual geração no planeta *** Nazif acabou pagando o pato com derrota a reeleição pela cheia histórica e Hildon Chaves pode sofrer a mesma dificuldade na eleição de outubro *** Vai ter que trabalhar dobrado.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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