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Carlos Sperança

País invertebrado + Pontos críticos no Rio Madeira + As convenções + Olho no mercado


País invertebrado + Pontos críticos no Rio Madeira + As convenções + Olho no mercado - Gente de Opinião

País invertebrado

Na canção “Ciranda da Bailarina”, Chico Buarque e Edu Lobo idealizam a perfeição feminina. Em uma eventual “Ciranda da Amazônia”, perfeito seria quem a conhecesse de fato, sem ilusões, preconceitos, ideias fixas ou desinformação. No entanto, muitos que acusam outros de desinformados ou preconceituosos destilam as próprias desinformações e preconceitos.

Se o poeta observasse bem a bailarina, veria que ela não é tão perfeita. E que para observar a realidade amazônica é preciso se munir da lente adequada: o mapeamento minucioso, via progresso tecnológico. Sem a geoinformação, haverá uma ciranda de enganosos recortes limitados de uma realidade que não pode ser apanhada por um rápido olhar.

Quantos brasileiros, a rigor, podem se orgulhar de conhecer a Amazônia? Dos que falam a respeito da floresta, quem realmente sabe do que está falando?  O geógrafo Luiz Ugeda, implacável, afirma que o Brasil “sequer está mapeado completamente na escala de 1:100.000, mínima para planejamento, sendo suas principais lacunas exatamente na região amazônica”.

Quem possui informações está no Vale do Silício, Moscou, Pequim ou na Europa, sustenta Ugeda: “A floresta está no Brasil, mas os satélites não são nossos. O país está invertebrado, pois suas vértebras, ou melhor, seus mapas, estão expostos para estudo de cientistas fora do país”. A bailarina passa mal.

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Pontos críticos

O Dnitt segue os trabalhos de dragagem no Rio Madeira com a retirada de sedimentos entre os pontos considerados críticos da hidrovia considerada atualmente um modal importante para o transporte de cargas para exportação dos estados de Rondônia e Mato Grosso. As balsas trabalham na altura da localidade ribeirinha de Curicacas, entre Porto Velho (Rondônia) e Humaitá (Amazonas) e Miriti, entre Humaitá e Manicoré, ambas cidades localizadas no vizinho estado do Amazonas.

Bancos do areia

É oportuna a dragagem no Madeirão em vista da severa estiagem deste ano que  já provoca o recuo das águas, e o surgimento de pedrais e bancos de areias ao longo do curso do rio já bastante assoreado. Comparado ao nível do rio em 2019, em 2020 a descida das águas tem sido mais rápida e ainda temos pelo menos dois meses de verão já que as chuvas mais regulares vão ocorrer só em outubro na região de Rondônia. Lembrando que sempre em agosto temos ventanias por aqui causando horrores.

As convenções

A poucas semanas das convenções partidárias, que começam dia 31 – e se estendem até 16 de setembro, conforme o adiamento no calendário eleitoral – e a grande maioria dos partidos ainda não tem sequer seus candidatos definidos para a disputa da prefeitura de Porto Velho. A rigor, apenas o PC do B de Samuel Costa e o PT de Ramon Cajui sacramentaram seus candidatos e já podem entrar em campo para a peleja. A maioria dos partidos esta inerte.

Uma pandemia

Com  favoritos destronados e com surpresas nos últimos pleitos, temos uma verdadeira pandemia de postulantes a prefeitura de Porto Velho, mais do que gotículas do coronavisor se espalhando, mais do que noiados no centro histórico da capital, mais do que traficantes no Orgulho do Madeira e no Viver Melhor. Fala-se em até 20 nomes cogitados. Pessoalmente acredito que ao final restem cinco a seis candidatos, já que muitos colocaram seus nomes em evidência para virar vice.

Olho no mercado

Consultei durante a semana corretores experientes do mercado imobiliário e eles recomendam aos cara-pálidas de Porto Velho que a hora de comprar imóveis é agora pois ainda existe estoque de “galinhas mortas” para ser desovado na praça. O mercado para o aluguel residencial reagiu bem e as imobiliárias tem obtido bons resultados até o valor de R$ 1.500,00. Já o aluguel de salas e pontos comerciais segue em queda livre, com grande oferta de imóveis neste segmento nas principais avenidas da capital rondoniense.

 

Via Direta

*** O município de Vilhena, polo do cone sul rondoniense comemora o bom momento do setor imobiliário e da construção civil *** Trata-se dos reflexos do  exponencial crescimento urbano nos últimos anos e das exportações do agronegócio, principalmente da carne e da soja *** O mesmo fenômeno tem se verificado em Ariquemes, no Vale do Jamari, em plena pandemia que arrasou tantos segmentos econômicos *** Em alguns municípios rondonienses seguem as rivalidades tribais para a eleição de 15 de novembro  *** No entanto, segundo turno mesmo somente em Porto Velho, com seus quase 320 mil eleitores *** Calor forte, sucursal do inferno na capital rondoniense *** Por isto, até os balneários mais afastados tem atraído o povo encalorado principalmente na vizinha Candeias, infestada de coronavírus. É coisa de louco!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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