Quarta-feira, 9 de novembro de 2011 - 06h23
Embrião pronto
Os alquimistas da oposição já deixaram o embrião de uma forte coalizão partidária pronto para as eleições municipais do ano que vem em Porto Velho. Juntos, o PSDB, PR e PV, agora unidos, têm força para empinar uma candidatura exeqüível, em pé de igualdade com as forças do PT e do PMDB.
As indefinições
No entanto, assim como o PT encontra-se rachado ao meio de três postulações e o PMDB indefinido, a coalizão costurada por Expedito Junior, Miguel de Souza e Lindomar Garçon, ainda não tem um nome fechdo. A verdade é que a oposição espera a escalação dos nomes do PT e do PMDB, os adversários mais poderosos, para então montar seu esquema de jogo.
Na dianteira
O agrupamentos políticos da capital já estão se formando, numa eleição que previsivelmente terá dois turnos em vista de tantos candidatos que fragmentam os nossos 280 mil eleitores. Neste quadro, o PT (mesmo fracionado), o PMDB (também indefinido) e o “Frentão”, já se constituem como as três grandes forças do embate 2012.
A parceria
Sem desmerecer os ex-governadores, que tiveram seus méritos em suas gestões anteriores, mas para Porto Velho, a eleição do governador Confúcio Moura foi a melhor coisa que aconteceu. A parceria entre o atual governo com o prefeito Roberto Sobrinho está rendendo muito. A última conquista é uma rodoviária nova para a capital.
Os compromissos
Porto Velho foi fundamental na eleição de Confúcio e ele esta honrando os compromissos firmados em campanha. Embora seja um político moderno, da era dos blogs, ele funciona a maneira antiga, honrando os fios do bigode. Em Guajará-Mirim, onde ele teve sua maior votação - mais de 70 por cento dos votos - também se vê asfalto novo e obras importantes em andamento.
Crise na saúde
Mas tratando-se de Guajará Mirim, faço uma ressalva: ainda existe o grave problema da saúde para ser resolvido na fronteira. Até pé e braço quebrado dos pacientes de lá são engessados em Porto Velho. As ambulâncias percorrem um trecho de 350 quilômetros. Por conseguinte, urge que o governo estadual assuma a saúde na fronteira.
As coincidências
A peleja a Prefeitura de Porto Velho está em aberto e constato várias coincidências com o pleito ao governo, quando Cassol viu sua base rachada e não conseguiu emplacar seu sucessor. Em 2010, tudo começou com a ruptura de Expedito, virando oposição. Para 2012, o que se vê é José Hermínio rachando com o PT e também virando oposição.
Nome a altura
Pois é, o prefeito Roberto Sobrinho enfrenta o mesmo problema de escolha de um nome exeqüível. E como a turma de Ivo em 2010 ao governo, o PT não tem um nome a altura do atual prefeito para a peleja na capital. Além disto, pelas alianças se formando, teremos segundo turno e na etapa seguinte, todo mundo vai se unir contra os petistas.
Do Cotidiano
Sem precedentes
Há uma crise sem precedentes acontecendo no mundo, neste exato momento. Os historiadores somente falarão sobre ela e sua completa feição no futuro, quando seus fundamentos forem digeridos intelectualmente. Mas em vários pontos do planeta ocorrem sintomas de que ela está abalando povos e famílias de maneira jamais vista.
Na Grécia e outros países europeus ocorrem crescentes protestos. Nos EUA e no Japão, desastres ecológicos e manifestações nas grandes cidades já são sentidas. No Brasil, explode a violência na forma de banditismo e repressão, enquanto o arrocho salarial no setor público já se manifesta no descuido com os serviços prestados à população.
A relação entre servidor público insatisfeito e deterioração dos serviços prestados se nota mais facilmente nas áreas de educação e saúde. O episódio da “doença espiritual” entre os índios da Amazônia é bem revelador do que já começa a acontecer, não apenas nesta região, mas nos mais diferentes pontos do Brasil.
Os índios se declaram não apenas doentes fisicamente, mas também espiritualmente. Reportam uma situação pessoal de desânimo e impotência ao necessitar de ajuda e não recebê-la.
No Vale do Javari, a mais de mil quilômetros de Manaus, na fronteira com Peru e Colômbia, vivia a adolescente Regiane Marubo, 12, filha de um líder indígena. Portadora de hepatite, não recebeu atendimento de profissionais de saúde, que estavam com salários atrasados e em greve.
Transnacionais e bancos faturam como nunca, mas não se constata um impacto favorável desse “bom momento” da economia no estado de espírito dos brasileiros.
Do Oiapoque ao Chuí, os brasileiros sofrem com a deterioração dos serviços públicos, determinados pela virtual falência dos municípios e orçamentos públicos que são apenas peças contábeis de fácil manipulação, sem muito a ver com a realidade.
A arrecadação de impostos nunca foi tão grande. O Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo, mostrava já em novembro uma arrecadação ao redor de 1,5 trilhão de reais. No entanto, o governo está tomando muitos recursos sob a forma de impostos e retribuindo muito pouco em investimentos.
Via Direta
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