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Carlos Sperança

Plano de Segurança



Plano de Segurança

Diante dos últimos acontecimentos nos presídios brasileiros que redundaram em chacinas em Porto Velho e Boa Vista, mais o célere aumento da criminalidade no Rio de Janeiro e em todo o país, o ministro da justiça Alexandre Moraes anuncia o lançamento de um novo Plano Nacional de Segurança. O planejamento anterior neste sentido, durante o governo Dilma, de enfrentamento ao crime organizado não deu em nada e a violência continua assolando os brasileiros do Oiapoque ao Chuí.

Entendo que sem uma estratégia integrada, envolvendo todas as esferas governamentais – municipais estaduais e federais de segurança – mais uma vez a iniciativa do Ministério da Justiça vai ruir pesadamente. Em estados como Rondônia com fronteiras de mais de 1000 quilômetros com países produtores de drogas, sem um tratamento diferenciado para asfixiar o narcotráfico e o contrabando de armas - que é responsável por mais de 70 por cento da criminalidade na região amazônica - dificilmente o projeto anunciado chegará a um bom termo.

Desde o governo Fernando Henrique, e passadas as gestões de Lula e Dilma, sempre que a coisa aperta se anuncia planos de segurança. Até agora nada funcionou.


A poção da derrota

Favorito no primeiro turno, e ganhando apoio dos caciques políticos locais, como explicar o fato do jovem deputado Léo Moraes (PTB), candidato a prefeito de Porto Velho, desabar nas pesquisas eleitorais nesta reta de chegada do segundo turno? Política, como se sabe, não é uma ciência exata, mas as alianças mal feitas tem tudo a ver com este candidato, que se não for prefeito agora, com certeza será no futuro, face suas qualidades já constatadas como vereador e deputado estadual.

Os cassolistas que já enterraram outras postulações a prefeitura de Porto Velho tem muito a ver com o desfecho desta campanha de Léo. Passa também pelo seu partido, o PTB, que tem no comando o sanguessuga Nilton Capixaba, e por último, o fato de Léo acolher o apoio dos candidatos excluídos no primeiro turno que lhe trouxeram junto toda a rejeição existente hoje contra o PT e PMDB.

Some a tudo isto, o apoio recebido do governador Confúcio Moura com as relações estremecidas com os sindicatos e que se viu obrigado a fazer neste segundo mandato quase 3 mil demissões e tomar medidas impopulares para manter as contas em dia - e estará pronta a poção da derrota!


Omissão generalizada

Será preciso que a população das cidades mais atingidas pela violência urbana – Porto Velho, Ariquemes e Vilhena e as comunidades rurais da BR 429, Vale do Jamari e Cone Sul rondoniense alvo de chacinas no campo, saírem às ruas para protestar contra as barbáries que tem ocorrido neste estado para obterem alguma atitude das esferas municipais, estaduais e federais em termos de segurança? Não se explica a omissão da classe política numa situação de violência generalizada em todo território rondoniense e com as contingências de recursos destinados a área de segurança pública.

A paz no campo esta cada vez mais difícil por conta dos litígios de terras e a falta de competência do INCRA e do governo federal em tocar o Programa Terra Legal. São milhares de propriedades ainda sem titulo definitivo e a regularização fundiária penosa e demorada, é causadora de tanta insegurança, transtornos e conflitos.

Nas cidades a situação da violência só tem piorado. E vem dos presídios, com suas fugas e rebeliões e de onde se comanda o crime e organizado  para fora, mais motivos para o temor da população. Até quando?

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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