Domingo, 4 de dezembro de 2016 - 05h13
Porto Velho, uma cidade com 512 mil habitantes, tem sido uma síntese do que ocorre em todo o País, seja nas regiões metropolitanas ou nas cidades de porte médio. Todo final de semana temos corpos de jovens estirados pela periferia, resultado de uma taxa de violência alarmante.
Na cidade, ou no campo, o jovem vai tombando em confrontos com inimigos do narcotráfico ou em pelejas com a polícia. Neste contexto de genocídio, com os índices de negros e pardos bem acima dos brancos, sendo que a grande maioria dos atingidos, sem acesso à educação, saúde e ao emprego. Uma situação que só tem piorado nas últimas décadas. Até quando?
Quadro bem diferente
Quando o primeiro dia de janeiro chegar, com a mudança de governo no Paço Tancredo Neves, sede da prefeitura de Porto Velho, a população vai perceber imediatamente as diferenças entre uma gestão política, fruto de indicações de partidos e de empresários financiadores de campanha, com uma administração eminentemente técnica, voltada a melhorar a capital rondoniense.
Mauro Nazif geriu uma composição frankstênica, com retalhos de quadros de tantos partidos. Não bastasse, teve grande influência dos vereadores claramente corruptos. Aliás, o líder do seu governo era o mais enrolado com a Justiça, Jair Montes, reeleito para uma nova legislatura, numa cidade que tem sido flexível com a moral e bons costumes.
Já no que se refere à futura gestão, está se buscando um quadro eminentemente técnico e com isto será possível reduzir o número de comissionados. Na gestão atual, só neste último ano, a folha de pagamento dos servidores aumentou R$ 1 milhão, mostrando pouco comprometimento dos Nazif com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Retração recorde
Não é à toa que o desemprego tomou proporções alarmantes em Rondônia – principalmente em Porto Velho, e automaticamente impulsionando a criminalidade. Pesquisa junto aos Sinducons – Sindicatos da Construção Civil – aponta uma retração recorde de empregos neste segmento em nosso Estado, cerca de 40%. Bem maior do que Estados como o Pará, que vê a desaceleração das obras na Usina Hidrelétrica de Belo Monte (25%) e do outro recordista Piauí (21%).
A economia de Rondônia se abala também com o recuo do agronegócio ceifando muitos postos de trabalho no interior; e o setor imobiliário (na capital), onde os preços voltaram a cair no mês de novembro. Também se constata uma redução do consumo em supermercados, lojas, comércio de carros, etc. A expectativa é que em dezembro as coisas melhorem.
Depois de seis meses do governo Temer, o salvador da pátria Henrique Meireles ainda não conseguiu recuperar a economia, e a previsão é que o PIB só volte a subir depois do segundo semestre do ano que vem, caso não seja mais um prognóstico furado das esferas governamentais.
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