Terça-feira, 26 de junho de 2018 - 20h05
Divisão que enfraquece
Bolívar sonhou há dois séculos com a América Espanhola unida na Grande Colômbia, mas a desagregação prevaleceu. No Brasil, a cláusula pétrea da unidade indivisível da Nação fica ameaçada pelo desrespeito à Constituição, rasgada por PECs em pencas, uma profusão de medidas provisórias e até por decretos como o do IPI dos concentrados.
O jornal Times, de Londres, ainda no século XIX, previu o Brasil retalhado porque algumas regiões se recusariam a aceitar a enorme dívida do Império, contraída para sustentar interesses do Sudeste. A República, porém, aceitou a dívida para ser reconhecida internacionalmente.
Eça de Queiroz na mesma época também alertou para o risco de um Brasil “fracionado em repúblicas independentes”. No livro O forjar de uma nação, o historiador R. J. Barman viu que um Brasil dividido em pedaços seria engolido pela Argentina, feito o maior país do continente.
O Brasil venceu as profecias negativas porque a união nacional sempre foi seu melhor ativo, mas a desunião entre regiões, alimentada por campanhas como a que o Sudeste move contra os incentivos fiscais, instiga a loucura da desagregação.
É urgente vencer com boa política os atritos entre regiões, que jogam sombras de pesadelo no sonho de uma grande nação. Ela só será forte e rica na plena integração entre suas partes.
Os parlamentos
Com os jogos já decidindo quem segue em frente na Copa do Mundo, mais as festas juninas que começam a tomar conta do pedaço, as atividades parlamentares nas Câmaras Municipais, assembléias legislativas e no Congresso Nacional terão uma semana de calmaria. Todo mundo vai aproveitando e tocando a campanha a reeleição.
As convenções
Numa temporada totalmente atípica, os partidos vão as convenções que vão homologar as candidaturas a partir do dia 20 de julho sem as suas chapas majoritárias definidas. Também as coligações para as cadeiras a Assembléia Legislativa e Câmara dos Deputados seguem em negociações em Rondônia.
Fazendo as contas
Sabe-se que a política não é uma ciência exata, muito pelo contrário. Mas as siglas e os candidatos fazem as contas se as coalizões em formação servem aos seus interesses no pleito de outubro. Nas eleições ao governo do estado, por exemplo, os candidatos a ALE e Câmara dos Deputados evitam a se associar a candidatos taxados de “cavalos paraguaios”. Querem nomes consistentes.
Coisa complicada
Na capital o que se vê é uma reeleição complicada para os atuais deputados estaduais. Boa parte deles é acusada de submissão pela opinião pública, pecando pela falta de fiscalização dos atos do Executivo. Além disto, tradicionalmente saem de dois a três deputados estaduais eleitos pela Câmara de Vereadores de Porto Velho.
Pagando o pato
E tudo indica que serão deputados e políticos tradicionais a pagar o pato pela rejeição da classe política em Rondônia. Os vereadores da capital e do interior e seus cabos eleitorais – mesmo tantos com o poleiro sujo - atacam com furor os parlamentares e estão colocando todos na vala comum, ou seja, no mesmo estábulo de vacas de presépio. No entanto, alguns representantes não merecem os ataques. Vamos separar o joio do trigo.
Via Direta
*** O PSDB chega aos 50 anos de fundação em crise, com suas maiores lideranças enroladas em esquemas de corrupção, como o senador Aécio Neves *** O PT deve homologar em julho a candidatura ao Senado de Fátima Cleide. O partido não terá candidato ao governo ***O agronegócio de Rondônia está fechando apoio ao PSL, de Jair Bolsonaro, na peleja ao governo do estado *** O referido candidato é praticamente um desconhecido nos meios políticos e tem base eleitoral na Zona da Mata.
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