PT larga na frente em Cacoal

 

PT larga na frente em Cacoal;
E Zanol desponta em Pimenta

Ao meio de um caos que se tornou a capital nos últimos dias, os municípios do interior respiram mais tranqüilidade e apresentam um cenário de reduzida mobilização política, como se as lideranças interioranas aguardassem o horário gratuito do TRE para deslanchar. Mas a tendencia é de que corrida sucessória começa a esquentar logo em alguns municípios, onde existem oposições mais acirradas, casos de Guajará Mirim e Jaru. Mas este início de temporada esta sendo destinado pelos candidatos aos estudos dos adversários. Os marqueteiros estão em campo para ver o que cola contra o “inimigo” e, os pontos que devem ser destacados dos seus pupilos. Afinal, uma boa embalagem vende bem o produto. 

Na própria capital, Porto Velho, os candidatos ainda se movimentam com cautela, preparando suas plataformas de governo, mas já entrando em estúdio para ensaiar os enredos para o horário gratuito do TRE. 

Na edição de hoje, apresentamos o cenário de campanha em mais três municípios: em Cacoal, o quarto colégio eleitoral do estado, em Pimenta Bueno, uma cidade que já foi considerada a Princesinha da BR e hoje tem dificuldades para crescer; e, em Presidente Médici, município onde o PDT começa a jornada em vantagem, com o ex-prefeito Gilson Borges, na ponteira. Confiram. 

O Padre Franco ganhou o apoio do PMDB em Cacoal

 
Padre Franco, uma surpresa

O município de Cacoal, atualmente o quarto colégio eleitoral do estado, apresenta a primeira grande surpresa política no estado. O padre Franco, do PT, lidera as primeiras sondagens para as eleições de outubro. Ele tem como vice a vereadora Raquel Carvalho, do PMDB, fortalecendo ainda mais a chapa encabeçada pelo petista. 

Ainda desconhecido nos meios políticos estaduais, o padre Franco pula na frente na sucessão da prefeita Sueli Aragão (PMDB) juntamente numa cidade com grande densidade de evangélicos. Sem rejeição e com larga folha de serviços prestados a comunidade, o petista é beneficiado pelo clima de renovação política que tomou conta da chamada Capital do Café, manchada com políticos de ficha suja como o ex-deputado federal Nilton Capixaba, envolvido no caso das ambulâncias (os chamados parlamentares sanguessugas) e dos deputados estaduais filmados pelo governador Ivo Cassol no caso das propinas, José Emílio Paulista e Daniel Néri, o último marido da candidata Glaucioni, esta, uma ex-vereadora consagrada, de ficha limpa, mas cassada por infidelidade partidária. 

Glaucioni Néri aliou-se ao ex-deputado Nilton Capixaba

Em Cacoal, o PT de Fátima Cleide e o PMDB de Valdir Raupp se uniram para eleger o padre Franco. De outro lado, o governador Ivo Cassol, o presidente da Assembléia Legislativa Neodi Carlos e o presidente regional do PTB Nilton Capixaba firmaram pé ao lado de Glaucioni Néri (PSDC), que já polariza a campanha com o representante petista. 

Ao meio da polarização entre Franco e Glaucioni está a postulação do Dr.Silvério dos Santos (PSB), um nome com menos envergadura nesta parada. 

Com boa infra-estrutura e administrado com eficiência pela prefeita Sueli Aragão, o município de Cacoal comemora a construção de um novo paço municipal. Com isso, quem levar a melhor no pleito de outubro, terá um gabinete novinho em folha. 

O prefeito Augusto Placa toca seu projeto de reeleição

Zanol e Plaça já polarizam

Espremida entre Cacoal, Rolim de Moura e Vilhena, a cidade de Pimenta Bueno, conhecida como a Princesinha da BR, penou nos últimos anos, enquanto assistia as vizinhas crescerem e ganhar infra-estrutura. Como patinho feio entre a Zona da Mata e o Cone Sul, a autoestima da população de Pimenta só começou a melhorar com a construção de dois viadutos na entrada da cidade, cortada pela BR 364. São os primeiros construídos em Rondônia e seus moradores lembram que esta modernidade nem chegou a capital, Porto Velho, com uma população quase 10 vezes maior. 

Com menos de 50 mil habitantes, Pimenta Bueno é administrada pelo prefeito Augusto Placa (PMDB), que pleiteia a reeleição. Sua principal adversária é a ex-prefeita Inês Zanol, uma das pajés do PSB no estado e entra nesta briga com prestígio de boa gestora. 

A ex-prefeita Inês Zanol lidera a oposição em Pimenta

Inês Zanol entra na briga pelo Palácio Barão do Melgaço, sede da prefeitura de Pimenta Bueno, largando na frente, conforme as primeiras pesquisas. Vai ter que ratificar nas urnas esta liderança, numa cidade onde a presença do PMDB é expressiva. 

Ex-deputado estadual, o atual prefeito Augusto Placa teve uma presença discreta na Assembléia Legislativa e tem ao seu favor para mostrar para a população, a conquista dos viadutos, com apoio do PMDB e da bancada federal, considerado uma façanha local. 

Com a eleição se resumindo entre Zanol e Placa, em Pimenta Bueno, sobra pouco espaço para a concorrência. E pelo comportamento ligth da candidata socialista, a Princesinha da BR, dificilmente terá um pleito acirrado. Ao invés de fustigar o atual prefeito, ela prefere ressaltar suas obras quando prefeita.

Lurdinha ameaça Borges

O ex-prefeito Gilson Borges (PDT) começou a corrida sucessória em Presidente Médici, município, localizado na região central do estado, nadando de braçadas. Principal opositor ao atual prefeito Charles Modro (este foi eleito pelo PMDB e pratica uma gestão desastrosa), Borges caminhava até poucas semanas para uma eleição consagradora, numa cidade que tem como sua grande liderança o atual deputado estadual Chico Paraíba (PT). 

Com as definições das últimas candidaturas, o pedetista já é assediado pela candidata Lurdinha do PT, um nome que tem crescido muito também nos distritos de Estrela e Riachuelo. Mas não se pode falar ainda em polarização em Presidente Médici porque ameaça à soberania do pedetista Borges o também ex-prefeito Zé Ribeiro (PMDB), ungido do cacique Paraíba. 

Gilson Borges vai ter que confirmar seu favoritismo nas urnas. Além de dois adversários chegando perto existem mais concorrentes entrando nas paradas, todos de olho na cadeira de Charles Modro. 

Presidente Médici é carente de tudo e tem crescido pouco nos últimos anos. Por isso os postulantes ao Paço Municipal prometem ao eleitorado esforços para a criação do Distrito Industrial, visando a geração de empregos e renda. A missão do vencedor não será das mais fáceis: o atual prefeito teve uma performance pífia e a área de saúde se transformou num verdadeiro flagelo para uma população que tem uma grande expectativa na renovação dos quadros políticos locais.

Do interior, para a consagração 

Senador Valdir Raupp e José Bianco/Gentedeopinião

As eleições municipais do interior são acompanhadas com grande expectativa, porque a maioria dos atuais governadores eleitos em Rondônia despontou politicamente através das prefeituras. Assim foram os casos de José Bianco (Ji-Paraná), Valdir Raupp e Ivo Cassol (Rolim de Moura). O próprio Jerônimo Santana, na capital antes de ser eleito governador, foi prefeito em Porto Velho. Da atual safra, pelo menos dois outros nomes disputando as prefeituras estão com os olhos voltados para as eleições de 2010: Confúcio Moura (Ariquemes) e Melki Donadon (Vilhena). O próprio José Bianco (DEM –Ji-Paraná ) tem alta cotação para disputar o governo do estado em 2010 ou uma cadeira ao Senado. 

Também das prefeituras municipais interioranas já saíram senadores – como é o caso de Ernandes Amorim, de Ariquemes. 

As rivalidades tribais

Outra característica curiosa das eleições interioranas é a formação de clãs políticos. Em Ariquemes o clã Amorim tem um deputado federal e uma deputada estadual e, vários parentes disputando eleições na região do Vale do Jamari. O mesmo ocorre com a dinastia Donadon, no Cone Sul do estado. O clã elegeu dois prefeitos (Vilhena e Colorado) e mantém um representante da família na Assembléia Legislativa e outro na Câmara Federal. 

Em Jaru, formou-se o clã liderado pelo deputado estadual José Amauri, enquanto que na Zona da Mata proliferam os grupos políticos familiares, como os Cassol, os Raupps, os Ferreira que são os manda-chuvas da região. 


PANORAMA DAS ELEIÇÕES EM RONDÔNIA

DIÁRIO ABRE ESPECIAL SOBRE ELEIÇÕES 2008

Fonte:  "Por Carlos Sperança, editor político do Diário da Amazônia e editor de genteopinião".