Quarta-feira, 10 de outubro de 2018 - 21h48
As bancadas 4B
Mesmo que a legislação eleitoral feita a caráter para privilegiar os caciques partidários e os candidatos ricos tenha conseguido parcialmente “estancar a sangria” da Lava Jato, os fichas-limpas ocuparam os nichos abertos com a queda em desgraça de vários envolvidos nas operações mais ruidosas da PF, beneficiando-se até de prejulgamentos indevidos.
Além dos moralistas, que venderam a ideia do combate à corrupção, o avanço do crime e do medo no país ensejou a eleição de vários candidatos ligados à repressão. Nesse caso, as bancadas partidárias já nem fazem mais sentido, divididas em blocos que se formam ao sabor das conveniências, como as bancadas 4B (Boi, Bala, Bíblia e agora Bolsonaro).
Ainda assim, filtraram-se novidades cidadãs e femininas na bancada amazônica do novo Congresso Nacional: aumentou o número de mulheres deputadas em Rondônia e pela primeira vez a região elege uma índia para representar os povos da floresta.
Além da reeleita Mariana Carvalho (PSDB), elegeram-se Jaqueline Cassol (PP) e Silvia Cristina (PDT). E embora Marina Silva (Rede) tenha derretido na campanha presidencial, seu partido realizou o feito histórico de eleger a primeira índia deputada federal da história: Joenia Wapichana.
Rocha x Expedito
Vai começar o horário eleitoral e desde já é preciso
esclarecer que o candidato do presidenciável Bolsonaro em Rondônia é o
coronel Marcos Rocha. Expedito, que já foi ficha suja e é um renitente
cavalo paraguaio no estado, era Alckmin e fez campanha contra Bolsonaro
no primeiro turno. Outra coisa que não é novidade: Expedito é o
candidato apoiado pelo prefeito Hildon Chaves. Ambos pulam cirandinha no
Paço Tancredo Neves.
Grupo da Morte
O
chamado Grupo da Morte, formado pelo MDB, na disputa para as cadeiras a
Assembleia Legislativa foi fatal para vários deputados estaduais e
lideranças consideradas em ascensão. Os deputados Saulo (Ariquemes) e Só
na Bença (Pimenta) tubularam gloriosamente. Willians Pimentel, que
acreditava-se ser uma liderança emergente, também sucumbiu à força de
Lebrão, Jean Edson Martins.
Cláusula de barreira
Com
a clausula de barreira já em vigor nas próximas eleições teremos pelo
menos 14 partidos a menos dos 35 existentes atualmente e uma baita
economia dos recursos do Fundo Partidário. A maioria das legendas
prejudicadas são siglas de aluguel, mas também existem algumas
agremiações sérias despontando no cenário nacional que ficarão sem
recursos.
Triste despedida
Foi
uma triste despedida para os ex-senadores Amir Lando (PSB) e Odacir
Soares (PSC). Lando, o paladino, apostou na eleição de Carlos Magno,
como suplente e Odacir Soares, o raposão, como suplente do candidato
Edézio Fernandes. Me parece que as urnas também aposentaram ex-prefeito
Carlinhos Camurça, que disputou uma cadeira a Assembleia Legislativa.
Poder feminino
Não
é o caso só de glorificar as deputadas eleitas Mariana Carvalho (PSDB),
Jaqueline Gurgacz (PP) e Silvia Cristina (PDT). Várias candidatas
tiveram grandes performances nesta temporada, como a vereadora Cristiane
(PP-Porto Velho), a ex-prefeita de Ouro Preto Rosária Helena
(Solidariedade). Mas algumas decepcionaram com votações pífias, como
Claudia Moura, no Vale do Jamari.
Via Direta
*** As primeiras chuvas já começam a recompor o lençol freático de Porto Velho, rebaixado por um verão severo *** A
rejeição a gestão do prefeito Hildon Chaves na capital decorre das
indicações partidárias de aliados tucanos, sobretudo do cavalo paraguaio
*** Vocês viram? Aquele candidato e a amante foram castigados pelo eleitorado evangélico nas urnas *** Confúcio
Moura, agora senador e Mauro Nazif eleito deputado federal, reforçam
positivamente nossa bancada federal. Já estiveram em Brasília antes e
trabalharam bem.
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