Quinta-feira, 2 de julho de 2020 - 12h08
É
saliente demais para não causar reflexão e necessárias preocupações o fato de
quatro dos cinco estados da região serem os que mais apresentam casos de
contágio pelo novo coronavírus para cada cem mil habitantes. Como tudo tem
causa, em geral mais de uma, neste caso, infelizmente são várias. Lá atrás, começaram
pelo planejamento descuidado, que deveria ter alertado as autoridades desde o
primeiro ciclo da borracha.
Enquanto
alguns nadam em dinheiro no pico dos ciclos econômicos, a maioria do povo sofre
condições deploráveis de subsistência. Nababos choravam de rir nas comédias do
Teatro Amazonas enquanto índios abandonados e pobres seringueiros choravam
mortes com as doenças da civilização e a falta de socorro. Assim também foi no boom do estanho e na ocupação
territorial. Partiam da ideia simplista de primeiro lucrar deixando que o acaso
tratasse de resolver os problemas antigos, os emergentes e os criados pelos
choques de interesses.
É
preciso que o poder público, a academia, as instituições representativas da
sociedade e inclusive os organismos internacionais, que só sabem exigir sem
aplicar meios corretivos adequados, a começar por investimentos, tirem da
pandemia as lições não aprendidas no passado. O horror atual dos mortos sem
velórios não é uma novidade na região. Muitos morrem sem velórios, insepultos e
esquecidos, há séculos.
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O sofrimento
A
temporada de pandemia tem sido difícil para as mulheres, crianças e idosos. O
sofrimento tem sido grande principalmente com as famílias que contam com filhos
e netos drogados e maridos violentos. O registro de agressões só tem aumentado
nas últimas semanas e nos conjuntos habitacionais tomados pelas organizações
criminosas. Idosos solitários tem sido expulsos de suas casas e apartamentos
para a revenda dos imóveis.
A rejeição
Aumentou
muito a rejeição a classe política nestes tempos de pandemia. Em pleitos
anteriores os candidatos já ouviam umas barbaridades nas campanhas, mas na jornada
atual os políticos se mostram com uma imagem mais negativa, estão mais sujos do
que pau de galinheiro. Por conta de tanta rejeição da opinião pública muitos postulantes
a vereança estão desistindo da peleja 2020, com receio da recepção perante o
eleitorado.
Ex-governadores
Exceto
Confúcio Moura (MDB) que cumpre mandato com grande competência no Senado, o que
não é surpresa já que foi o melhor prefeito de sua geração e melhor deputado
federal em sua legislatura, os demais governadores estão cada vez mais distanciados
da política. Lembrando que Teixeirão, Angelim e Bengala já faleceram, Oswaldo
Piana reside no Rio de Janeiro, José Bianco se aposentou e Ivo Cassol anda sumido
do mapa.
Não decolaram
Lembrando
ainda que os vices que assumiram o antigo Palácio Presidente Vargas em anos
passados não decolaram politicamente, embora políticos pitocos, como Orestes Muniz,
vice de Bengala, que perdeu eleição em
90 para Piana e Cahula vice de Cassol em disputa ao governo foi derrotado por
Confúcio. Os vices Airton Gurgacz e Daniel Pereira não disputaram o governo
estadual e se organizam para disputar cargos eletivos em 2022.
Tomando tudo
Não
é a toa que o ex-governador e ex-senador Valdir Raupp odeia Confúcio Moura
desde a fatídica convenção que levou o MDB ao racha e depois ao despenhadeiro.
De lá para cá, El Carecón tomou a cadeira de Raupp no Senado e o cargo de
vice-presidente do Diretório Nacional o MDB em Brasília. É muita coisa e Raupp,
além disto, ficou em dificuldades para se recuperar da derrota do pleito de
2018, pois agora tem a Operação Lava Jato no pé.
Via Direta
*** Os traficantes estão cada vez mais
engenhosos no transporte da cocaína e de celulares nas fronteiras *** Seja via aérea com
os drones, pelos rios com pequenos
barcos elétricos remotos. E assim caminha a humanidade *** Por falar em tráfico de drogas, com a pandemia e a crise do desemprego
os narcotraficantes estão aumentando o recrutamento de jovens para a atividade ***
Não é a toa que tem aumentado geometricamente a presença de jovens nos
presídios rondonienses *** Em 2020 estamos
no lucro com a temporada de queimadas. Em anos anteriores já em maio grossas
camadas de fumaça tomavam conta dos céus em Porto Velho *** No entanto a Amazônia
não vai escapar de uma seca severa em 2020 ***.
Os primeiros indícios já apareceram com o nível das águas dos rios e igarapés
da região caindo rapidamente.
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