Sexta-feira, 12 de agosto de 2016 - 21h44
Afrouxando as cordas
A última decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal – STF afrouxa as coisas para os candidatos a prefeito de má conduta. A partir de agora aqueles que tiverem contas rejeitadas somente pelos tribunais de contas estaduais podem concorrer às eleições de outubro. O entendimento das esferas superiores é que os candidatos só podem ser barrados pela Lei da Ficha Limpa se tiverem as contas reprovadas pelas câmaras municipais.
Ora, o STF transfere uma decisão tão importante justamente para os vereadores, em casas legislativas que se tornaram antros de vendilhões e chantagistas em todo pais, onde a maioria é capaz de vender a própria mãe por alguns trocados. Pipocam denuncias em todos os quadrantes sobre a conduta dos vereadores que votam coisas absurdas em troca de benesses concedidas pelos prefeitos brasileiros enrascados com a justiça.
Em Rondônia, só neste ano mais de uma dúzia de ex-prefeitos foram condenados pela justiça por malfeitos na administração pública e outra dúzia de presidentes de Câmaras Municipais foram flagrados cometendo abusos com os recursos públicos. Ao invés de apertar a coisa, o STF esta afrouxando as cordas e as conseqüências desta permissividade serão as piores possíveis para o erário público.
Ranking da omissão
Conforme levantamento do Instituto Trata Brasil, a situação de saneamento básico em Rondônia é dramática e por isto convivemos com elevado índice de doenças como diarréia, dengue e leptospirose. O estado tinha em 2014 apenas 41 por cento da sua população com água encanada e atualmente é servida somente com 3,5 por cento de cobertura de esgoto, sendo que na capital as condições são ainda mais adversas, com apenas 2 por cento da população servida pelo esgotamento sanitário.
Porto Velho, com uma população de 500 mil habitantes, conforme estimativa do IBGE do ano passado, esta no penúltimo lugar no ranking das 100 principais cidades do país em cobertura de saneamento básico. De fato, na capital rondoniense as fezes pululam em muitas ruas e avenidas deixando a clara impressão de terceiro-mundismo.
Com previsões furadas e que nunca se confirmam, as autoridades prometem melhores índices de cobertura de esgotamento sanitário para os próximos anos. Infelizmente os recursos acabam desviados pelos políticos e a situação acaba ficando sempre na mesma. Pelo menos é o que sempre prevaleceu nos últimos 20 anos.
Alianças frankestenicas
O eleitorado brasileiro, principalmente o de Rondônia, vê nesta temporada alianças impensáveis e das mais frankstênicas possíveis. Temos até caso de um candidato gay tendo como vice um pastor evangélico, algo impensável até pouco tempo, já que os dois segmentos andavam as turras.
Em política, como se vê, as diferenças atendendo as conveniências das partes, podem ser colocadas de lado, o que pode ser interpretado até como amadurecimento, mas só o tempo e as urnas vão dizer se a convivência entre segmentos beligerantes podem resultar em unidade e vitória.
O que dizer de alianças entre petistas e peemedebistas brigados em todo Brasil por causa do impeachment da presidente Dilma Rousseff? Pois é, em alguns municípios os acordos têm saído como se nada tivesse acontecido, inclusive com petistas de vice de peemedebistas e vice versa.
A grande verdade é que os políticos só pensam no próprio umbigo e dependendo das situações mudam de cor como os camaleões para salvar a pele. Não há lei de ficha limpa capaz de mudar o caráter dos políticos, já que para consumo externo projetam a imagem de probos e corretos, nos bastidores agem como vampiros saqueando os cofres públicos.
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