Quarta-feira, 1 de agosto de 2007 - 05h42
Vez ou outra critico neste espaço a bancada rondoniense por suas omissões. Constato, de quando em quando, que nossos parlamentares também merecem elogios. Recente levantamento do jornal Congresso em Foco verificou que nossa bancada é a única da região Norte com baixo índice de ausências na Câmara Federal e no Senado.
Em apenas um semestre, faltas não justificadas na Câmara Federal chegaram a 50 por cento das ausências sem justificativa verificadas nos últimos quatro anos. O levantamento do periódico braziliense indica que apenas no primeiro semestre deste ano foram computadas 4.914 faltas, sendo que 1.562 não foram justificadas, para um total de 71 sessões deliberativas.
Como tenho visto constantemente deputados como Mauro Nazif, Eduardo Valverde e Lindomar Garçon em Porto Velho, fico imaginando os esforços que eles fazem para conseguir atender suas bases na região e não faltarem as sessões no Congresso. No recesso todos os três ampliaram a presença em bairros da capital e nos distritos.
Pela precipitação dos acontecimentos o que a gente vê é que os partidos de sustentação a administração do prefeito Roberto Sobrinho (PT) já trabalham com a política de espada na garganta para indicar seu vice. Senão vejamos: PMDB, PC do B e PDT estão preparando e lançando candidaturas próprias para o ano que vem.
A escolha de um vice na chapa do petista vai exigir muito cuidado da sua articulação política. Não pode misturar água com azeite sob o risco da coisa desandar como desandou com Jacoh Atalah e Raquel, Nazif com Carlinhos etecetera e tal. É uma baita equação para ser resolvida por Sobrinho e cia.
Forçando a barra
Do lado do governador Ivo Cassol também estão forçando a barra para uma definição já de um candidato a prefeito. Tem até espada na garganta, como é o caso de Lindomar Garçom e suas pesquisas. Mas na base governista existem outros nomes esperando as bênçãos do mandarim, como Alexandre Brito, Amado Rahal, Edgar do Boi e Valter Araujo. Destes, Amado, com certeza, tem revelado mais comprometimento com Porto Velho.
De Yata, no Vale do Guaporé, até Che Guevara, na Zona da Mata rondoniense, quase 20 distritos sonham com a autonomia política e administrativa, seja São Domingos (em Costa Marques), Extrema (Porto Velho), Triunfo (em Candeias), Tarilândia (no Jaru), a palavra de ordem é a luta pela independência.
No entanto existe um longo caminho a ser percorrido. Localidades como 5º BEC (Machadinho do Oeste), Vista Alegre, Jacy Paraná e União Bandeirantes (Porto Velho), Rondominas (Ouro Preto do Oeste), Jacinópolis e Nova Dimensão (Nova Mamoré) enfrentam dificuldades e entraves burocráticos para avançar.
Se em termos demográficos algumas localidades já passaram dos 12 mil habitantes, de outro a maioria não tem condições econômicas de se sustentar pelas próprias pernas. Mesmo sem estrutura e condições de arrecadação sequer para pagar seu próprio funcionalismo, algumas comunidades preferem a emancipação do que continuarem abandonados pelas suas sedes.
Elaborado por Marcos Jank, Maria Rodriguez-Alcalá e Luiz Fernando do Amaral, do Instituto de Comércio e Negociações Internacionais (Icone), o estudo foi promovido em conjunto com a Agência Suíça para o Desenvolvimento e a Cooperação, concluindo que o Mercosul e a Comunidade Andina não são concorrentes em suas principais exportações agrícolas. A identificação dessa complementaridade vem a ser um virtual ovo de Colombo para a região, na medida em que oferece grande potencial a ser explorado no fornecimento para novos mercados emergentes, como China e Rússia.
Valeu a pena, portanto, a curiosidade dos suíços em relação às perspectivas tanto do Mercosul quanto do pacto Andino. Segundo o estudo, os cinco principais produtos agrícolas exportados pela Comunidade Andina são banana, café, soja, flores e aspargos. Já os cinco produtos-chave do Mercosul são soja, carnes bovina e de frango, açúcar e café. Pode-se imaginar o que seria um "pactão" dos dois blocos, coesionados pela Amazônia, para o futuro da economia latino-americana.
É essa, a rigor, a pretensão da Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa): reunir Mercosul e Pacto Andino em torno de uma zona de livre comércio subcontinental para eliminar tarifas para produtos considerados não sensíveis em 10 anos e para produtos sensíveis em 15 anos. Evidentemente a história não se dá como resultado de discursos, mas de práticas. E estas são motivadas por interesses. Neste caso, interesses comuns. A Declaração de Cuzco, firmada em 2004, foi o tiro de largada, mas até chegar ao disco final há um logo caminho a percorrer. No projeto, que se baseia no modelo bem-sucedido da União Européia, prevê-se uma nova moeda, um passaporte e um parlamento comuns.
A Amazônia tem real interesse em apressar essa corrida. A junção do Mercosul com o Pacto Andino vai além da cooperação comercial e complementação econômica, representando também a integração da rede de transportes, como a conexão rodoviária transoceânica AtlânticoPacífico na região amazônica e ferroviária na região platina, com os portos chilenos, bem como hidroviária entre as bacias amazônica, platina e caribenha (rio Orinoco). Além disso, haverá a integração energética, que parece bem encaminhada a essa altura dos acontecimentos.
*** Cresce espantosamente o envolvimento de mulheres no tráfico de drogas *** Já é o caso até de se abrir estudos para a implantação de creches em presídios *** A biopirataria em Rondônia é o assunto da matéria especial da revista Momento de agosto que já começa a circular em Rondônia e no Acre *** Com reforços do PAC Porto Velho poderá sanar o drama da falta de água em bairros populosos.
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