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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 02/08/08


Eleições 2008

A pouco mais de 60 dias das eleições municipais, o panorama nos principais colégios eleitorais do estado permanece inalterado, com vantagem dos prefeitos que disputam a reeleição, casos de Roberto Sobrinho (PT) na capital, Confúcio Moura (Ariquemes), José Bianco (Ji-Paraná) e do cacique Melki Donadon (Vilhena). Confiram.

Em Porto Velho

Os representantes da oposição começam os primeiros movimentos com caminhadas nos bairros e pequenas reuniões. O prefeito Roberto Sobrinho (PT), que larga na frente, visita diariamente à periferia inspecionando obras e vendendo seu peixe. O desafio dos seis candidatos da oposição é arrastar a eleição para o segundo turno.

Dois turnos

Em vista da fragmentação do eleitorado com seis postulantes na oposição, a previsão é de eleições em dois turnos. O candidato oposicionista que chegar ao segundo turno, conforme pacto já firmado, terá o apoio dos demais. Nesse contexto, acredita-se  que Mauro Nazif (PSB) e Lindomar Garçom (PV) vão se esgoelar para uma vaga na previsível grande final com Sobrinho.

Na capital da BR

Em Ji-Paraná, segundo maior colégio eleitoral do estado, o prefeito José Bianco (DEM) favorecido pelo respaldo dos formadores de opinião, por causa da reconstrução do município, enfrenta um único candidato da oposição, que é o comunicador Edvaldo Soares que tem o populismo periférico como trunfo para tentar reverter um quadro atualmente desfavorável.

Em Ariquemes

Grandes obras pavimentam o projeto de reeleição do prefeito Confúcio Moura (PMDB) em Ariquemes (terceiro maior colégio eleitoral do estado), como a nova sede da prefeitura. Ele é o maior favorito da temporada 2008. Seu principal opositor Lourival Amorim (PSDC), com respaldo de todos os partidos da base aliada do governador Ivo Cassol já está em campo para mudar o quadro

Na capital do Café

De forma surpreendente, o Padre Franco (PT) lidera a corrida a sucessão da prefeita Sueli Aragão (PMDB). A aliança PT/PMDB em Cacoal é muito forte, em vista da popularidade da dupla Valdir/Marinha Raupp e do apoio do presidente regional do PDT Acir Gurgacz, o mais votado ao Senado naquela cidade no pleito de 2006.

Portal da Amazônia

Acabar com o feudo do clã Donadon, em Vilhena, marcado pelo nepotismo, é um desafio para a oposição. O cacique Melki Donadon (PMDB) larga na frente e a eleição está se polarizando com o vereador Zé Rover (PP), que acaba de pedir afastamento do cargo, para se dedicar a campanha. O vereador Mauro Bill (PT) encarna a esquerda local.

Confusão em Jaru

No sexto maior colégio eleitoral do estado existe um verdadeiro pandemônio. O quadro é um, com a presença da candidatura do ex-deputado Batista da Muleta (PMDB), irmão do prefeito cassado José Amauri, atual deputado estadual. O cenário será bem diferente sem ele na nominata de prefeituraveis. Muleta teve sua postulação indeferida e tenta disputar o pleito com liminares.

Serraia  na frente

A fantástica Rolim de Moura, com seus 35 mil eleitores, é o sétimo colégio eleitoral do estado. Lá estão os clãs políticos dos Cassol, dos Raupps, dos Ferreiras. O ex-prefeito Tião Serraia (PMDB) abre a jornada com favoritismo. Ele tem o apoio do senador Valdir Raupp. A atual prefeita Milene Motta (PTB) segue de perto (aliada a Cassol e Expedito,) e  Josias Custódio (PTN) corre como franco atirador,

Cidade satélite

A eleição começa a esquentar em Candeias do Jamari, cidade satélite de Porto Velho, cujo eleitorado foi o que mais cresceu no estado nos últimos doze meses. O atual prefeito Chico Pernambuco (PMDB), enfrenta um osso duro de roer, Dinho (PV), que tem o apoio do ex-prefeito e atual deputado federal Garçom. O petista Raimundo começa a aparecer bem nas pesquisas.

Uma coluna sem papas na língua 02/08/08 - Gente de Opinião

Do Cotidiano

Os desafios de P. Velho

Mesmo com os reforços de caixa do Plano de Aceleração de Desenvolvimento – PAC, o município de Porto Velho terá grandes desafios para serem enfrentados na próxima gestão, ao final desta década. Para alcançar a qualidade de vida almejada, serão necessários investimentos maciços em obras de infra-estrutura, desde a canalização de igarapés, a construção de uma rede de esgoto, a ampliação do sistema de abastecimento de água, encaminhar soluções para os problemas de um trânsito que se releva a cada dia mais infernal. até as demandas sociais como saúde, educação, moradia e transportes coletivos.

Objeto de um novo fluxo migratório, a capital rondoniense com seus 400 mil habitantes deve ultrapassar os 500 mil nos próximos dois anos. Acompanhar esse ritmo de crescimento não será fácil, já que a cidade ainda padece de equipamentos urbanos, além da pavimentação que falta atingir dezenas de bairros.

Ao meio de grandes obras já projetadas como a nova rodoviária e a implantação do terminal de transportes fluvial no porto do Cai N´Água, os portovelhenses penam com a falta de um sistema de drenagem eficiente. Durante o inverno amazônico boa parte da cidade se transforma num monumental igapó, exigindo da municipalidade um projeto de combate às alagações.

Por falta de planejamento municipal, pelas invasões de áreas ao longo da década de 80, a capital rondoniense teve uma ocupação desordenada. Por ser uma região baixa e alagadiça, a Zona Leste, não seria indicada para o programa de expansão, já que demandaria mais recursos do erário municipal no tocante a infra-estrutura, mas foi o que acabou ocorrendo, na administração José Guedes, com a farta distribuição de terrenos – uma verdadeira reforma urbana – aos milhares para os chamados sem-teto.

Enquanto o atual Plano Diretor procura corrigir as distorções do passado, o que se busca agora é o adensamento da cidade, com grandes clareiras abertas a especulação imobiliária. Numa cidade onde o Plano Diretor e o próprio Código de Posturas têm sido desrespeitados ao longo dos anos e, onde se joga até carcaças de geladeiras nos igarapés, bem que a mudança de atitude poderia começar com uma campanha de conscientização e cidadania.


Via Direta

*** A Assembléia Legislativa reabre os trabalhos com os olhos voltados as eleições municipais *** Os deputados querem proteger suas bases dos predadores de 2010 *** Com a construção de shoppings e viadutos, finalmente a capital entra na era da modernidade *** Agora, só falta metrô *** O verão já se apresenta rigoroso nesta temporada. Salve-se quem puder.

Fonte: Carlos Sperança

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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