Uma coluna sem papas na língua 03/08

Beira da epidemia

È importante repercutir a advertência do deputado estadual Tiziu Jidaias (PMDB-Ariquemes) sobre a situação de Buritis, na Região da Produção: com seu lençol freático totalmente contaminado e sem água tratada, o município esta a beira de uma epidemia. E como Buritis, tantas outras localidades rondonienses passam pelo mesmo problema.

Quase a metade

Para se ter uma idéia da falta de água tratada no Estado, em Porto Velho, que é a capital, quase a metade da população não conta com o  abastecimento do precioso líquido da Caerd. O prefeito Roberto Sobrinho e o governador Ivo Cassol buscam recursos em Brasília para solucionar o problema que já se estende para esses povoados que pipocaram no meio da selva nos últimos anos.

Nossa aldeia

Justamente quando começava decolar sua carreira no jornalismo político em Brasília (durante anos foi voltado ao colunismo social), Roberto Kuppê se transformou num milionário e ao invés de investir sua fortuna em outros estados – como parte dos empresários locais fazem até hoje – resolveu investir na nossa aldeia. Na sua volta vai cair duro de susto: o que tem de gente se preparando para fazer um vale...

A escuderia

Escaldados alguns petistas já estão preocupados com a possível  candidatura do empresário Edgar do Boi (PSDC) a prefeito de Porto Velho. Ocorre que na campanha passada ele foi candidato de escuderia do atual governador largando o porrete em Fátima Cleide e cia. Temem que desta vez o alvo seja Roberto Sobrinho. E nem...

Asas aparadas

Nos últimos meses o governador Ivo Cassol andou aparando asas de várias criaturas. Primeiro foi com o deputado federal Lindomar Garçon que estava lhe botando espada na garganta  e, logo em seguida também andou dando umas aparadinhas nas asinhas do magnata dos combustíveis Alex Textoni (Ouro Preto) e  mais recentemente em Tiziu Jidaias (Ariquemes). 

A vaca virou onça!

Acostumado a aparar  as asas e tosquiar lã do seu rebanho de carneirinhos, Cassol enfim encontrou uma vaca de presépio que ao invés de mugir, esturra.  Uma delas virou uma verdadeira onça. Falo do deputado estadual Euclides Maciel (PSL-Ji-Paraná). Pelo que sei Ivo não lhe deu apoio a prefeito lá em Ji-Paraná e por isso Maciel caiu fora da liderança do governo e já se transformou num verdadeiro líder da oposição.

Pau cantando

Ontem, Euclides Maciel já acenava com suas garras compridas e afiadas, demarcando território. Pau no governo, acusando a Emater de ser utilizada para fins políticos. Uma verdade, desde a primeira eleição o órgão tem sido instrumento de quem esta no poder. É o espaço do deputado Luís Cláudio no governo para se reeleger.

Entenda a coisa

Nesta altura do campeonato é importante, o caro leitor entender o que está acontecendo, ou seja, o motivo pelo qual Ivo vem abastando asas de alguns de seus deputados anjinhos. Ocorre que vários deles estavam se unindo para um projeto de eleger vários prefeitos em 2008 e já falavam até em lançar num candidato do agrupamento ao governo em 2010, contrariando os interessess do mandarim. Se Ivo deixasse, daqui a pouco o grupo que se formava lhe botava arreio!

Sob controle

Mesmo com a defecção de Euclides Maciel, que se volta a um projeto populista e vai atuar como um verdadeiro Ratinho (aquele do SBT) no Parlamento, a bancada governista continua sob controle. Mas a oposição, que não existia, agora terá alguém com competência para lascar o pau no governo. Na verdade, Maciel tem muito a crescer na oposição. Na situação era mais uma vaca de presépio.

Do Cotidiano

Os estragos do El Niño 

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais vem de divulgar um assustador estudo – Mudanças Climáticas e seus Efeitos sobre a Biodiversidade Brasileira –, projetando que a temperatura média do ar no Brasil poderá aumentar ainda neste século de 25 graus (média entre 1961 e 1990) para 28,9 graus, em um cenário de altas emissões de dióxido de carbono, e para 26,3 graus, em um cenário de poucas emissões. Na Amazônia, o aumento médio pode ser pior, variando de 3 a 8 graus a mais, no cenário mais pessimista possível. Ou seja, do jeito que as coisas estão, a temperatura vai aumentar de qualquer maneira. O que nos resta a resolver é se ela será pior ou apenas menos ruim.

Se nada mais faltava para abrir nossos olhos em definitivo em relação ao grave problema do aquecimento global, esse estudo deveria ter esse poder. O pesquisador José Marengo, do Inpe, considerou dois cenários extremos. O primeiro é totalmente pessimista, ou seja, considera que nada será feito pelo país para diminuir as causas do aquecimento global. O segundo cenário é absolutamente otimista, ou seja, tudo será feito para melhorar o quadro. Quem vai escolher entre os dois cenários somos nós mesmos – os políticos, as empresas, a sociedade em geral. Não há mais como pôr panos quentes sobre a situação – ela já está excessivamente aquecida e tende a piorar.

Claro está que mesmo havendo um quadro ainda mais pessimista quanto ao caso da Amazônia, ela é um problema de responsabilidade mundial, pois o que a Amazônia pode sofrer agora, toda a humanidade sofrerá imediatamente depois. Se desde 1992, quando os chefes de Estado assinaram a Convenção do Clima no Rio de Janeiro, eles levassem adiante, como se comprometeram, tudo o que foi resolvido para evitar esse prenúncio do Apocalipse, certamente hoje o quadro não seria tão dramático. Ainda assim, a ciência está permanentemente nos alertando para a escolha definitiva que se há de fazer: sem a redução das emissões globais de gases do efeito estufa nosso destino enquanto civilização estará abaixo de grave risco.

Os sinais do desastre já são visíveis, e não apenas na Amazônia mas também em outras regiões. O El Niño causa enchentes no Sul, secas intensas no nordeste e a perda de umidade em grandes extensões da floresta amazônica. É emblemático o fato de que logo após a assinatura do Protocolo de Quioto, um incêndio gigantesco consumiu 13.000 km² de florestas em Roraima. E o El Niño tende a piorar os estragos a cada nova aparição.

Via Direta

 *** O radialista Pinheiro de Lima, da Rádio Transamazônica levantou ontem  o problema do desemprego na capital e a falta de ações políticas para a conclusão do Distrito Industrial de Porto Velho *** Rolim de Moura vive mais uma feira agropecuária mostrando a pujança da sua região *** Em Nova Brasilândia o prefeito Silas Borges (PSB) já trabalha no seu projeto de reeleição.