Quarta-feira, 3 de setembro de 2008 - 06h55
Um exagero?
Cheguei a acreditar que era um exagero as previsões iniciais dando conta de que Porto Velho poderia receber até 100 mil habitantes em vista dos reflexos da construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. Mas já estou constatando um boom migratório na cidade. E pelo menos 10 mil pessoas, segundo o IBGE, já chegaram. mesmo antes das obras serem iniciadas.
Boom migratório
Sem contar com a explosão da construção civil, e o bom momento da venda no setor de imóveis, percebe-se nas ruas da capital – com muito mais carros trafegando – nos bairros da periferia – com verdadeiros formigueiros humanos – e a intensa procura de casas para alugar nas imobiliárias pelos migrantes, que o bicho esta pegando.
Como Foz do Iguaçu
Porto Velho começa a viver a epopéia vivenciada por Foz do Iguaçu, no Paraná, com o advento da Usina hidrelétrica de Itaipu na década de 70. Os imóveis disparam, o custo de vida vai as alturas, a população cresce geometricamente e as demandas sociais - que já não são atendidas – devem aumentar na mesma proporção.
Asas crescidas
O presidente regional do PP, ex-deputado federal Agnaldo Muniz chega na reta final animado com o desempenho do seu partido, especialmente em Vilhena, com Zé Rover e Vanderlei Brito em Guajará Mirim, onde já pintam boas chances da legenda conquistar os paços municipais. Depois de um tempo em baixa, as asas dos pepistas voltam a crescer.
Eleições municipais
A 30 dias das eleições de outubro, o prefeito Roberto Sobrinho (PT) vai tratorando os oposicionistas e não dá sopa para o azar. Até nas regiões – falo na Ponta do Abunã – repleta de migrantes sulistas onde a popularidade do governador Ivo Cassol poderia favorecer Garçon, Sobrinho fincou suas estacas. E sua mídia trabalha redondinho.
A demarcação
Como uma onça, o petista Sobrinho demarca território. Ou como um galo índio e, com toda autoridade de dono do terreiro, bota os cassolistas para correr a bicadas. A ameaça de vitória em primeiro turno vai se confirmando de Rio Pardo, na divisa com Buritis á Nova Califórnia, na fronteira com o Acre. Francamente, eu esperava mais da oposição.
Não transfere
O governador Ivo Cassol ainda mantém altos índices de popularidade na capital, não consegue transferir votos para seu ungido, o deputado federal Lindomar Garçon (PV). Talvez neste momento, com as encrencas armadas com os sindicatos, mais prejudique (como fez com Leoni em 2004) do que ajude seu aliado.
Em Ouro Preto
O deputado estadual Alex Textoni (PTN), candidato a prefeito em Ouro Preto do Oeste festejou os resultados das pesquisas no final de semana a realizando um grande comício no bairro do aeroporto, o maior da cidade. A expectativa do comando de campanha de Textoni é de uma vitória consagradora, já que ele tem ambições de vôos mais altos em 2010.
E o lanterninha?
Como os candidatos de ponta estão mais ou menos definidos já se pergunta na aldeia quem vai segurar a lanterninha nas eleições de Porto Velho. A minha primeira impressão, depois de percorrer os bairros da capital no final de semana, é que o ex-deputado federal Hamilton Casara (PSDB) é um dos sérios candidatos à zona de "rebaixamento". Deve ser praga do Maurinho para o Evo Morales rondoniense...
Do Cotidiano
A senha para invasão
O Congresso aprovou Medida Provisória facilitando ainda mais a regularização de terras hoje ocupadas ilegalmente na Amazônia. Além de dispensar a licitação, a norma triplica a extensão das terras passíveis de legalização de 500 para 1.500 hectares. Esta, aliás, foi à causa da saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente. Para ela, a MP estimula a grilagem e a invasão ilegal de terras. Seria, segundo ela, uma "senha": invade-se hoje, regulariza-se depois, sem licitação, uma área de até 1.500 hectares.
Já no governo, existe a crença de que o grande problema está na atual ilegalidade de amplas faixas de terras na Amazônia. Sendo legalizadas, elas poderão participar de projetos igualmente legais de produção em favor da economia regional.
Não resta qualquer dúvida de que legalizar é necessário, pois o Brasil precisa deixar de ser uma casa-de-mãe-joana em que a ilegalidade é consentida e o honesto cumpridor de seus deveres é apenas um otário. No entanto, não será a legalização de terras hoje controladas por grileiros cujas práticas se assemelham às piores máfias, em prejuízo do meio ambiente e dos povos da floresta, que irá instaurar a ordem e a justiça.
Há o caso do interesse do famigerado banqueiro Daniel Dantas sobre a fronteira agromineral do Sudeste do Pará que mereceria avaliação, porque não se constitui um caso isolado, embora dramático.
Haveria como que um aval do governo às invasões de terras amazônicas, com o que espertos interesseiros espalhariam por ali seus áulicos e técnicos contratados para estudar os melhores negócios possíveis para depois legalizar amplas áreas e manter a economia a serviço de poucos em prejuízo de muitos. No caso de Dantas, já são cerca de 40 fazendas distribuídas em nove municípios paraenses.
A partir desse exemplo chega-se a uma situação em que se pode atribuir à MP da legalidade o condão de permitir que uma fantástica área de terras sob controle ilegítimo passem a ser rapidamente legalizados, mesmo porque o presidente Lula vetou um artigo que condicionava a regularização das propriedades ao zoneamento ecológico-econômico dos Estados, com regras para a ocupação do território. Vetou porque só Rondônia e Acre já concluíram o zoneamento.
Esse caso, de extrema complexidade e explosivo em seus meandros, traz à lembrança o título de um livro que sequer chegou a ser um best-seller, mas resume a situação do Brasil de hoje: "O Brasil Não É para Amadores", do professor Belmiro Valverde Jobim Castor, ex-secretário do Planejamento do Paraná. A grilagem e a destruição do meio ambiente chegou a um tal nível de "profissionalismo" que até a verdade em torno dessa ganância toda chega a parecer surrealista e irreal.
Via Direta
*** O deputado federal Eduardo Valverde está satisfeito com o avanço do PT nas eleições municipais *** Ele tem levado seu apoio aos candidatos do partido no interior *** Para Edgar do Boi, presidente regional do PSDC a legenda mais uma causará surpresa em Rondônia *** Tem complô andando na Assembléia Legislativa *** Os "inconfidentes" tem se reunido quase todo dia...
Fonte: Carlos Sperança
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