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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 03/10/08


  

Cristo e os pecadores

Para expiar os pecados dos vereadores – são muitas: omissão, incompetência etc – o eleitorado da capital terá a oportunidade de eleger o Cristo, da Jerusalém da Amazônia. Nas primeiras pesquisas do ano, nosso genérico de Jesus Cristo andava meio combalido, mas informações recentes dão conta de uma suposta decolagem.

No meio de corruptos

Eu fico me perguntando o que o Cristo da Jesuralém vai fazer no meio de políticos majoritariamente corruptos, se eleito? A Câmara de Vereadores da capital se transformou num balcão de negócios e as últimas legislaturas tem sido fiasco em cima de fiasco. Fico na torcida, que caso eleito, consiga melhorar a mentalidade daquela casa de leis.

A ciência exata

A gente sabe caro leitor, que a política não é rigorosamente uma ciência exata. Mas tem rolado cada absurdo na aldeia que é de dar risada. Ao final do horário gratuito, todos os candidatos da oposição falaram com convicção que estarão no segundo turno. Como só existem duas vagas e uma esta mais do que garantida – para Sobrinho – a maioria vai ficar com cara de tacho.

O desmatamento

A fazenda do deputado federal Ernandes Amorim (PTB) em Campo Novo de Rondônia foi autuada pelo desmatamento e  pelas queimadas em quase 500 hectares. A coisa teve repercussão nacional e foi objeto até de reportagem no programa Globo Rural. Como se vê, os políticos apostam na impunidade e são os primeiros a bagunçar o coreto.

Astro internacional

Rondônia está exportando para a Inglaterra uma das suas maiores promessas. Trata-se do goleiro Mateus Stecca, de 15 anos, com 1,94 de altura. Estava jogando no Tangará (MT). Nascido em Cacoal, sobrinho do ex-deputado estadual Wilson Stecca, "Onça" – como já é conhecido pelos ingleses – já está arrasando. O Inter de Porto Alegre estava de olho no garoto.

Em recesso branco

Com as eleições municipais, a Assembléia Legislativa cumpre um recesso branco. Os deputados estaduais estão no interior apoiando seus ungidos as prefeituras municipais. Luzinho Goebel (PV) apóia Zé Rover em Vilhena e Lebrão em São Francisco. Jesualdo esta fechado com Bianco em Ji-Paraná, Inês Zanol em Pimenta Bueno.

No interior

Como a necessidade faz o sapo pular, os deputados estaduais se viram como podem no interior para garantir espaço para a reeleição. Em Ariquemes a deputada Daniela apóia Lourival Amorim, o presidente Neodi acompanha seus postulantes na região do Vale do Jamari, Marcos Donadon seu irmão Melki, em Vilhena e assim por diante.

Projetos futuros

Muitos postulantes as prefeituras em Rondônia buscam se eleger com os olhos voltados ao futuro e não negam pretensões de chegar ao Senado ou ao governo. São os casos de Confúcio Moura (Ariquemes), Alex Testoni (Ouro Preto), José Bianco (Ji-Paraná) e Melki Donadon (Vilhena).

Estatuto do idoso

No ultimo dia 1º de outubro, o estatuto do idoso completou cinco anos de existência. Infelizmente o respeito aos direitos dos idosos e o combate à violência e aos maus-tratos tem sido pouco expressivo. A data serve apenas para lamentar como o brasileiro, de forma generalizada, trata seus idosos: na maioria das vezes tentam é se livrar dos pobres anciões.

Sem voduzar

Longe de mim voduzar a oposição na capital. Mas a coisa está preta e não vejo um segundo turno no horizonte. Cassol apostava em Garçon, Nazif ou Alexandre Brito. Todos devem sair "peiados" por Sobrinho. A esquerda esteve representada pelo PSOL, de Adilson Siqueira, que não decolou. Já, Davi e Casara encerram a campanha como coleguinhas do prefeito petista.


Do Cotidiano

Ordem e justiça

 Como se recorda, o Congresso aprovou Medida Provisória facilitando ainda mais a regularização de terras hoje ocupadas ilegalmente na Amazônia. Além de dispensar a licitação, a norma triplica a extensão das terras passíveis de legalização de 500 para 1.500 hectares. Esta, aliás, foi à causa da saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente. Para ela, a MP estimula a grilagem e a invasão ilegal de terras. Seria, segundo ela, uma "senha": invade-se hoje, regulariza-se depois, sem licitação, uma área de até 1.500 hectares.

Já no governo, existe a crença de que o grande problema está na atual ilegalidade de amplas faixas de terras na Amazônia. Sendo legalizadas, elas poderão participar de projetos igualmente legais de produção em favor da economia regional.

Não resta qualquer dúvida de que legalizar é necessário, pois o Brasil precisa deixar de ser uma casa-de-mãe-Joana em que a ilegalidade é consentida e o honesto cumpridor de seus deveres é apenas um otário. No entanto, não será a legalização de terras hoje controladas por grileiros cujas práticas se assemelham às piores máfias, em prejuízo do meio ambiente e dos povos da floresta, que irá instaurar a ordem e a justiça.

Há o caso do interesse do famigerado banqueiro Daniel Dantas sobre a fronteira agromineral do Sudeste do Pará que mereceria avaliação, porque não se constitui um caso isolado, embora dramático.

Haveria como que um aval do governo às invasões de terras amazônicas, com o que espertos interesseiros espalhariam por ali seus áulicos e técnicos contratados para estudar os melhores negócios possíveis para depois legalizar amplas áreas e manter a economia a serviço de poucos em prejuízo de muitos. No caso de Dantas, já são cerca de 40 fazendas distribuídas em nove municípios paraenses.

A partir desse exemplo chega-se a uma situação em que se pode atribuir à MP da legalidade o condão de permitir que uma fantástica área de terras sob controle ilegítimo passem a ser rapidamente legalizados, mesmo porque o presidente Lula vetou um artigo que condicionava a regularização das propriedades ao zoneamento ecológico-econômico dos Estados, com regras para a ocupação do território. Vetou porque só Rondônia e Acre já concluíram o zoneamento.

Esse caso, de extrema complexidade e explosivo em seus meandros, traz à lembrança o título de um livro que sequer chegou a ser um best-seller, mas resume a situação do Brasil de hoje: "O Brasil Não É para Amadores", do professor Belmiro Valverde Jobim Castor, ex-secretário do Planejamento do Paraná.

Via Direta

*** A crise americana chegou a Porto Velho *** Algumas imobiliárias já se queixam da retração de venda nos imóveis *** E os juros na compra de veículos já aumentaram na praça ***São os efeitos da globalização *** O SGC cobre as eleições em todo estado, com programação especial no domingo.

Fonte: Carlos Sperança/Gentedeopinião
csperanca@enter-net.com.br

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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