Uma coluna sem papas na língua 03/11/08

Reforma administrativa

Com recursos federais na ordem de R$ 300 milhões para administrar nos próximos dois anos, o prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho anuncia uma reforma político-administrativa no Palácio Tancredo Neves, sede do governo municipal. As alterações, segundo o alcaide petista visam tornar a máquina pública mais eficiente.

Melhorias previstas

Dentro dos planos de Sobrinho, estão melhorias para o trânsito caótico da capital com o programa agentes de trânsito, aperfeiçoar a coleta de lixo – em algumas regiões da cidade a coisa está feita – e a limpeza da cidade. Sujeira nas calçadas, terrenos baldios com matagal serão melhor fiscalizados doravante, fazendo valer o código de posturas da municipalidade.

Nadando de braçadas

Tudo se encaminha para um Feliz Natal e Próspero Ano Novo para os sete governadores e quatro senadores cassados por compra de votos e abuso econômico. Não existe sequer indícios que qualquer um deles seja punido neste final de ano. De José Anchieta em Roraima a Luis Henrique em Santa Catarina, todos os governadores respiram aliviados;

A celeridade da justiça

Existe um o céu de brigadeiro para os cassados neste final de ano. Nadando de braçadas, todos apostam na morosidade da justiça para completar integralmente seus respectivos mandatos. Que ninguém duvide, já que a justiça brasileira não tem primado pela celeridade nas últimas décadas.

Justa homenagem

Por iniciativa do vereador José Wildes, a senadora Fátima Cleide foi homenageada pela Câmara de Vereadores de Porto Velho com o título de cidadã honorária. Pela sua trajetória – de muito trabalho na área social e, tratar-se de uma das raras fichas limpas da política rondoniense – a senadora petista recebe a comenda com toda justiça.

CPI do Leite

Capitaneados pelo deputado estadual Jesualdo Pires (PSB-Ji-Paraná), os integrantes da CPI do Leite – Luis Cláudio, Ribamar Araújo entre outros – desembarcaram ontem em Curitiba. Hoje participam de reuniões na capital paranaense com a classe produtora e cooperativas – para ver em quantos anda a produção e comercialização do leite nas araucárias.

Momento conturbado

Em nota oficial, a OAB-RO fala do momento conturbado em que o estado de Rondônia esta vivenciando. O Conselho Seccional veio a público para demonstrar esta preocupação após a revitalização legislativa de uma comissão montada para investigar o Judiciário. A coisa tem cheiro e forma de retaliações, já que boa parte dos deputados enfrenta ações na justiça.

Um centro cívico

Em 4 janeiro, Rondônia completa mais um ano da criação do estado. Na era Cassol, se comemoram façanhas na malha viária e também o inicio das obras do Centro Político Administrativo, que vai formar com as instalações do Tribunal de Justiça, do Tribunal de Conta (e futuramente da Assembléia Legislativa) um centro cívico completo na região da já extinta Esplanada das Secretarias.

Reforma Tributária

Mais um ano se passando e a reforma tributária não sai do papel. O próprio presidente da Câmara Federal Arlindo Chinaglia (PT) já considera difícil que as propostas sejam votadas ainda no decorrer de dezembro. Sem acordo entre o governo e a oposição, o mais provável é que o tema só volte à pauta no próximo ano. O governo Lula insiste na necessidade da reforma.

Do Cotidiano

A agropecuária no PIB

Está certo, não vamos entrar em recessão, conforme promessa do ministro Guido Mantega. O mundo inteiro está entrando nela, mas o Brasil, por seus filhos amado, poderoso e feliz há de ser. Um oásis, portanto, em pleno e causticante deserto. Mas há medo. A crise já bateu forte no pingado nosso de cada dia: ela deprimiu o mercado para o café, o leite e a cana. Há queda de renda e alta dos custos de produção.

Vejamos o leitinho das crianças: o preço médio pago ao produtor está em torno de R$ 0,50 o litro, para um custo de produção de R$ 0,70. No ano passado, nesta mesma época, o produtor estava recebendo de R$ 0,85 até R$ 1,00 por litro. Ao mesmo tempo, os preços dos insumos subiram 60%. Como do couro sai à correia e do leite sai o queijo, os agropecuaristas mineiros estão amedrontados, mas o temor não é menor nas demais regiões do País. O quadro não é diferente nos demais estados. Em Rondônia, a pecuária leiteira entrou em crise e a Assembléia Legislativa desenvolve uma Comissão Parlamentar de Inquérito –CPI para identificar os motivos causados pelos prejuízos junto à classe produtora.

Do Oiapoque ao Chuí, passando pela Amazônia, não há ninguém imune aos efeitos da redução de crédito, elevação das taxas de juros e desvalorização do câmbio. Esses ingredientes criam uma espécie de TNT que explode ruidosamente em endividamento e perda de renda. No primeiro prognóstico de área e produção para 2009, o IBGE previu uma queda de 3,3% na safra de grãos. A estimativa, que engloba as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e os Estados de Rondônia, Maranhão, Piauí e Bahia, é que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas fique em 140,8 milhões de toneladas, abaixo da estimativa deste ano, de 145,6 milhões.

A agropecuária é responsável por um terço do PIB nacional. Em Rondônia, sua influência é tamanha, que a maior parte do movimento do comércio no interior do estado, vem das atividades deste segmento. Qualquer abalo no setor seria como quebrar a mais sólida perna de um tripé. Sacudido, o setor já está. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) revela que pelo menos 28% dos produtores não conseguem pagar os empréstimos feitos em bancos e já estão tendo máquinas e equipamentos tomados. Sentem aquela sensação desagradável suportada pelos estadunidenses que perdem suas casas.

Solução? A primeira delas seria acabar com a ditadura das equipes econômicas, que preparam seus pacotes e os impõem à sociedade, à qual resta apenas concordar ou espernear, inutilmente. Os agropecuaristas, desta vez, querem participar das decisões.

Via Direta

*** O bicho está pegando: três a cinco assaltos por dia na capital *** Tem ladrão para todo lado e a população já está em pânico *** Na briga entre os poderes, o governador Ivo Cassol tenta manter seu governo dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal *** A discussão do orçamento 2009 vai mostrar mais uma vez as posições antagônicas entre o Executivo e os demais poderes.

Fonte: Carlos Sperança/Gentedeopinião
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