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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 05/11/09




Posse confirmada

Ao final de tudo, ficou mesmo confirmada a cassação e afastamento do senador Expedito Júnior e o presidente do Senado José Sarney que tinha armado a permanência do colega tucano, teve que se submeter às decisões do TSE e do STF. O próprio Sarney, sem mais coelhos na cartola, anunciou a posse de Acir Gurgacz na semana que vem.

Prá boi dormir

Essas prévias do PMDB para definir seu candidato ao governo não passa de uma baita prosopopéia para acalentar o sono de bovinos. O prefeito de Ariquemes Confúcio Moura já está em campanha e armou um verdadeiro acampamento na capital nas últimas semanas participando de entrevistas e percorrendo festas populares, como a da costela assada que teve mais de 10 mil pessoas no parque de exposições.

Toda desenvoltura

Ao lado do senador Valdir Raupp e da deputada Marinha Raupp, Confúcio botou seu bloco na rua. O peemedebista busca mais visibilidade na capital, onde é estratégico ter uma boa performance, já que esta bem situado nas regiões do Vale do Jamari e Bacia Leiteira, mas não tem ainda uma boa presença inicial nas pesquisas em Porto Velho.

Clãs políticos

Como se sabe, existem vários clãs políticos regionais criados em Rondônia: Dos Raupps e dos Cassols (Rolim), dos Biancos (Ji-Paraná), dos Amorins (Ariquemes), dos Muletas (Jaru), dos Donadons (Vilhena) e assim por diante. Agora, desponta mais um, na Bacia Leiteira: o atual prefeito de Ouro Preto Alex Textoni esta lançando o irmão Jaques Testoni á Assembléia Legislativa e um primo à Câmara Federal.

Para valer

Enquanto as prévias do PMDB viraram motivo de piada e a ex-prefeita de Cacoal Sueli Aragão ainda simula ser “candidata”, a consulta do PT, marcada para 6 de dezembro é para valer. Nem a senadora Fátima Cleide, tampouco o prefeito Roberto Sobrinho nem mesmo o deputado federal Eduardo Valverde renunciam a pretensão. A disputa vai ser nos votos dos convencionais.

Cabos de luxo

Uma carrada de pré-candidatos a Assembléia Legislativa ameaçam desistir de disputar o cargo pelo PP, se a nominata continuar lotada de “pelés”, ou seja, de medalhões da política rondoniense, com forte estrutura, como Jaqueline Cassol, Carlinhos Camurça. Jaques Textoni, Lucia Tereza, Maurão de Carvalho e cia. Os prejudicados alegam que não aceitam ser cabos eleitorais de luxo.

Adesões liberadas

O governador Ivo Cassol já deixou a intransigência de lado a respeito de impor a candidatura do seu vice João Cahulla perante a base aliada. Ele até liberou as adesões de deputados e prefeitos que optarem pelo candidato tucano Expedito Júnior. Esta aberto o caminho, para mais a frente – a decisão foi postergada para março – os dois pularem cirandinha em dobradinha, mas um ao Senado e outro ao governo.

A volta do recordista

A volta do recordista de mandatos eletivos em Rondônia, Silvernani Santos (DEM-Jaru), no lugar do cacoalense Valdevino Tucura vai proporcionar mais experiência aos parlamentares desta legislatura. Em baixa depois de duas derrotas seguidas, Silvernani têm tudo para recuperar o terreno perdido e emplacar a reeleição. Em tempo: Tucura recorreu de novo cassação.

Namorado volúvel

O PSB, de Mauro Nazif, não dá pinta ainda com quem vai se aliar nas eleições de 2010. Ora namora o PMDB, de Valdir Raupp, ora o PP de Ivo Cassol, mas ainda dá umas piscadelas ao PDT de Acir Gurgacz. Uma coisa esta certa: esta difícil um entendimento com o PT por causa de rivalidades tribais na capital.

Do Cotidiano

Uma fábrica de votos

Intensamente debatido, o programa Bolsa Família foi recomendado por um ideólogo do neoliberalismo, Albert Hirschman, ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em sua posse. Programa Municipal experimental em Campinas, foi adotado pelo governo federal na forma do Bolsa Escola, depois transformado em Bolsa Família. Para o governo, é uma fábrica de votos. Para a oposição, um inimigo a combater. Mas enquanto a BF é amplamente discutida, amada e detestada, fica oculto um tema que não parece motivar o menor interesse dos governantes, parlamentares e juristas: o “Bolsa Imposto” – ou seja, a pesadíssima carga tributária brasileira, uma das piores do mundo, que incide mais sobre os pobres.
Os brasileiros com renda de até dois salários mínimos mensais precisaram trabalhar 197 dias no ano passado para pagar seus impostos. Quem recebeu mais de 30 salários mínimos também contribuiu forte, mas precisou de 106 dias para honrar os compromissos com tributos. No fim das contas, quase a metade do que os pobres pagaram.
No entanto, a propaganda que chega aos pobres é que eles estão sendo socorridos pelos governos. Jamais se dirá na TV ou em comícios que os políticos estão “garfando” dinheiro dos pobres e o entregando aos trens da alegria, às múltiplas atividades que enriquecem as empreiteiras, prestadores de serviços terceirizados à administração, mesmo que não se toque em corrupção, fraudes e mau uso do erário.
Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), organismo do governo federal, os 10% mais pobres do País gastam 33% do que recebem para pagar tributos, enquanto os mais ricos destinam 23% da renda. Com base na carga tributária de 2008, o estudo mostra que esse desequilíbrio histórico da economia vem aumentando e está longe de ser resolvido.
De 2004 para 2008, o comprometimento da renda com o pagamento de tributos dos brasileiros aumentou mais para os pobres, crescendo a distância que separa dos brasileiros mais ricos. No ano passado, estima o Ipea, as famílias com renda de até dois salários mínimos comprometeram 53,9% de tudo que ganharam com o pagamento de impostos. Em 2004, essas famílias gastavam 48,8%. Um salto de quase cinco pontos percentuais em apenas quatro anos Já para as famílias mais ricas, o peso dos tributos sobre a renda cresceu menos: subiu no período de 26,3% para 29%. 


Via Direta

*** O governador Ivo Cassol teve uma reunião de emergência com expoentes da base aliada ontem para examinar o cenário regional *** Será que é porque sua batata esta assando no Supremo? *** O deputado estadual Miguel Sena (PSDB-Guajará Mirim) assumiu ontem a presidência da Assembléia Legislativa em vista de uma licença de 15 dias do titular Neodi Carlos (PSDC-Machadinho) *** O ex-vereador Allan Queiroz reforça a nominata de pré-candidatos a Assembléia Legislativa pelo PSB.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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