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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 05/12/08


 

A “fiscalização”

Uma coluna sem papas na língua 05/12/08 - Gente de OpiniãoCriada para fiscalizar os demais poderes, a Comissão de Fiscalização da Assembléia Legislativa afinou. Até agora ninguém foi fiscalizado, tem membro do organismo querendo cair fora e fala-se até mesmo em sessões secretas. Ora, se é para fazer a coisa com medo – alguns deputados têm até seus motivos – que peçam a devida substituição, se é que existirão outros com coragem para assumir as vagas...

Dois pesos...

Tem razão de reclamar de dois pesos e duas medidas o presidente da Confederação Nacional de Municípios - CNM Paulo Ziukoski. Quanto se trata de cassação de prefeitos, a justiça cassa sem precisar ouvir o vice. Quando se trata de cassar mandato de governador, a regra muda, e é preciso ouvir o vice, senão o processo fica todo prejudicado.

Mais poderes...

Pobre cidadão brasileiro! Os deputados federais acabam de aprovar na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara proposta de emenda constitucional que amplia os poderes do Legislativo, permitindo que os parlamentares aumentem gastos do Poder Executivo e proponham leis que hoje são de iniciativa restrita do presidente da Republica.

É coisa de louco!

Ainda pelo projeto, a partir de agora os deputados e senadores poderão, por exemplo, criar mais ministérios ou extinguir alguns deles, criar mais cargos públicos, aumentar salário dos servidores, tratar da estabilidade e da aposentadoria do funcionalismo. Haja recursos, num congresso que não sabe o significado de parcimônia.

Grande desafio

Como equacionar os problemas de demandas sociais ocasionadas pelo novo surto migratório para Porto Velho – de saúde a segurança pública, de água, moradia a transporte coletivo – já se transforma num grande desafio para governador e prefeito, mesmo com a valiosa ajuda dos recursos do PAC. Continua chegando muita gente por conta da onda das hidrelétricas.

Papo furado

Para inicio de conversa esta história de 100 por cento de água e esgoto para Porto Velho – como anunciam as autoridades municipais, estaduais e federais em coro - é conversa para boi dormir. Uma coluna sem papas na língua 05/12/08 - Gente de OpiniãoQuando esta situação foi projetada, a cerca de dois anos, Porto Velho tinha quase 50 mil habitantes a menos. A nossa realidade já é outra.

Grande esforço

Não se nega o grande esforço da prefeitura, do estado e da União em dar a infra-estrutura que capital rondoniense merece. Mas quando as obras projetadas agora acabarem, as demandas já serão outras e mais intensas. Tenho percorrido os bairros e constatado semana a semana os reflexos da migração: tem bairros nascendo do dia para noite. A cidade espicha provocando mais necessidades.

As acusações

Uma coluna sem papas na língua 05/12/08 - Gente de OpiniãoSe em alguma coisa não se pode acusar a administração do prefeito Roberto Sobrinho é de privilegiar empreiteiras e construtoras, como recentemente acusou um parlamentar cassolista. O alcaide petista não tem parentes donos de empreiteiras e construtoras e, além disto, divide as obras para todas elas, desde que ganhem com transparência os processos de licitação.

Regras de licitação

Uma coluna sem papas na língua 05/12/08 - Gente de OpiniãoComo explica a chefe de gabinete da prefeitura da capital, Miriam Saldanha, a disputa na municipalidade é aberta e democrática. Qualquer empresa que preencha os requisitos pode participar e os editais são veiculados no Diário Oficial da União, do estado e do município, além de serem publicados igualmente em jornais de grande circulação.


 

Do Cotidiano

O preço do pioneirismo

Aos poucos Rondônia vai deixando os recordes negativos, como o de campeão nacional da malária, adquirido ao final dos anos 70 e ao longo da década de 80 durante o ápice da migração. Quantos pioneiros sucumbiram, as picadas dos anofelinos, ao desbravar as matas desta Amazônia em rincões considerados então inacessíveis, hoje transformados em prósperos centros urbanos, como Ariquemes, Ji-Paraná, Colorado do Oeste, Jaru, Rolim de Moura e Vilhena, só para citar alguns exemplos.

Geralmente eu desconfio dos índices oficiais. Mas de acordo com o Ministério da Saúde, houve uma ligeira queda do índice da doença em relação ao mesmo período do ano passado no estado. Como Rondônia pena com invasões de seus parques nacionais, florestas federais e reservas indígenas e estamos em plena colonização da Ponta do Abunã e do Vale do Guaporé, na região de Nova Mamoré, é de se comemorar – sendo verdadeiros – os números relativos à queda desta endemia.

Com quase 30 anos de Rondônia, nunca adquiri uma malariazinha sequer. E, olha que percorro este estado em caravanas políticas desde 80, quando a coisa era de arrepiar. Um rondoniense de bom senso ao visitar Ariquemes ou Machadinho, recolhia-se ao hotel depois das cinco, horário em que o inseto começava as proliferar, Eram os sofridos anos 80, com falta de energia e muito carapanã.

Considerada capital nacional da malária durante os primórdios da sua fundação, Ariquemes apelidada de “Aritremes” revolta-se com as matérias da grande imprensa. Livre do título, que foi repassado para Porto Velho nos anos 90, Ariquemes hoje é uma das cidades mais aprazíveis do estado.

Mas em pleno 2008 os rondonienses sofrem com a doença e não dá para esconder: a incidência ainda é enorme. Penam aqui no estado e fora dele, porque quem sair de Rondônia com a doença e visitar familiares no sul maravilha, está, como se diz no populacho, ferrado. Amigos que estiveram de férias descobriram uma integrante - a matriarca da família – com malária. Ninguém conseguia descobrir lá no Paraná o mau e quando a doença foi identificada às autoridades sanitárias determinaram seu isolamento num hospital em quarentena. A turista rondoniense teve que dar no pé, já que não é nosso habito isolar em quarentena uma vitima desta doença. Se assim fosse em Rondônia, teríamos milhares de pacientes isolados a cada mês....


 

Via Direta

Uma coluna sem papas na língua 05/12/08 - Gente de Opinião*** Petistas e cassolistas se engalfinham numa rinha política desde já com vistas à sucessão estadual *** Uma pendenga que pode mudar inteiramente caso seja confirmada a cassação do governador Ivo Cassol *** A revista Momento circula com matéria especial sobre a ameaça de extinção dos quilombos em Rondônia *** O Prêmio Sinjor 2008 mais uma vez servirá como uma festa de congraçamento da categoria de final de ano.

Fonte: Carlos Sperança/Gentedeopinião
csperanca@enter-net.com.br

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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