Sábado, 7 de julho de 2007 - 10h05
Tragédia amazônica
Já temos fortes indícios e até evidências de impacto sinalizando – como a sensível baixa do nível das águas no Rio Madeira e o aprofundamento dos poços caseiros na região de Porto Velho – para uma reedição da tragédia da seca amazônica de 2005. Na região central do estado a estiagem já chega a 60 dias, como revela o mago ambientalista regional, Daniel Panobianco.
Em toda Amazônia os rios já estão secando rapidamente, indicando uma nova catástrofe em 2007. Daniel Panobianco, cita o caso do Rio Machado que neste mês de julho deveria estar com o nível cravando 7,50 m, e já despencou para 4,36 m. No Madeirão também já são bem visíveis as conseqüências da estiagem que castiga a região Norte.
Fim da impunidade?
Até que a intenção é boa, o fim da impunidade, como prevê a proposta de emenda parlamentar do deputado federal Mauro Nazif (PSB-RO), apresentada durante a semana na Câmara Federal. No entanto é trata-se de um projeto que dificilmente será aprovado, já que como se sabe nacionalmente, grande parte dos congressistas tem rabo comprido
Foro privilegiado
É através do foro privilegiado que políticos como presidente, ministros, governadores, senadores, deputados federais e juízes tem salvado o couro, já que os processos são encaminhados para o Supremo e por lá acabam sumindo. Em plenária recente a Associação dos Magistrados cobrou o fim da impunidade e do foro privilegiado. É mais fácil galinha criar dentes.
A mobilização
Por falar em corrupção, foro privilegiado e impunidade, o PSOL está assumindo a bandeira anticorrupção no país. Ficou bem claro o propósito do partido, no programa nacional, no horário gratuito, lervado ao ar, na última quinta-feira a noite. Heloísa Helena e cia já estão batendo firme nos corruptos de plantão.
Estamos diante de uma encruzilhada. Já perdemos pontes, o gasoduto de Urucu para Porto Velho já foi para as cucuias, a duplicação da BR-364 foi interrompida por problemas de superfaturamento, como também foi o projeto Beira-Rio pelo mesmo problema e assim por diante. Tudo isso exige mais mobilização para que esta situação seja revertida.
Clima de pessimismo
Aos poucos o pessimismo já vai tomando conta do projeto do Complexo do Madeira, com a construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, por causa da prioridade atribuída pelo Ministério das Minas e Energia a usina nuclear Angra III e a Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Jari, no Amapá de José Sarney.
Patos do Sarney
Além dos acreanos se apoderarem dos recursos naturais de Rondônia na Ponta do Abunã, contando com as vistas grossas da classe política rondoniense, eis que já estamos virando patos do Amapá também. Se Sarney resolve levar motores das nossas termelétricas, leva, se quiser construir hidrelétricas – ao custo da paralisação das nossas - também consegue. É o fim da picada.
O deputado estadual Alex Textoni reagiu as acusações da senadora Fátima Cleide de que seu projeto que proíbe a pesca no vale dos rios Guaporé e Mamoré estaria causando a fome, o desemprego e a violência nas regiões ribeirinhas. Textoni explica a finalidade da proposta que visa, a exemplo do pantanal mato-grossense, explorar o turismo e a pesca esportiva, gerando centenas de empregos na região.
Por último Textoni formulou um convite a senadora para conhecer a realidade do Vale do Guaporé, já que ele visitando a população ribeirinha constatou aprovação generalizada de sua proposta para as bacias hidrográficas dos Rios Guaporé e Mamoré. Mas será que Fátima Cleide não conhece a região???
Não é de hoje que a surpreendente política rondoniense causa estragos. Já no primeiro pleito de Rondônia como Estado, em 1982, tivemos registros interessantes. É o caso do comerciante Joaquim Azevedo, que dormiu deputado estadual, eleito pelo PMDB de Cacoal e amanheceu suplente do vilhenense Ângelo Angelim. O último, anos depois seria governador tampão do Estado em 85/86.
Eleição dura aquela de 1982, amigos do SGC! Pelo escrutínio dos votos, expressões políticas regionais se elegeram por um triz, como os casos do advogado Amir Lando (PMDB) e do professor Amizael Silva (PDS). Lando hoje senador, já chegou a ministro. Miza, depois de ser deputados por duas legislaturas seria vice-prefeito de Chiquilito em 89/92. Prefeito e vice já falecidos, deixaram saudades.
Encerrado a contagem das urnas em novembro de 1982 se constatava uma disputa palmo a palmo, voto a voto pela nona vaga do PMDB, entre Azevedo e Angelim. Uma peleja sensacional, das mais emocionantes. De matar cara cardíaco. Azevedo findou vencedor por minguados votos e viajou para visitar os familiares aliviado. Cacoal festejou até de manhã a vitória sobre Vilhena, ampliando sua bancada que já tinha emplacado Ronaldo Aragão e Zuca Marcolino.
Natural de Siqueira Campos, Paraná, Joaquim Azevedo foi bancário nos idos de território federal e depois comerciante na Capital do Café. Não esperava que um pedido de recontagem de votos, quase sem muita pretensão, pudesse mudar seu destino. Mas mudou totalmente: a revisão garantiu por pouco menos de duas dúzia de votos a cadeira de deputado para o paulista Ângelo Angelim.
Quando soube que tinha caído do poleiro, comunicado por um assessor, na central de campanha do PMDB – o jornal O Guaporé do empresário Múcio Athayde – Joaquim Azevedo que ainda estava festejando sua eleição acabou doente, de cama. Foi de fato, um duro golpe.
Natural de Capivari, São Paulo, o professor Ângelo Angelim, teria com esta ascensão na Assembléia Legislativa, sua trajetória política totalmente modificada. Com a Aliança Democrática, formada pelo PMDB e PFL, em 85, ele substituiria o governador Jorge Teixeira de Oliveira.
Joaquim Azevedo, por sua vez, com a indicação de Angelim ao Palácio Presidente Vargas, finalmente, em 16 de maio de 1985, conseguiria concretizar finalmente seu sonho de ser deputado estadual. Coisas da política rondoniense...
Via Direta
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