Uma coluna sem papas na língua 07/08/09

Entrando em fria

O vice-prefeito Emerson Aquarius, na titularidade do Palácio Tancredo Neves, sede da prefeitura de Porto Velho, tem a incrível capacidade de caçar encrenca. Na primeira vez que assumiu o cargo há alguns meses, foi logo assinando o reajuste do sistema de transportes coletivos, o que causou grandes dissabores perante a classe trabalhadora.

Na ponta do Abunã

Nem o prefeito Roberto Sobrinho tinha acabado de embarcar para Jerusalém, onde foi pagar, como um cristão devotado, a promessa de visitar a terra santa pela sua brilhante eleição em 2008, Emerson Aquarius já se metia em nova encrenca. Agora, ao explicar que é difícil a emancipação da Ponta do Abunã porque a região não teria como se sustentar. Aí o povão de lá entrou em pé de guerra.

Índios no pedaço

Cada vez mais os índios rondonienses entram nas paradas para protestar nos moldes dos cara-pálidas. Nos últimos dias, na invasão da sede da Funai em Porto Velho, para pedir melhorias nas suas estradas de acesso a aldeia e também na conflitada Ponta do Abunã, em apoio a causa da emancipação, já apreendendo como se paralisa uma rodovia como os outros peles-vermelhas já fazem em outros estados.

Reflexos benfazejos

O secretário de estado de Planejamento João Carlos Ribeiro enfatiza os reflexos benfazejos da implantação do sistema de saneamento básico em Porto Velho, lembrando que com água tratada haverá uma queda sensível de pacientes na rede hospitalar da cidade, por conta de doenças gastrintestinais, entre tantas outras enfermidades.

Ordem no serpentário 

O cacique Melki Donadon plantou na imprensa que poderia sair do PMDB levando todo seu clã junto, e logo em seguida, desmentiu a coisa de pés juntos. O presidente do diretório municipal do PMDB de Porto Velho Fernando Prado também fez a mesma “plantação” nos órgãos de comunicação e acabou desmentindo a saída. O que pode ter acontecido, caros leitores? Será que Raupp conseguiu botar ordem no serpentário?

 

O mago do suspense

Como um cineasta de suspense, o ex-governador José Bianco vai montando seu enredo para as eleições de 2010. Um verdadeiro mago nas articulações, ele vai conversando com os Donadons em Vilhena, atraindo o clã Muniz para sua administração em Ji-Paraná, mas nunca revelando suas intenções para as eleições de 2010. No entanto, o que decidir não se dará mal: só tem boas opções pela frente.

As opções de Bianco

Vejam as opções da nossa versão tupiniquim do cineasta Alfred Hitchock, José Bianco: 1 – Disputar uma cadeira ao Senado 2 – Pleitear o governo de Rondônia 3 – Permanecer na prefeitura de Ji-Paraná funcionando como um fiel da balança nas eleições de 2010. Enquanto isso, mineiramente continua cofiando seu bigode no Palácio Urupá...

A equação de Raupp

O senador Valdir Raupp (PMDB-RO), hoje um dos parlamentares mais destacados da sua legenda nacionalmente, tem que resolver uma equação difícil em Rondônia, caso seu jogo seja o de aliança com o PT já no primeiro turno nas eleições do ano que vem. Como se sabe, Raupp quer Roberto Sobrinho (PT) candidato ao governo para se apoderar da prefeitura de Porto Velho, com seu escudeiro, o vice Emerson Aquarius.

Entonces, Raupp?

Mas celebrar esta aliança com os petistas, sem desagradar o pré-candidato do seu partido Confúcio Moura, maior cacique do Vale do Jacaré, indicar Sueli Aragão de vice do candidato petista, sem degradar o clã Donadon em Vilhena, é uma equação de difícil solução. E nas minhas contas sem apoio de Confúcio e Melki, Raupp se transforma numa versão atualizada do desatento ex-senador, Amir Lando que acabou tubulando gloriosamente nas eleições passadas, apesar de toda projeção nacional.

Do Cotidiano

Uma virada fantástica

Os cientistas brasileiros dão tratos a bola sobre possíveis conquistas ao longo deste ano de 2009.
Poderá ocorrer uma virada fantástica na agricultura: ao contrário de usar amplas áreas agricultáveis para produzir etanol, será possível destiná-las à produção de comida. Como? A soja rende de 400 a 600 quilos de óleo por hectare em apenas um ciclo anual e o girassol pode produzir um pouco mais, de 630 a 900 quilos. O Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) indica que microalgas encontradas no litoral brasileiro têm potencial energético para produzir 90 mil quilos de óleo por hectare. Pode reler, é isso mesmo: 90 mil quilos. E de quebra, um biodiesel que libera menos gás carbônico na atmosfera do que os combustíveis fósseis, além de combater o efeito estufa e o superaquecimento.
Mais: cultiva-se a microalga em solo pobre e com a água salobra, como a do semi-árido brasileiro, para onde a água do mar também pode ser canalizada, e abre possibilidades para que países tropicais (como a Polinésia e nações africanas) possam começar a produzir matriz energética. Mais ainda: as algas crescem mais rápido do que qualquer outra planta. Em 2009, portanto, deve começar a arrancada da microalga rumo ao pódio do biodiesel.
2009 também deverá ser o ano em que poderemos ter uma virada no aquecimento global. Atualmente, há uma aceleração na perda de gelo marinho, que ocasiona uma elevação no nível do mar. O aquecimento apresenta ainda a tendência de causar um estado de seca permanente no Oeste da América do Norte. A criação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) poderá ser a resposta para essa virada. As ações planejadas para 2009 são o desenvolvimento de melhores sistemas de observação climática e de previsão de secas e a continuidade do monitoramento nos níveis de metano na atmosfera.
Outra virada pode se dar na saúde. Sabe-se que as bactérias nocivas ao organismo humano estão se tornando super, cada vez mais resistentes a medicamentos, causando milhares de mortes em todo o mundo a cada ano. Pesquisadores norte-americanos descobriram uma seqüência específica de DNA encontrada em determinadas bactérias, denominada CRISPR, que é capaz de impedir o aumento da resistência a antibióticos em estafilococos patogênicos.

Via Direta

*** A prefeitura de Porto Velho anuncia para este verão mais de cem obras simultâneas *** É o maior pacote de obras de Rondônia entre elas, sete viadutos e o terminal fluvial de passageiros no Cai N’Água *** Na Assembléia Legislativa, o deputado Luis Cláudio voltou a defender o fortalecimento dos produtores rurais. 

Fonte: Carlos Sperança - csperanca@enter-net.com.br 
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