Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 08/07/09




Uma revoada

Com o Congresso Nacional sinalizando uma brecha para que os políticos possam trocar de partido sem punição para as eleições do ano que vem, já se projeta uma grande revoada na Assembléia Legislativa. O PPS, que já foi dominado pelos palacianos, deverá ceder quadros para o novo partido do governador Ivo Cassol, o Partido Progressista -PP.



Inchaço do PP

Aliás, tratando-se do PP é previsível um inchaço no partido onde o governador Ivo Cassol vai disputar uma vaga ao Senado. Lideranças regionais se preparam para mudar de malas, num troca-troca de legendas, como aconteceu quando Ivo se apossou do PSDB e posteriormente do PPS. Vem aí uma grande festa de filiações partidárias.



Partido cobiçado

Outra legenda cobiçada pelos deputados estaduais e federais de Rondônia é o PSDB, tendo em vista os reflexos da candidatura presidencial do governador de São Paulo José Serra (ou Aécio neves). Quem não se entende com os petistas tende a se agrupar no poleiro tucano, considerado favorito para tomar de volta o Palácio do Planalto em 2010.


Mineiros em ação

O governador de Minas Gerais Aécio Neves, que disputa com o paulista José Serra a indicação do PSDB para ser o presidenciável tucano deu mais um lance na peleja interna, depois de conseguir prévias no partido. O ex-presidente Itamar Franco ingressou no PPS e já faz campanha no país a seu favor. Os mineiros estão se unindo...



Ocupando espaço

Enquanto os petistas vão perdendo cada vez mais a bandeira da moralidade – ainda mais se associando aos desmandos de José Sarney – o PSOL vai ocupando seu espaço em vários estados. Além de pedir punição para o presidente do Senado, a legenda dos vermelhinhos quer a cabeça da governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crusius. É pau no PT, mas nos tucanos também.



Os fichas sujas

O Congresso Nacional perdeu a vergonha de uma vez. A OAB abriu suas baterias contra a brecha criada na minirreforma eleitoral que beneficia os políticos fichas sujas. Dezenas de Deputados e senadores, mais sujos que poleiro, serão beneficiados com flexibilização das suas contas, alterações nas condições de elegibilidade entre outras vantagens criadas para escaparem da lei.


Boa pergunta

A Ordem dos Advogados do Brasil e o Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral, lembram que qualquer pessoa que tenha problemas com a Receita Federal, por exemplo, não poderá assumir nem vaga no serviço público: Então porque os políticos que têm contas rejeitadas podem virar prefeito, governador ou até presidente da República?



Sem máculas

No mais, até para uma zeladora conseguir emprego no próprio Congresso Nacional – local de maior numero de políticos pilantras por metro quadrado do país – é necessário apresentar uma montanha de documentos e certidões. Já, para ser Senador ou deputado ou federal, não existem maiores exigências. Tanto é verdade que temos por lá desde ex-foragidos, ex-presidiários...



Rivalidades tribais

Caro leitor, um bom petista quando ouve o nome do governador Ivo Cassol, fica com os pelos eriçados, que nem um gato, para briga. Igualmente, um fiel cassolista quando se vê diante do nome do prefeito Roberto Sobrinho, esturra como uma onça. Olha, Cassol pulando cirandinha com os petistas, no mesmo palanque, apoiando Dilma, não vai dar certo. Tem gente que adora confusão...



Do Cotidiano

CPIs, vitrines, tapetes...


O que há por trás da insistência em acionar a CPI da Petrobras? E, por outro lado, o que há atrás das desesperadas tentativas de evitá-la? Esse episódio se assemelha a uma posição do tabuleiro de xadrez, em que a cena contemplada já está amplamente adiantada nas cogitações dos dois jogadores. 

Inúmeras questões brotam tanto da insistência em ativar a CPI quanto das tentativas de impedi-la ou esvaziá-la, mas três se destacam, por ser exatamente as mais óbvias. A primeira delas, segundo a ótica dos proponentes da CPI, é que há muitas denúncias sobre equívocos ou más práticas da gestão administrativa da empresa. Se há denúncias é preciso apurá-las. Mas, alegam os governistas, a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça podem muito bem dar conta disso. E sem abalar no exterior a respeitabilidade de uma empresa que compete em um mercado agressivo e implacável. 

Quanto à segunda questão – o sistemático emprego das CPIs pelos parlamentares “midiáticos” para torná-las vitrines de seus desempenhos grandiloquentes ou espetaculosos –, os governistas, que na oposição as adoravam, agora acusam os oposicionistas de usá-las apenas pela mera vontade de “aparecer”, sem se importar se a coisa vai, como habitualmente ocorre, acabar em manipulada pizza de quatro ou mais queijos. 

A terceira questão não recebe afirmações tão categóricas, nem de situação, nem de oposição. Mas toda essa discussão em torno desta e de outras CPIs leva mais jeito de ser uma tentativa de mudar a agenda nacional, hoje centrada na intensa propaganda do Executivo e em pesadas acusações contra o Poder Judiciário (até se ensaia uma campanha “Fora Mendes”) e sobretudo contra o Congresso (Fora Sarney, fora Deputado do Castelo etc). Seria um tapete sob o qual ocultar a poeira. 

Está claro que as campanhas contra o Judiciário e o Parlamento são o ovo da serpente de uma ditadura – e a Nação com memória sabe quanto elas são danosas e corruptas. Por isso, é essencial afirmar o princípio da igualdade entre os poderes, o que requer maior transparência dos atos do Executivo, maior capilaridade e eficiência da Justiça e passar a limpo as práticas e os métodos que nas duas casas do Congresso, nas assembleias legislativas estaduais e nas câmaras municipais causam ojeriza à população. 

Aos cidadãos, além desse necessário equilíbrio entre os três poderes e a moralização definitiva dos costumes nacionais, interessa que haja realmente um debate sobre a Petrobras, que os brasileiros consideram uma empresa nacional, embora suas ações estejam sendo compradas por interesses estrangeiros na Bolsa de Valores. 


Via Direta


*** O Senado promoveu audiência pública sobre extensão rural, em pleno recesso *** Os senadores querem mostrar mais trabalho *** Neodi Carlos, encerrou a audiência pública em Vilhena com chapéu na cabeça *** É mais um político virando genérico de Ivo *** Trocando de saco para mala: O que tem chegado de maconha pela BR-364 para abastecer o mercado regional... 

Fonte: Carlos Sperança / www.gentedeopniao.com.br  / www.opiniaotv.com.br 
csperanca@enter-net.com.br 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Os clãs políticos rondonienses já formados e outros em criação já se preparam para as eleições de 2026

Os clãs políticos rondonienses já formados e outros em criação já se preparam para as eleições de 2026

Sem perdãoHá pessoas que se dizem cristãs, mas abrem caminho ao inferno ao ofender os semelhantes, esquecendo que uma das principais lições do crist

Dá pena de ver a situação a Av, 7 de setembro no centro antigo de Porto Velho

Dá pena de ver a situação a Av, 7 de setembro no centro antigo de Porto Velho

O jogo da Amazônia Em todo o mundo se tornou obrigatória a pergunta “e agora, com a eleição de Trump nos EUA?” Mao Tsé-tung disse que se os chinese

É bem provável que ocorra uma regionalização de candidaturas ao Palácio Rio Madeira

É bem provável que ocorra uma regionalização de candidaturas ao Palácio Rio Madeira

DesbranqueandoA jornalista brasileira Eliane Brum, descendente de italianos e filha de pai argentino nascida em Ijuí, Noroeste gaúcho, certo dia dec

A classe política está querendo antecipar o processo eleitoral de 2026

A classe política está querendo antecipar o processo eleitoral de 2026

Tartarugas humanasO desmatamento e a piora do clima causam prejuízos generalizados aos povos amazônicos. Os que mais assustam são as perdas na agri

Gente de Opinião Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)