Sexta-feira, 8 de agosto de 2008 - 05h32
Fichas sujas
A decisão do STE em liberar as candidaturas dos chamados "fichas sujas" beneficia dezenas de políticos em Rondônia com passado pouco recomendável. Muitas raposas estão voltando ao galinheiro (leia-se as prefeituras), sejam com candidaturas diretas, ou através de irmãos, primos etc. Já, o pobre cidadão brasileiro para conseguir um emprego em órgão público, precisa ter ficha limpa e irretocável. É a justiça brasileira...
O matriarcado
O matriarcado político fez bem para o município de Cacoal. Ao final de oito anos de gestão, a prefeita Sueli Aragão (PMDB) vai entregar um prédio novo para seu sucessor (a) no Palácio do Café, sede da prefeitura local e uma rede de esgoto cobrindo quase 70 por cento da cidade.
Recorde amazônico
Para se ter uma idéia da façanha da Xuxa da terceira idade, não existe nenhum município da Amazônia com tanta infra-estrutura. No próprio sul maravilha são poucas cidades com tamanha rede de esgoto, por exemplo. A capital do estado, Porto Velho, possui menos de cinco por cento da população com esgoto sanitário.
Boom imobiliário
Quem acreditava que com quase 100 arranha-céus em construção o boom imobiliário de Porto Velho estava chegando ao auge, acabou se enganando. Existe mais uma penca de projetos saindo do papel, inclusive condomínios residenciais de baixo padrão para serem lançados neste final de ano. Coisa de louco!
A vingança
Até um ano atrás os pedreiros mendigavam postos de trabalho pela capital e eram remunerados quase como mão-de-obra escrava. Neste ano a categoria virou o jogo: os trabalhadores da construção civil se transformaram em raridade e estão cobrando o olho da cara. É o boom imobiliário.
Coisa eleitoreira
Só ao final desta gestão do legislativo municipal de Porto Velho - e curiosamente próximo ao pleito municipal - é que o presidente da Câmara Hermínio Coelho e o dirigente Kruger Zacarias resolveram visitar o Ministério Público e assumir o compromisso de adotar providências contra o nepotismo. Ficou parecendo mesmo medida eleitoreira.
A mesma língua
Recomenda-se aos governistas que antes de anunciar alguma decisão política sempre é bom sentar e conversar antes para que se fale a mesma língua. O pessoal ligado ao senador Expedito Júnior anunciou a licença do deputado federal Lindomar Garçom (PV) para que Val Ferreira, a suplente assumisse o cargo durante quatro meses e a coisa acabou com um desmentido.
Bem provável
Ate é provável que durante a campanha Garçom ceda o espaço para a esposa de Expedito na Câmara Federal como forma de retribuição ao senador que é o grande maestro da sua campanha a prefeito na capital. No entanto, levar um desmentido, como aquele que ocorreu ontem, não tinha necessidade. A coisa fica desgastante.
Feiron 2008
O empresariado, o comércio e a indústria se mobilizam em torno da realização de mais uma FEIRON, programada pelo sistema Fiero/Sesi/Senai para acontecer em Porto Velho de 28 a 31 de agosto. A Feira da Indústria é mais um evento marcante para a economia da região amazônica e deve atrair visitantes de todo o Brasil.
A rejeição zero?
No município de Ariquemes o pecuarista Lourival Amorim, presidente da Associação dos Criadores tem como missão derrotar o maior favorito da temporada 2008 no interior: o peemedebista Confúcio Moura (PMDB). Argumenta que tem rejeição zero mas nem Jesus conseguiu tamanha façanha, cara-pálida! - acredita que pode virar a parada...
Do Cotidiano
A intensidade da seca
"Não parem de queimar a Amazônia. É uma ordem". Obviamente essa determinação seria desonesta e insensata. Mas segundo um estudo publicado pela revista científica Nature", ela até poderia fazer algum sentido. Segundo a informação, as medidas impostas para reduzir a queima de carvão podem ajudar a destruir a Amazônia, ainda neste século. A pesquisa identificou uma relação entre as emissões reduzidas de dióxido de enxofre da queima do carvão com o aumento da temperatura do mar no Atlântico Norte tropical, o que eleva o risco de aridez na Floresta Amazônica.
Ocorre, nesse caso, a Teoria do Carcará: se ficar, o bicho come; se correr, o bicho pega. Assim, se a queima não cessar, teremos o ar mais poluído; se o ar ficar mais limpo, com o controle da queima, aumentará ainda mais o ciclo e a intensidade da seca. "Geralmente, a poluição é algo ruim, mas, nesse caso, melhorar o ar pode, ironicamente, resultar em uma seca na Amazônia", afirmou Peter Cox, pesquisador da Universidade de Exeter, na Inglaterra, responsável pelo estudo. "Isso significa que temos que lidar com gases que causam o efeito estufa".
Ainda na linha "teu passado te condena", a pesquisa assina que as partículas de sulfato de aerossol provenientes da queima do carvão nas estações de energia, nas décadas de 70 e 80, contribuíram para aumentar a ameaça. As conclusões vieram de uma comparação com a mãe de todas as secas a de 2005. Sendo a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia tem um papel decisivo no quadro mundial do clima, pois contém cerca de um décimo do total de carbono armazenado nos ecossistemas terrestres. Os pesquisadores usaram um modelo climático de carbono para simular o impacto de futuras mudanças climáticas na floresta, partindo para um confronto com os dados da seca ocorrida em 2005, uma das piores lembranças do povo amazônida.
O que Cox e sua turma nos apontam é, até 2025, a mãe de todas as secas 2, a emissão. E, como nas ameaças terroristas de matar nove entre dez reféns, a possibilidade da ocorrência do retorno de graves secas, nos moldes de 2005, em nove de cada dez anos até 2060. Nesse caso, afirma Cox, a floresta estaria extinta. Em seu lugar haverá um campo de savana sem elefantes, girafas ou cangurus.
Enquanto ficamos à espera de que fique o dito pelo não dito e não tenhamos que nos defrontar com o efeito prático da Teoria do Carcará, resta apelar para todos os santos e todos os pesquisadores no sentido de que nos digam como superar o causticante rigor das perspectivas anunciadas por esse novo estudo sobre o futuro da Amazônia, de resto, no futuro do planeta.
Via Direta
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Fonte: Carlos Sperança
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